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VIAGEM APOSTÓLICA DO SANTO PADRE À ÁFRICA
(2-12 DE MAIO DE 1980)

DISCURSO DO PAPA JOÃO PAULO II
AOS CHEFES DE OUTRAS CONFISSÕES CRISTÃS

Acra (Gana), 8 de Maio de 1980

 

Caros amigos em Nosso Senhor Jesus Cristo

1. Sinto-me profundamente honrado com a vossa presença aqui hoje. Para mim é grande prazer encontrar-me com os eminentes representantes dos meus irmãos cristãos do Gana. Desejo saudar-vos a todos na caridade de Jesus Cristo. É para mim preciosíssima esta oportunidade de vos falar do meu propósito, e do propósito de toda a Igreja Católica, de orar e trabalhar sinceramente e com perseverança para restabelecer a unidade na fé e no amor entre todos os cristãos.

O esforço do Concílio Vaticano II, dos meus predecessores e do meu Pontificado baseia-se no desejo expresso por Cristo quando da última Ceia na Sua oração ao Pai pelos Seus discípulos: "... que eles sejam uma só coisa" (Jo 17, 21).

2. Todos nós reconhecemos o grande valor da oração para realizar aquilo que humanamente é difícil ou mesmo impossível. Jesus mesmo nos disse: "O que é impossível para os homens é possível para Deus" (Lc 18, 24). Nós sabemos como é importante dirigirmo-nos a Deus humildemente, dia após dia, pedindo-lhe o dom da continua conversão da vida, que está tão intimamente ligada com a questão da unidade dos cristãos. Uma ocasião como esta faz brotar dos nossos corações um desejo ainda mais forte desta unidade e dos meios que nos dispõem para recebê-la como dom que nos é entregue livremente por Deus. Portanto, esta reunião inspira-nos que oremos juntos e que levantemos os nossos corações a uníssono para "o Pai da misericórdia, Deus de toda a consolação" (2 Col 1, 3).

3. Enquanto nós continuamos a esforçar-nos para alcançar a meta da perfeita unidade, agradeçamos os estreitos laços que já nos unem por meio da nossa fé na divindade de Cristo. Louvemos a Deus pela nossa fé comum no Baptismo, como incorporação na morte e ressurreição do Senhor. Louvemo-lo pelo comum amor e estima para com as Sagradas Escrituras que nos falam de Cristo e da sua Igreja. E pela graça de Deus mantenhamo-nos capazes de confessar juntos que "Jesus Cristo é o Filho de Deus" (1 Jo 4, 15) e que "há um só Mediador entre Deus e os homens, o homem Cristo Jesus" (1 Tim 2, 5).

4. Como nós cremos em Cristo e nas insondáveis riquezas de Cristo (cfr. Ef 3, 8), sentimo-nos guiados pelo Espírito a remover as divisões na fé, que prejudicam o nosso comum testemunho dado ao Senhor e ao Seu Reino, de maneira que possamos servir melhor o próximo e levar com maior eficácia a Boa Nova da salvação ao mundo que continua a ver em nós um Cristo dividido. Todavia, sabemos ter Cristo pedido pela unidade e ser a Sua oração ouvida pelo Pai. A oração de Cristo é a razão da nossa esperança, e sabemos que "a esperança não nos engana" (Rom 5, 5).

Dá-me prazer imenso ser informado das actividades verdadeiramente ecuménicas que se vão realizando na África. Peço a Deus que as relações que existem, tanto entre os cristãos individualmente como entre as Igrejas e as comunidades eclesiais, continuem sempre a progredir na verdade e no amor, para a glória da Santíssima Trindade.

 

 



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