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DISCURSO DO SANTO PADRE JOÃO PAULO II
AO NOVO EMBAIXADOR DO BENIM
JUNTO DA SANTA SÉ

Sexta-feira, 17 de Maio de 2002


Senhor Embaixador

1. É com alegria que dou as boas-vindas a Vossa Excelência na ocasião da apresentação das Cartas que o acreditam como Embaixador Extraordinário e Plenipotenciário da República do Benim junto da Santa Sé.

Estou-lhe grato pelas gentis palavras que me dirigiu, assim como pelos bons votos que me transmitiu da parte de Sua Excelência o Senhor Mathieu Kérékou, Presidente da República do Benim. Ficar-lhe-ia grato se se dignar transmitir-lhe os votos cordiais que formulo pela sua pessoa e pelo cumprimento da sua missão ao serviço do povo do Benim. Peço também ao Todo-Poderoso que conceda a todos os seus compatriotas uma vida pacífica e digna, na concórdia e na unidade.

2. Vossa Excelência, Senhor Embaixador, realçou a qualidade das relações de colaboração que unem o seu país com a Santa Sé. A implantação e a abertura da Nunciatura Apostólica em Cotonou são um sinal evidente de que ela contribuirá para fortalecer os vínculos de cooperação e para lhes dar um novo impulso. Alegro-me pelos esforços empreendidos depois de mais de vinte anos pelo seu país e por todos os seus habitantes; eles abrem o caminho para uma participação activa de todos na vida pública, cujo pluralismo e diversidade dos componentes políticos, culturais e religiosos constituem uma riqueza para o dinamismo nacional. Tendo consciência da necessidade de concorrer de modo responsável para o bem comum, todos se devem dedicar à edificação de uma sociedade que se comprometa cada vez mais pela justiça, a igualdade e a paz, convidando também quantos são responsáveis da res publica a trabalhar a fim de que todos possam dispor dos meios necessários para as suas necessidades.

3. A consolidação do estado de direito e da democracia é uma garantia do respeito das liberdades fundamentais de todos os cidadãos. Ela constitui também para toda a sociedade uma base indispensável para o desenvolvimento global e para o bem-estar duradouro para todos. O contexto da mundialização faz com que seja mais evidente a necessidade de trabalhar para o bem comum, favorecendo assim a estabilidade política dos países e a expansão económica de uma região ou continente. Neste espírito, quando a África do Leste ainda hoje conhece numerosos focos de tensão e luta sem cessar contra a pobreza que alimenta a violência, o seu país está chamado a desempenhar um papel activo para manter os equilíbrios geopolíticos na região. É com o exemplo da honestidade das suas instituições, assim como mediante um diálogo construtivo com todos os protagonistas da sociedade civil, com os responsáveis dos países vizinhos e com a comunidade internacional, que uma nação é capaz de realizar eficazmente a sua missão.

4. As diferentes tradições religiosas presentes no seu país são chamadas a trabalhar juntas, com todos os habitantes do Benim, para a promoção do bem comum e para a instauração de um clima de paz, feito de confiança e de estima recíprocas. Por ocasião do Dia de oração pela paz no mundo realizado em Assis no dia 24 de Janeiro passado, tive a ocasião de recordar que é indispensável que as pessoas e as comunidades religiosas se comprometam no restabelecimento da paz e que elas "manifestem a rejeição mais radical de qualquer forma de violência, começando por aquela que pretende agir em nome da religião, chegando a recorrer ao nome santíssimo de Deus para ofender o homem" (n. 4). Por seu lado, a Igreja católica está disposta a dar incessantemente o seu contributo leal e generoso para a realização deste nobre propósito. Mediante o seu empenho nas obras da saúde, da educação ou da promoção social, na fidelidade à sua missão de serviço, ela deseja apoiar os homens no seu desenvolvimento integral e difundir a Boa Nova do Evangelho que anuncia a paz, o amor e a liberdade para todos. Ela dedica uma atenção muito especial aos mais pobres e às crianças que, por vezes, são vítimas inocentes de tráficos inaceitáveis. De igual modo, ela tem a preocupação de prosseguir e intensificar o diálogo com as outras comunidades religiosas presentes no território nacional, a fim de unir as forças de todos os homens de boa vontade com vista ao crescimento do país e a uma paz social mais estável. As comunidades católicas desejam participar quotidianamente nos esforços comuns, a fim de contribuir para o desenvolvimento material e espiritual de todos, para fazer desaparecer as causas da divisão e para edificar uma sociedade cada vez mais unida e mais solidária, dedicando-se a despertar as consciências e os corações para o respeito mútuo e para a responsabilidade de todos na busca do bem comum.

5. Senhor Embaixador, gostaria de saudar cordialmente, por seu intermédio, os membros da comunidade católica do Benim. O meu pensamento dirige-se para um nobre filho da sua nação, o Cardeal Bernardin Gantin, que celebrou recentemente o octogésimo aniversário do seu nascimento. Depois de ter desempenhado o seu ministério de Bispo ao serviço da Arquidiocese de Cotonu, ele foi, e continua a ser, junto do Sucessor de Pedro uma importante voz da África, trabalhando infatigavelmente pelos seus irmãos e servindo generosamente Cristo e a sua Igreja.

6. No momento em que começa a sua missão junto da Santa Sé, formulo-lhe os meus melhores votos. Tenha a certeza de que encontrará sempre aqui, junto dos meus colaboradores, um acolhimento atento e uma compreensão cordial.

Sobre Vossa Excelência, sobre todo o povo do Benim e seus dirigentes, invoco de coração a abundância das bênçãos divinas.

 

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