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RAFQA PIETRA CHOBOQ AR-RAYÈS
Nasce na pequena aldeia de Himlaya (Líbano), em 29
de Junho de 1832. Filha única, recebe no Baptismo o nome de Boutroussyeh e
desde a mais tenra infância os seus pais lhe ensinam a amar a Deus e a rezar
diariamente.
Aos sete anos de idade perde a mãe e, em 1847, seu
pai contrai um novo matrimónio. Encantadora, sociável, de boa índole e de
religiosidade profunda e humilde, Rafqa é fruto de uma disputa entre duas famílias,
cujos filhos vêem nela a futura esposa. Desiludida, decide entrar num convento
e pede a Deus que a assista na sua causa.
Ao entrar na igreja do convento de Nossa Senhora da
Libertação, em Bikfaya, sente uma alegria interior indescritível e vê
confirmada a vocação para se consagrar a Deus, mesmo contra a vontade do seu
pai e da madrasta. Recebe o hábito a 9 de Fevereiro de 1855 e emite os votos em
10 de Fevereiro do ano seguinte.
Em 1858 é enviada para o Seminário de Ghazir, então
jesuíta, para ensinar as candidatas à vida religiosa e trabalhar na cozinha.
Nos momentos livres, aperfeiçoa o seu conhecimento da língua árabe e a aritmética.
Em seguida, desempenha o seu serviço de religiosa
em várias escolas nas montanhas do Líbano. Em 1860 é transferida para Deir
al-Qamar onde ensina o Catecismo aos jovens, e nesse ano têm lugar os episódios
que ensanguentam o País. Rafqa testemunha o martírio de muitas pessoas e salva
uma criança da morte segura. Depois, é transferida para Maad, onde funda uma
escola para instruir as jovens.
Enquanto a sua vocação se consolida cada vez mais,
sente-se chamada à vida monacal. Assim, depois de rezar para ser iluminada na
sua decisão, recebe o hábito de monja em 1871 e, no ano seguinte, emite os
solenes votos religiosos com o nome de Rafqa.
Passa 26 anos no mosteiro de Mar Semaan al Qarn, Aïtou,
como exemplo vivo para as outras religiosas na obediência às Regras, na
assiduidade à oração, na ascese, na abnegação, no trabalho quotidiano e no
silêncio.
Completamente cega e paralítica, depois de uma
agonia que se prolonga por 12 anos, Rafqa falece piedosamente, em odor de
santidade, no dia 23 de Março de 1914.
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