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MARIANNE COPE (1838-1918)


MARIANNE COPE nasceu no dia 23 de Janeiro de 1838, na localidade de Heppenheim, Hessen-Darmstadt (Alemanha) e, no ano seguinte a família Koob emigrou para os Estados Unidos da América, estabelecendo-se em Utica, no Estado de Nova Iorque. Assim que se tornaram cidadãos americanos, os membros da família decidiram adoptar o novo sobrenome "Cope".

Mulher de grandes capacidades, viveu os anos da juventude ao serviço da sua família, à espera de um dia poder entrar na vida religiosa. Com 24 anos de idade, em 1862, Marianne uniu-se às Irmãs de São Francisco e emitiu os votos religiosos na igreja da Assunção, em Syracuse. Desempenhou a sua primeira actividade de apostolado no campo da educação das crianças de imigrados de origem alemã, tendo sido escolhida também para dirigir e fundar novas escolas.

Em pouco tempo tornou-se parte integrante da direcção da Congregação que, nos anos seguintes, erigiu dois dos primeiros cinquenta hospitais gerais dos Estados Unidos da América (que ainda hoje são eficientes centros médicos no Estado de Nova Iorque), aceitando a hospitalização de doentes sem qualquer distinção de nacionalidade, religião ou raça. Muitas vezes Madre Marianne foi criticada por ter acolhido indivíduos marginalizados pela sociedade, como alcoolizados e mães solteiras.

Durante o período da sua direcção do hospital São José, de 1870 a 1877, Madre Marianne modificou o cenário do ambiente médico, respondendo positivamente ao pedido de permitir que os alunos de medicina fossem acolhidos no seu hospital, para ali receberem uma formação de clínica geral.

Muitas pessoas de boa vontade observaram com admiração o progresso do hospital católico por ela gerido e começaram a seguir as suas linhas directrizes para a fundação de outros centros hospitalares, o que fazia dizer com convicção: "A caridade das pessoas generosas não conhece barreiras de "credo" e é chamada a actuar em qualquer lugar".

Eleita Superiora Provincial em 1877, e de novo à unanimidade em 1881, teve que enfrentar muitos problemas graves, que dois anos mais tarde surgiram no hospital para leprosos de Kakaako, Honolulu, nas Ilhas Havaí, para onde Madre Marianne decidiu partir.

Em 1884, a pedido das autoridades do governo local, Madre Marianne foi encarregada de erigir o primeiro Hospital Geral na Ilha de Maui. Em 1885, a incansável religiosa erigiu ali também uma casa para acolher as crianças abandonadas pelos próprios doentes de lepra, que eram incapazes de cuidar dos seus filhos.

Em 1888, Madre Marianne respondeu novamente ao pedido de ajuda, feito pelas autoridades governamentais das Ilhas, porque o hospital de Oahu estava para ser fechado e os doentes de lepra deviam ser transferidos para um lugar isolado em Kalaupapa, em Molokai. Além disso, as mulheres desalojadas e necessitadas precisavam de todo o tipo de assistência.

No ano seguinte, depois da morte do Pe. Damião De Veuster apóstolo dos leprosos de Molokai, beatificado por João Paulo II em 1995 Madre Marianne assumiu a direcção da casa para jovens, que o Beato tinha iniciado, acrescentando este cargo às responsabilidades que ela já tinha em relação às mulheres e às jovens em geral.

Madre Marianne passou trinta anos em exílio voluntário, ao lado dos doentes de lepra em Molokai. Em virtude da sua insistência, o governo aprovou uma série de normas para proteger as crianças contra os exploradores e para lhes dar a possibilidade de frequentar a escola. A religiosa conhecia pelo nome cada um dos componentes da colónia de leprosos e conseguiu mudar a vida de todos aqueles que eram obrigados a viver em tal lugar, introduzindo a higiene, favorecendo um certo sentido de orgulho e também a possibilidade de lazer, demonstrando enfim que os marginalizados são amados de modo especial por Deus, que se interessa por eles e deseja aliviar as suas dores e os seus sofrimentos.

Os historiadores dessa época referiam-se frequentemente a ela como uma "religiosa exemplar", dotata de um "coração extraordinário". Madre Marianne era uma mulher que não gostava de ser objecto de atenção e cujo mote foi sempre: "Somente para Deus". Na circunstância da sua morte, ocorrida no dia 9 de Agosto de 1918, os jornais elogiaram-na universalmente como santa e mártir.

 

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