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ASCENSÃO NICOL GOÑI (1868-1940)

 

ASCENSÃO NICOL GOÑI nasceu no dia 14 de Março de 1868, na localidade de Tafalla, Navarra (Espanha), e recebeu o nome de baptismo Florença.

Ainda adolescente, entrou no colégio de Santa Rosa de Lima, na cidade de Huesca. O contacto assíduo com a vida religiosa dominicana levou-a a interrogar-se imediatamente sobre a sua vocação, que pouco a pouco começou a definir-se na sua alma. Depois de ter emitido os primeiros votos, começou a trabalhar como professora, função esta que desempenhou durante vinte e oito anos.

Quando o Estado confiscou as Escolas da Comunidade de Huesca, as religiosas perderam uma boa parte do seu trabalho e das suas actividades de apostolado. Desejando trabalhar em favor das missões, elas ofereceram-se para desempenhar o seu serviço religioso no Peru; em 1913, acompanhada pelo Servo de Deus Frei Ramón Zubieta, O.P., perito em viagens missionárias difíceis, Madre Ascensão partiu com a primeira expedição, formada por cinco religiosas e três missionários, estabelendo-se primeiro em Lima, onde ficou à espera de poder partir para o Vicariato Apostólico de Urubamba y Madre de Dios (actualmente, Porto Maldonado), na selva peruana.

Depois de uma viagem longa e arriscada, através dos Andes e da navegação de rios perigosos, em 1915 Madre Ascensão e outras duas religiosas chegaram ao seu destino, situado na confluência de dois grandes rios, Madre de Dios e Tambopata, através dos quais então se realizavam todas as comunicações locais.

As religiosas foram recebidas com demonstrações de alegria e afecto, e retribuíram com o compromisso na causa da promoção da mulher e da educação das crianças, gestos inauditos para as populações que habitavam a floresta. Madre Ascensão era a prova de que Deus estava presente nesse lugar longínquo, no meio dos pobres.

A sua vida missionária dava-lhe tanta alegria que o peso dos sacrifícios da sua nova vida tinham pouca importância. De facto, ela sentia-se feliz por viver e trabalhar nas missões, ao serviço dos pequeninos. Depois de poucos dias, as religiosas abriram um colégio para meninas e um internato para as jovens mais pobres e deserdadas, dando a sua preferência às nativas. Gradualmente, aprofundou-se nas irmãs a reflexão sobre a questão social que se vivia na selva, de modo particular o conflito entre os indígenas e os cultivadores de cauchu.

Em seguida, começaram a chegar enfermos graves, em busca de ajuda, e as religiosas passaram a abrir as portas da sua casa também a eles, enquanto esperavam uma solução melhor. Depois, elas mesmas começaram a visitar os doentes e a prestar-lhes os primeiros socorros, abrindo sempre novos campos de apostolado.

Madre Ascensão manifestava uma grande fé e vivia as práticas de oração em estreita observância. Dialogava sempre com Deus, durante as viagens de barco, no dorso de um burro, de canoa ou a pé, enquanto descobria as belezas da cordilheira dos Andes e da selva. Sobretudo, experimentava o encontro com Deus nas jovens nativas da floresta e nas mulheres mais necessitadas. A sua experiência de Deus era tão arrebatadora, que ela chegava a dizer: "Não posso explicar o que a minha alma experimenta... Nunca me senti tão próxima de Deus, como nos meus 16 meses na montanha".

No início, nem Madre Ascensão, nem D. Zubieta tinham a intenção de fundar um Instituto religioso, mas terminaram por tomar tal decisão, seguindo o conselho que receberam do Mestre da Ordem dos Pregadores. Assim, o dia 5 de Outubro de 1918, Vésperas da Virgem do Rosário, foi escolhido como data para dar início à vida da nova congregação, com uma cerimónia solenemente celebrada na igreja de Nossa Senhora do Patrocínio, em Lima.

A Congregação nascente contava quatro casas, das quais uma era a sede do noviciado.

Madre Ascensão foi nomeada a primeira Superiora-Geral e dedicou à congregação o resto da sua vida terrena, vindo a falecer no dia 24 de Fevereiro de 1940.

Em 24 de Setembro de 1962 teve lugar em Pamplona (Espanha) a solene abertura do Processo de Beatificação, que terminou em 1968. No dia 12 de Abril de 2003, na presença do Papa João Paulo II, leu-se o decreto sobre as suas virtudes heróicas, e no dia 20 de Dezembro de 2004, o decreto relativo a um milagre.

 

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