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SYNODUS EPISCOPORUM
BOLETIM

II ASSEMBLEIA ESPECIAL PARA A ÁFRICA
DO SÍNODO DOS BISPOS
4-25 OUTUBRO 2009

A Igreja em África ao serviço da reconciliação, da justiça e da paz.
"Vós sois o sal da terra ... Vós sois a luz do mundo" (Mt 5, 13.14)


Este Boletim é somente um instrumento de trabalho para uso jornalístico.
A
s traduções não possuem caráter oficial.


Edição portuguesa

12 - 08.10.2009

SUMÁRIO

- SÉTIMA CONGREGAÇÃO GERAL (QUINTA-FEIRA, 8 DE OUTUBRO DE 2009 - TARDE)
- TERÇO COM OS UNIVERSITÁRIOS

SÉTIMA CONGREGAÇÃO GERAL (QUINTA-FEIRA, 8 DE OUTUBRO DE 2009 - TARDE)

- INTERVENÇÕES NA SALA (CONTINUAÇÃO)


Às 16h30 de hoje, quinta-feira, 8 de Outubro de 2009, com a Oração pela Assembleia Especial para a África do Sínodo dos Bispos, teve início a Sétima Congregação Geral, para a continuação das intervenções dos Padri Sinodais na Sala sobre o tema sinodal A Igreja em África ao serviço da reconciliação, da justiça e da paz “Vós sois o sal da terra ... Vós sois a luz do mundo” (Mt 5, 13.14).

Presidente Delegado de turno S.Em. Card. Francis ARINZE, Prefeito emérito da Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos (CIDADE DO VATICANO).

Nesta Congregação Geral que se concluiu às 17h30 com a Oração Pro Felici Synodi Exitu estavam presentes 212 Padres.

A Congregação Geral foi suspensa para permitir aos Padres sinodais participarem no concerto "Os jovens contra a guerra - 1939-2009" no Auditorium della Conciliazione de Roma, na presença do Santo Padre Bento XVI.
O evento, que marca o 70º aniversário do início da Segunda Guerra Mundial, é promovido pelo Pontifício Conselho para a Promoção da Unidade dos Cristãos e pela Comissão para as relações com o Judaísmo, pela Embaixada alemã junto à Santa Sé e pelo KulturForum, de Mainau. O evento é patrocinado pelo Comité Hebraico Internacional para as Consultas Inter-religiosas e financiado por entidades italianas e alemãs. A orquestra, composta por jovens músicos provenientes de 10 nações, executará obras dos compositores Gustav Mahler e de Felix Mendelssohn Bartholdy, ambos judeus de nascimento e sucessivamente batizados. Mahler e Mendelssohn, respectivamente católico e protestante, sofreram o anti-semitismo.

[00023-06.04] [00000] [Texto original: italiano]

INTERVENÇÕES NA SALA (CONTINUAÇÃO)

Intervieram os seguintes Padres:

- S. Em. R. Card. André VINGT-TROIS, Arcebispo de Paris, Presidente da Conferência Episcopal (FRANÇA)
- S. Em. R. Card. Anthony Olubunmi OKOGIE, Arcebispo de Lagos (NIGÉRIA)
- S. E. R. Dom Orlando B. QUEVEDO, O.M.I., Arcebispo de Cotabato, Secretário-Geral da "Federation of Asian Bishops' Conferences" (F.A.B.C.) (FILIPINAS)
- S. E. R. Dom Matthew Kwasi GYAMFI, Bispo de Sunyani (GANA)
- S. E. R. Dom Francisco CHIMOIO, O.F.M. Cap., Arcebispo de Maputo (MOÇAMBIQUE)
- S. E. R. Dom Edward HIIBORO KUSSALA, Bispo de Tombura-Yambio (SUDÃO)- S. E. R. Dom John Anthony RAWSTHORNEain , Bispo de Hallam, Presidente da "Catholic Agency for Overseas Development" (C.A.F.O.D.), da Conferência Episcopal da Inglaterra e Gales (GRÃ-BRETANHA)
- S. E. R. Dom Jude Thaddaeus RUWA'ICHI, O.F.M. Cap., Bispo de Dodoma, Presidente da Conferência Episcopal (TANZÂNIA)
- S. E. R. Dom Francesco COCCOPALMERIO, Arcebispo titular de Celiana, Presidente do Pontifício Conselho para os Textos Legislativos (CIDADE DO VATICANO)
- S. E. R. Dom Edward Gabriel RISI, O.M.I., Bispo de Keimoes-Upington (ÁFRICA DO SUL)

Publicamos a seguir as sínteses das intervenções:

- S. Em. R. Card. André VINGT-TROIS, Arcebispo de Paris, Presidente da Conferência Episcopal (FRANÇA)

As relações entre as nossas Igrejas se inserem numa história mais do que secular. Mas as nossas relações evoluiram muito depois da primeira evangelização. As nossas Igrejas europeias puderam se alegrar ao ver as Igrejas africanas subsaarianas atingir a maturidade com uma hierarquia própria, um clero próprio, comunidades religiosas próprias, leigos próprios, profundamente envolvidos na vida das paróquias e no anúncio do Evangelho na terra africana,
Há alguns anos, as nossas relações se desenvolvem em um autêntico intercâmbio de dons. Certamente, muitas dioceses ou paróquias francesas estão comprometidas em ajudar de modo concreto as diversas igrejas na África, mas hoje muitas das nossas paróquias recebem uma ajuda importante das dioceses africanas.
Esta ajuda apresenta-se principalmente em duas formas. A primeira é o número de católicos africanos emigrados para a França. A segunda é que os sacerdotes africanos ocupam um lugar cada vez mais importante no dispositivo pastoral francês. Além dos sacerdotes estudantes (mais de 250 sacerdotes), que são numerosos nas cidades universitárias, recebemos cada vez mais sacerdotes africanos “fidei donum”. Actualmente são mais de 600, enquanto os sacerdotes franceses “fidei donum” não são mais de 70.
O chamado dos sacerdotes africanos e a sua acolhida supõe uma preparação e uma acolhida muito particulares. Gostaria, em particular, sublinhar um ponto muito importante. É necessário

que as relações entre os dois bispos (o bispo na África e o bispo na França) sejam as mais claras possíveis. Todas as vezes que se deixa de lado essas condições preliminares isso vai em detrimento da missão e em detrimento do sacerdote.
As dificuldades que encontramos não devem esconder a riqueza das relações entre as nossas Igrejas e impedir-nos de dar graças pelo intercâmbio de dons que vivemos.

[00111-06.04] [IN081] [Texto original: francês]

- S. Em. R. Card. Anthony Olubunmi OKOGIE, Arcebispo de Lagos (NIGÉRIA)

Gostaria que olhássemos para as famílias africanas como para a fonte de diversas bênçãos divinas para o crescimento e o bem-estar das famílias africanas em geral.
A África, definida no passado o «continente negro», hoje é vista numa luz diferente pelos seus colonizadores, embora na maior parte dos países o continente ainda conhece a pobreza; os pobres tornam-se cada vez mais pobres e os ricos cada vez mais ricos. A vida da família está a desmoronar por causa dos divórcios, infidelidades e ideologias ocidentais incompatíveis com a nossa cultura. Os recursos naturais necessários para o desenvolvimento da nossa sociedade são saqueados pelos neocolonialistas. Com efeito, pareceria que só os desonestos progridam na sociedade. Actualmente, o nosso moral está baixo e muitas pessoas, inclusive alguns líderes da Igreja, abandonando toda a prudência, dizem: «para que serve ser bom?». As palavras do profeta Malaquias «não tudo está perdido, basta confiar em Deus» são muito apropriadas para quem se encontra hoje na nossa posição. Parece que esquecemos que, como filhos, somos mais queridos a Deus que os filhos o são aos seus pais. Parece que esquecemos as palavras do Senhor Jesus «sem mim nada podeis fazer». Portanto, armemo-nos com a oração e sejamos pacientes porque em Deus a justiça autêntica prevalecerá, sabendo que o seu amor por nós supera qualquer coisa que podemos imaginar.
Geralmente, os africanos são conhecidos como pessoas muito religiosas. A ideia de Deus ou da divindade é inata em nós. Por conseguinte, não surpreende que duas das religiões mais difundidas no mundo, o cristianismo e o islã, tenham sido acolhidas com ardor no continente. Contudo, é triste constatar que com frequência, destas duas religiões, tenha sido praticado o mal e tenham sido tornadas uma fonte de conflitos mortais na África. Não obstante, muitos pais dificilmente conseguem cumprir as próprias responsabilidades para com a família sem uma vida familiar de oração organizada, consciente, consistente e séria ou, dito em termos mais simples, sem recorrer a Deus nos momentos de dificuldade, de alegria e de sofrimento. Elas sabem e crêem firmemente que só Deus pode mudar, abençoar e tornar forte a família.
Ao agradecer-vos pelas diversas sugestões relativas à necessidade da oração, gostaria de unir a minha voz para realçar ainda mais a importância e a centralidade da oração nesta situação aparentemente desolada. Por mais que as coisas pareçam ir mal, por quantas soluções se possam propor, se elas não são abençoadas por Deus, pergunto-me quanto possa ser duradouro o nosso sucesso, se é que existe. Portanto, não esqueçamos de encorajar os nossos fiéis a propósito deste dom que Deus nos deu, sabendo que só com Ele poderemos ter sucesso. Ele é a videira e nós os ramos. Portanto, com Ele poderemos cumprir o nosso compromisso.

[00136-06.04] [IN097] [Texto original: inglês]

- S. E. R. Dom Orlando B. QUEVEDO, O.M.I., Arcebispo de Cotabato, Secretário-Geral da "Federation of Asian Bishops' Conferences" (F.A.B.C.) (FILIPINAS)

Como na Ásia, também na África as instâncias de reconciliação, justiça e paz têm uma dimensão global. Eis então o tráfico de armas, o comércio de mulheres e crianças, a destruição do meio ambiente, a corrupção, o apoio aos regimes ditatoriais, o controle da população, a migração, a pobreza e o subdesenvolvimento, a globalização económica, o aquecimento global e as mudanças climáticas. Isso acontece sobretudo porque as decisões que são impostas às populações do sul são tomadas pelos poderes do norte.
Problemas com características globais exigem uma reposta de dimensões globais. Nós temos esta resposta que tem uma dimensão de fé muito peculiar.
Temos uma visão da pessoa humana, de toda a humanidade e da criação em seu conjunto, à luz da fé. O homem tem uma origem divina e um destino eterno. Toda a humanidade está em peregrinação rumo ao Reino de Deus. A criação clama na expectativa da parusia. Acreditamos que Jesus, nosso Senhor e Salvador, seja o Reconciliador último, a nossa justiça e a nossa paz. Acreditamos na Igreja como família de Deus, como comunhão, que tem a vocação de proclamar Jesus Senhor e Salvador e anunciar que o Reino de Deus entrou na história na pessoa de Jesus. Estamos perfeitamente conscientes de que a Igreja é estruturada em Conferências Episcopais em cada continente do mundo. Precisamos desta visão e desta estrutura global para enfrentar as tarefas urgentes que temos diante de nós.
Por este motivo proponho respeitosamente que alguma agência vaticana convoque uma reunião com alguns bispos do norte e do sul em 2010. Auxiliados por especialistas e por agências de apoio às Igrejas, poderiam planificar e elaborar um projecto de solidariedade e comunhão entre os bispos do sul-sul e norte-sul, a fim de oferecer respostas às urgentes instâncias da reconciliação, da justiça e da paz, do ponto de vista da fé e da moralidade religiosas. A força portante, e também o fruto de tal communio-in-actione seria a Caritas in veritate.
A nossa batalha é contra a corrupção. Os nossos esforços terão frutos duradouros somente se a oração for parte integrante de nosso compromisso. Que Maria, Consoladora dos Aflitos e Rainha da Paz, interceda por nós.

[00101-06.04] [IN071] [Texto original: inglês]

- S. E. R. Dom Matthew Kwasi GYAMFI, Bispo de Sunyani (GANA)

Em algumas partes da África, por causa da cultura e tradição do povo antes da Igreja ser introduzida, muitas mulheres africanas se encontram em casamentos polígamos sem nenhuma culpa sua. Por causa disso, muitas das mulheres que vão à Igreja têm negado o Sacramento da Iniciação, a Reconciliação e o Matrimônio. Atentos a essas mulheres que saem dos casamentos polígamos nos quais, muitas vezes, são as primeiras esposas com filhos, resulta em indisíveis dificuldades económicas e tensões sociais. Nos casos onde mulheres têm que sair sem o consentimento dos maridos e das extensas famílias e igreja tem sido citada por injustiças, insegurança, rompimento de famílias, fomentar a desunião e destruir a coesão social. Em certos casos onde os maridos se sentem ofendidos pela acção das mulheres que deixam o casamento para receber os sacramentos da Iniciação, a mulher e seus filhos têm negado o apoio e em compensação resulta em sérias dificuldades económicas e insegurança. Situações como essas têm desencorajado muitas mulheres com experiência similar de se divorciarem de seus maridos polígamos para receber os sacramentos da iniciação. O resultado é que em algumas partes da África muitas mulheres vão à Igreja regularmente e activamente participam em todas as actividades da Igreja, mas lhes são negados os sacramentos da Iniciação, Reconciliação e Matrimônio, sem contar os muitos funerais cristãos apropriados por não serem batizadas.
A Igreja precisa se dirigir a esta dolorosa e desagradável situação na África dando especiais privilégios à mulher, que têm sido as primeiras esposas com crianças e sem culpa própria se tornaram vítimas de casamentos polígamos, a receberem os Sacramentos da Iniciação e outros. A recepção dessas penosas mulheres aos Sacramentos irá permitir a elas partilharem na paz e na reconciliação oferecidas pela compaixão e paz de Nosso Senhor Jesus Cristo que veio chamar os pecadores e não os justos.

[00102-06.03] [IN072] [Texto original: inglês]

- S. E. R. Dom Francisco CHIMOIO, O.F.M. Cap., Arcebispo de Maputo (MOÇAMBIQUE)

Na sua missão profética a Igreja deve insistir na pratica e exortação para actos que consolidam e dignificam a Paz na Africa, apelando aos governantes políticos e ao povo a privilegiar acções concretas.
Das forças de segurança onde os chefes devem ter a capacidade de actuar acima dos partidos políticos, sobretudo nos eventos eleitorais, manifestações públicas etc.
Das Instituições judiciárias que muitas vezes detêm indiscriminadamente os presumíveis organizadores de manifestações da oposição, deixando impunes e em absoluta liberdade os autores de emboscadas feitas aos organizadores de tais manifestações pacíficas.
Dos aparelhos dos Estados, viabilizando a ascensão na carreira publica dos funcionários do Estado conforme as suas simpatias políticas com partido no Governo.
Combate efectivo contra todo o tipo de corrupção, descriminação e opressão, sobretudo no sector público.
O caminho da construção da Paz, dom de Deus, é o caminho da redenção, pela oferta amorosa, pacífica de um modo novo de viver.
A Paz trazida a nós por Cristo esta à disposição de todos os que põem em pratica a lei da justiça e do amor estabelecida por Deus para a harmonia da criação.
Urge que a Igreja apele a Africa a ter urna consciência purificada para trabalhar honestamente para o bem comum. Urge também que a Igreja seja a voz dos que não têm voz e nem vez denunciando corajosamente todos os planos que escravizam os homens. É necessário que nos esforcemos em criar a paz interior e exterior e mantê-la, pois é fruto da conquista e auto-disciplina.

[00103-06.03] [IN073] [Texto original: português]

- S. E. R. Dom Edward HIIBORO KUSSALA, Bispo de Tombura-Yambio (SUDÃO)

Há uma evidente incapacidade para construir confiança e enfrentar questões-chave entre o Norte e o Sul antes do referendo, o que poderia resultar em violência depois do referendo.
- Nível geral da violência no Sul (especialmente inter-tribal);
- Atrocidades do LRA na diocese de Tombura-Yambio,no Estado da Equatória Ocidental 240.000, IDPS, 31 refugiados da República Democrática do Congo e da República Centro-Africana, crises humanitárias, etc. Quem aprisionará Kony, isto é um problema regional e internacional que requer semelhantes resoluções.
- Comunidade Internacional parte após CPA sem segurança,
- Continuada união/ desunião da liderança do SPLM e surgimento de um pós-guerra frágil no sul do Sudão com ministros que têm reforços militares é de facto um dilema.
A relação entre os serviços oferecidos pelas ONGs e pelos GOSS (p.ex.,as ONGs já não conseguem atender a grande maioria dos serviços médicos); isto por si só pode provocar violência.
Reforma do MDFT e das estratégias de assistência em geral e sua relutância em ajudar.
- Incapacidade por parte do Norte a tornar atraente a unidade, lei islâmica sempre vigente no Norte.
- Medida em que o conflito no Darfur é impedido por políticas internas e internacionais.
- Armamento de ambos os lados; contínua falta de transparência.
- Recolha de reclamações provenientes do Sul; o Norte confronta-se novamente com grupos dissidentes no Sul;
- Obscuras e inadequadas resoluções de fronteiras;
- Diminuição do preço do petróleo, do qual o Sudão depende para a sua receita. Os recursos naturais nunca desenvolvem os países, como a história nos diz.
A recente acusação por parte do Tribunal penal internacional do Presidente Omar Bashire, que ulteriormente legitimou a hostilidade e isso, devido a um certo nível de incerteza acerca da actuação do CPA, pode levar ao retorno do conflito armado ou a uma declaração de independência unilateral antes do referendo.
Recomendações ou sugestões:
a) A esperança que este Sínodo dirija a nossa busca pela salvação na África é a nossa percepção do futuro, e procuraremos ir de modo criativo na direcção de um renascimento cultural, económico, político e espiritual, como base para uma nova sociedade nos nossos países.
b) Temos necessidade de grupos de peritos a diversos níveis, quer regional quer nacional.c) Precisamos de lobbies e de apoios para prevenir os piores cenários do Sudão. Foram dados bons exemplos pelo AMECEA, SECAM, pela Conferência Episcopal da África do Sul, pela Conferência europeia, incluindo a Santa Sé.
Enfim, serão a coragem da ‘história completa’ sobre nós a visão honesta da nossa existência, da nossa história e da nossa realidade nos momentos de altos e baixos, tristes e felizes que trarão a justiça e a paz. Necessitamos quer dos Zaqueus quer dos Bons Samaritanos da Bíblia Sagrada.

[00106-06.11] [IN076] [Texto original: inglês]

- S. E. R. Dom John Anthony RAWSTHORNE, Bispo de Hallam, Presidente da "Catholic Agency for Overseas Development" (C.A.F.O.D.), da Conferência Episcopal da Inglaterra e Gales (GRÃ-BRETANHA)

Com o apoio das agências católicas internacionais, a Igreja na África confronta-se com o Hiv e a SIDA já muito tempo antes do primeiro Sínodo para a África. Aparentemente hoje, a preocupação está a reduzir-se, embora para muitos africanos, o problema permanece grave. A solidariedade católica deve continuar a sustentar o compromisso a longo prazo da Igreja na África, para aumentar a consciência, para acompanhar as pessoas doentes e aquelas envolvidas, para formar os jovens e para enfrentar este grande desafio.

[00107-06.05] [IN077] [Texto original: inglês]

- S. E. R. Dom Jude Thaddaeus RUWA'ICHI, O.F.M. Cap., Bispo de Dodoma, Presidente da Conferência Episcopal (TANZÂNIA)

A Igreja na África (seja como família, seja como comunidade cristã de base, paróquia ou diocese) tem o dever de responder aos desafios enumerados nos parágrafos acima citados do Instrumentum laboris. Em consideração à sua missão profética, peço a este sínodo que apoie a Igreja na África a fim de responder a estes desafios:
- Apoiando e realizando uma catequese mais profunda e constante. Isto permitirá à fé recebida de tornar-se uma experiência pessoal e uma realidade vivida profundamente, capaz de transformar, guiar e oferecer um sólido ponto de apoio para as decisões e acções. É necessária uma sólida inculturação dos valores evangélicos, que devem incidir sobre a vida da pessoa, da família, das comunidades cristãs de base e da sociedade em geral, permitindo a cada um aceitar o dom de Cristo e o seu convite aos discípulos para que sejam Sal da terra e Luz do mundo.
- Investindo numa formação coerente da consciência. Isto permitirá aos indivíduos e às comunidades serem claros e coerentes nas questões, demonstrando assim a coragem e a integridade para discernir e tomar decisões justas todas as vezes em que se encontrem em situações que os desafiem no seu chamado profético, pedindo a eles para que assumam uma posição clara e inequívoca sem temer o preço a pagar.
- Exortando e ajudando cada fiel a ter coragem e integridade para seguir seriamente o chamado à conversão pessoal e comunitária, ajudando-o, neste sentido, a dar um testemunho cristão convicto, coerente e crível. Tudo isso deve estar permeado pela Palavra de Deus, pelos Sacramentos (especialmente a Reconciliação e a Eucaristia) e pelos ensinamentos sociais da Igreja, que devem ser difundidos de modo mais amplo e assíduo, para que possam guiar e modelar o pensamento, a acção e a escala de valores dos fiéis.
- Encorajando, sustentando e favorecendo iniciativas para a emancipação, a protecção e a promoção das mulheres, das crianças e de todos aqueles cuja dignidade, de qualquer modo está ameaçada. Entre as iniciativas contempladas, vale a pena sublinhar a necessidade de uma maior decisão ao criar e sustentar os comités para a justiça, a paz e para o cuidado da Criação como instrumentos privilegiados de apoio e formação.

[00108-06.06] [IN078] [Texto original: inglês]

- S. E. R. Dom Francesco COCCOPALMERIO, Arcebispo titular de Celiana, Presidente do Pontifício Conselho para os Textos Legislativos (CIDADE DO VATICANO)

Escolho um tema directamente conexo ao serviço que desempenho na Cúria Romana, isto é, falo da actividade legislativa das Conferências episcopais no Continente africano.
Como bem sabeis, o Código de Direito Canónico de 1983, é tendencialmente uma lei-quadro, no sentido de que estabeleceu algumas regras de vida eclesial bastante gerais e em seguida deixou às várias Igrejas particulares as determinações concretas adaptadas aos diversos lugares e culturas.
A escolha actuada pelo Código foi muito sábia: com efeito, por um lado, as coisas essenciais devem ser iguais para todas as Igrejas particulares, enquanto, por outro, o que não for essencial não deve ser imposto a todos, de modo que todas as tradições e culturas sejam valorizadas.
A preferência do Código, por conseguinte, apresenta-nos dois postulados: o da unidade e o da diversificação.
O postulado da unidade. Todos estamos bem conscientes de que o direito canónico é a expressão da unidade da Igreja como sociedade. A Igreja não é uma multinacional, na qual os dirigentes procuram soluções de acordo com cada momento, mas é uma comunidade representada como sociedade que teve origem em Jesus Cristo, que nos séculos cunhou a própria experiência de fé em princípios doutrinais e em regras de comportamento que exprimem a sua unidade.
O postulado da diversificação. É claro que novas situações requerem novas soluções. No nosso caso, as peculiaridades das Igrejas que se encontram na África exigem soluções normativas adequadas a tais situações. Não devemos impor às Igrejas na África o que não é essencial. Devemos respeitar e valorizar as suas culturas jurídicas e as suas tradições normativas.
Um dos modos para actuar a valorização dessas particularidades é a legislação canónica, à qual as várias Igrejas, ou melhor as várias Conferências episcopais são chamadas a trabalhar.
A que ponto estamos com este trabalho?
Uma estatística recente faz-nos conhecer que em 34 Conferências episcopais 20 ainda devem emanar os decretos operativos segundo as indicações do Código de direito canónico.
Aproveito a ocasião deste Sínodo para expor às Conferências episcopais a importância do serviço da legislação canónica.
Queridos irmãos, Bispos africanos, actuai com empenho os dois postulados da unidade e da diversidade: plenamente fiéis à normativa universal, mas, evidenciai também com normas particulares por vós sabiamente emanadas, as peculiaridades das vossas Igrejas.
Desse modo, levareis um contributo qualificado para a comunhão eclesial e especificamente um reconhecimento às riquezas tradicionais e culturais que fazem das Igrejas na África células de impetuosa vitalidade para o Corpo da Igreja universal.

[00109-06.03] [IN079] [Texto original: italiano]

- S. E. R. Dom Edward Gabriel RISI, O.M.I., Bispo de Keimoes-Upington (ÁFRICA DO SUL)

Ao proclamar o Evangelho e tentar aprofundar o seu significado e a sua prática na África, estamos diante dos mesmos desafios encontrados pela cultura. A Igreja ocupa uma posição privilegiada, pois o seu esforço em promover os valores do Evangelho é semelhante ao desafio enfrentado pelos povos da África em seu compromisso de preservar e promover os estimados valores do seu legado cultural. Criar oportunidades de diálogo oferece à Igreja a ocasião para compreender aqueles que sentem a alienação, numa África cada vez mais secularizada e globalizada, com as suas dolorosas recordações da colonização e da opressão. É importante o esforço para um diálogo aberto e sincero que forje o nosso caminho e para que a influência do Evangelho, assim como da cultura, não se disperse entre as vozes emergentes na África. De modo especial, comprometer-se novamente com o SECAM pode ser um importante instrumento do diálogo no nosso continente.

[00110-06.05] [IN080] [Texto original: inglês]

TERÇO COM OS UNIVERSITÁRIOS

Uma “Segunda visita virtual à África”. Foi o que disse o Secretário-Geral do Sínodo dos Bispos para a África, Dom Nikola Eterovic, no encerramento da Quinta Congregação Geral, definindo assim o encontro de sábado 10 de outubro, na Sala Paulo VI, no Vaticano. O Santo Padre Bento XVI presidirá o Terço intitulado “Com a África e para a África”. Estarão presentes no encontro os Padres Sinodais e os estudantes das universidades pontifícias de Roma, conectados via satélite com os jovens universitários de 9 capitais africanas: Cairo (Egipo), Nairóbi (Quênia), Cartum (Sudão), Antananarivo (Madagáscar), Joanesburgo (África do Sul), Onitsha (Nigéria), Kinshasa (República Democrática do Congo), Maputo (Moçambique), Uagadugu (Burquina Faso).
O encontro é promovido pela Secretaria Geral do Sínodo dos Bispos e pelo Departamento de Pastoral Universitária do Vicariato de Roma, por ocasião da II Assembleia Especial para a África do Sínodo dos Bispos. A vigília iniciará às 17h e às 18h o Santo Padre entrará na Aula para presidir o Terço. A animação está a cargo da Orquestra Nacional dos Conservatórios de Música e dos Coros dos Conservatórios e das Universidades Italianas. No final da vigília, “Peregrinação da Cruz”.

[00113-06.04] [RE000] [Texto original: italiano]
 

 

 

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