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HOMILIA DO CARDEAL ALFONSO LÓPEZ TRUJILLO
 NO SANTUÁRIO DE FÁTIMA

13 de Julho de 2002

 


Como é bom o Senhor que nos reuniu aqui, neste Santuário de Fátima, que atrai multidões de peregrinos, diante de Nossa Senhora, que repetidas vezes se manifestou aos pequenos pastores com particular amor.

Segundo a linguagem simbólica do Apocalipse, que representa Nossa Senhora "vestido de sol, com a lua debaixo dos pés e uma coroa de doze estrelas ao redor da cabeça", os crentes têm verdadeiramente um grande sinal.

Neste texto tão cheio de significado, a tradição vê a Mãe de Deus e da Igreja associada intimamente ao mistério da Redenção no fruto abençoado do Seu ventre, Jesus. Foi nele que se realizou a salvação, a força e o reino do nosso Deus e a potência do seu Cristo.

A Mãe bendita está igualmente ligada ao mistério da Cruz onde o sangue redentor do Cordeiro se derrama para a salvação do mundo, e inaugura a vitória daquele que reina vivo tendo vencido o poder do mal.

No combate final entre o Filho, nascido da Mulher, Jesus Cristo, chamado a governar todas as nações com o poder conferido pelo Pai, e Satanás, se joga a sorte de toda a humanidade. O poder do mal procura seduzir toda a terra. A fúria do Dragão ameaça a todos:  a mulher e a sua descendência. Portanto, àquele combate histórico e decisivo está vinculada a Mãe de Jesus, na mais plena e especial solidariedade.

A Igreja durante os séculos continua envolvida nesta luta. Estamos bem conscientes que as forças do mal "non praevalebunt", não vencerão. Pelo contrário, no mistério da Páscoa foram vencidas pelo sangue do Cordeiro, que precipitou Aquele que acusava e perseguia os que, pela fé, pertenciam a Jesus:  "Dux vitae regnans vivus", o Príncipe da vida que reina vivo...

Participam desta luta do nosso Redentor aqueles que, envolvidos na solidariedade humana, tornam presente o Cristo entre os homens, através da sua caridade viva e operante. É assim que vemos a Ajuda à Igreja que sofre, obra providencial, fundada pelo Padre Werenfried Van Straten, num mundo onde ainda ecoavam os canhões da II Guerra Mundial; e esta obra já se estende à abençoada terra de Portugal.

Sob a direcção do ensino e do encorajamento sempre presente do Santo Padre, a Ajuda à Igreja que sofre trabalha com plena fidelidade, para a grande causa da Igreja e da humanidade, com um amor solidário que brota do próprio Senhor.

Eis porque esta celebração, neste Santuário, é tão rica de significado.

Agarrados ao bem, alegres na esperança, solícitos às necessidades dos irmãos, estamos conscientes de que tudo se apoia na caridade de Cristo, como acabamos de ouvir na leitura da Carta aos Romanos.

Estamos aqui para pedir a Nossa Senhora que abençoe todas as actividades desta Fundação em Portugal, convencidos de que, como ouvimos no Evangelho, Nossa Senhora está sempre atenta e pronta a ajudar aqueles que se encontram em dificuldade. Assim fez nas bodas de Caná:  "Eles não têm vinho". Hoje a muitas pessoas falta tudo, estão em extrema pobreza; como existem também muitas comunidades cristãs pobres, que precisam de ajuda para desenvolver o mais precioso serviço, o da evangelização, ou da Nova Evangelização. Existem, de verdade, muitas urgências pastorais, em todo o lugar...

A Fundação Ajuda à Igreja que sofre escolheu como prioridades pastorais o que se refere a tão grande causa:  Evangelho da Vida e o Evangelho da Família. Diante de todas estas necessidades, desafios e iniciativas urgentes, parece-nos que estamos escutando, aqui, aos pés de Nossa Senhora, as Suas palavras em Caná:  "Fazei o que Ele vos disser".

Eu penso que o Pe. Werenfried e todos os colaboradores têm uma sensibilidade singular, uma intuição particular para seguir os desejos da Mãe e Rainha da Família e da Vida.

Que as graças e as bênçãos do Seu Filho, Jesus, passando como um rio através das intercessões da Mãe, continuem a preencher os vossos projectos e o vosso generoso e fecundo trabalho.

 

 

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