1150- Sinais da Aliança
O povo eleito recebe de Deus sinais e símbolos distintivos, que marcam a sua vida litúrgica: já não são unicamente celebrações de ciclos cósmicos e práticas sociais, mas sinais da Aliança, símbolo das grandes obras de Deus em favor do seu povo. Entre estes sinais litúrgicos da Antiga Aliança, podem citar-se a circuncisão, a unaòão e a sagração dos reis e dos sacerdotes, a imposição das mãos, os sacrifícios e sobretudo a Páscoa. A Igreja vê nestes sinais uma prefiguração dos sacramentos da Nova Aliança.
1169 - É por isso que a Páscoa não é simplesmente uma festa entre outras; é a «festa das festas», «solenidade das solenidades», tal como a Eucaristia é o sacramento dos sacramentos (o grande sacramento). Santo Atanásio chama-lhe «o grande domingo» (ep. fest., 329), tal como a Semana Santa é chamada no Oriente «a semana maior». O mistério da Ressurreição, em que Cristo aniquilou a morte, penetra o nosso velho tempo com a sua poderosa energia, até que tudo Lhe seja submetido.
1334 - Na Antiga Aliança, o pão e o vinho são oferecidos em sacrifício entre as primícias da terra, em sinal de reconhecimento ao Criador. Mas também recebem um novo significado no contexto do Êxodo: os pães ázimos, que Israel come todos os anos na Páscoa, comemoram a pressa da partida libertadora do Egipto; a lembrança do maná do deserto recordará sempre a Israel que é do pão da Palavra de Deus que ele vive. Finalmente, o pão de todos os dias é o fruto da terra prometida, penhor da fidelidade de Deus às suas promessas. O «cálice de bênção» (1Co 10, 16), no fim da ceia pascal dos judeus, acrescenta à alegria festiva do vinho uma dimensão escatológica  a da expectativa messiânica do restabelecimento de Jerusalém. Jesus instituiu a Eucaristia, dando um sentido novo e definitivo à bênção do pão e do cálice.
1339 - Jesus escolheu a altura da Páscoa para cumprir o que tinha anunciado em Cafarnaum: dar aos seus discípulos o seu Corpo e o seu Sangue:
Veio o dia dos Ázimos, em que devia imolar-se a Páscoa. Jesus enviou então a Pedro e a João, dizendo: "Ide preparar-nos a Páscoa para que a possamos comer" (...). Partiram pois, (...) e prepararam a Páscoa. Ao chegar a hora, Jesus tomou lugar à mesa, e os Apóstolos com Ele. Disse-lhes então: "Tenho ardentemente desejado comer convosco esta Páscoa, antes de padecer. Pois vos digo que não mais a comerei, até que ela se realize plenamente no Reino de Deus". (...) Depois, tomou o pão e, dando graças, partiu-o, deu-lho e disse-lhes: "Isto é o Meu corpo, que vai ser entregue por vós. Fazei isto em memória de Mim". No fim da Ceia, fez o mesmo com o cálice e disse: "Este cálice é a nova Aliança no meu Sangue, que vai ser derramado por vós" (Lc 22, 7-20).
1340 - «Celebrando a última Ceia com os Apóstolos, no decorrer da refeição pascal, Jesus deu o seu sentido definitivo à Páscoa judaica. Com efeito, a passagem de Jesus para o Pai, por sua Morte e Ressurreição  a Páscoa nova  é antecipada na Ceia e celebrada na Eucaristia, que cumpre a Páscoa judaica e antecipa a Páscoa final da Igreja na glória do Reino».
1363 - No sentido da Sagrada Escritura o memorial não é somente a lembrança dos acontecimentos do passado, mas a proclamação das maravilhas que Deus fez por amor dos homens. Na celebração litúrgica destes acontecimentos, eles tornam-se de certo modo presentes e actuais. É assim que Israel entende a sua libertação do Egipto: sempre que se celebrar a Páscoa, os acontecimentos do Êxodo são tornados presentes à memória dos crentes, para que conformem com eles a sua vida.