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 MARIA ROMERO MENESES

(1902-1977)

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Nasceu a 13 de Janeiro de 1902 em Granada (Nicarágua), de uma família de antiga descendência espanhola e de condição médio burguesa. Antepenúltima dos treze filhos de Félix Romero Arana e Ana Meneses Blandón, recebeu os primeiros rudimentos de educação geral, acompanhados de uma sólida formação cristã. E, com a idade de oito anos, viveu com intensa paixão a festa do primeiro encontro com Jesus na Eucaristia e, quatro anos mais tarde, entrou na escola das religiosas Filhas de Maria Auxiliadora, então recém-chegadas à Nicarágua e ainda acomodadas numa sede provisória.

Voltou à escola depois de ter sido curada, por intercessão da Virgem Maria, de uma doença que a levou a um passo da morte, cultivando com raro talento o estudo da música, do desenho e da pintura. Inscreveu-se no Instituto das Filhas de Maria, reconhecendo que sentia uma alegria indescritível ao consagrar-se com plena confiança à Mãe do Céu. Com o consentimento do seu confessor, emitiu de forma particular o voto de castidade. Com a idade de 18 anos, pôde coroar o desejo que a acompanhava desde a puberdade:  entrar no Instituto das Filhas de Maria Auxiliadora para ser educadora de um grande número de jovens.

Depois de ter terminado o noviciado, em 1923 consagrou-se a Deus e a Nossa Senhora, emtindo os votos religiosos. Em 1931 foi transferida para a Costa Rica, que se tornará o lugar do seu corajoso ministério nos caminhos do Senhor. Ensinava música, desenho e dactilografia, completando a sua actividade educativa com a catequese para os jovens da periferia da capital, São José, que começavam a ver nela "a acção do Espírito Santo". Graças a este "reconhecimento", em 1934 Maria Romero Meneses deu vida a uma actividade de evangelização, em ordem a socorrer e abrir à Verdade as famílias mais pobres e marginalizadas, para isto contando com a caridade das famílias mais ricas, não raro a ela ligadas pela eficácia da sua oração e conquistadas pela sua fé rica e pura:  de facto, enquanto procurava promover a vida material e moral-cultural dos pobres, ao mesmo tempo visava a "redenção" dos abastados, alcançando sempre resultados excelentes, porém não sem vários momentos de grave dificuldade e incompreensão.

Em 1961, Maria Romero Meneses deu início a uma série de cursos de qualificação profissional para os jovens mais deserdados, pois era sempre sensível ao "grito dos pobres". Esta iniciativa tornou-se a força-motriz de muitas outras actividades que o amor lhe haveria de sugerir, para dar luz e vida aos ambientes mais sórdidos da sociedade. Daqui haviam de surgir as Obras sociais de Maria Auxiliadora, a favor dos mais necessitados. Em 1965, com a autorização do Bispo ordinário, começou uma série de exercícios espirituais destinados às várias categorias:  jovens, benfeitores das Obras e mães de família que, com os seus filhos não raro doentes, ali recebiam a assistência médica gratuita. Contando com a colaboração e a disponibilidade de alguns médicos e enfermeiros de boa vontade, em 1966 ajudou a fundar um Poliambulatório, que se revelou de grande utilidade para muitos.

Em 1969 viajou até à Itália para conhecer os "lugares salesianos" e, em Roma, ser recebida em audiência pelo Papa Paulo VI, deixando em toda a parte profundas impressões de inconfundível sentido eclesial, de ardor missionário incansável e de amor apaixonado pela Santíssima Virgem Maria:  impressões estas que se podiam muito bem resumir num elevado e clarividente conceito de santidade.

Com o consentimento do então Arcebispo de São José e a aprovação da sua Superiora, em 1973 tomou a iniciativa e contribuiu para a construção de um certo número de casas destinadas aos desabrigados das periferias, desprovidos de qualquer recurso e socorro, que às vezes nem sequer ousavam estender a mão em gesto de súplica, por um inato sentido de dignidade. Outro dom providencial de que o Espírito Santo enriqueceu Maria Romero Meneses foi o da escuta e do conselho, que ela, com paciência exemplar, não negava a ninguém.

A morte surpreendeu-a no dia 7 de Julho de 1977, quando acabava de regressar da Nicarágua para um período de descanso. Porém, a morte repentina não a encontrou sem preparação. No final de cada dia de labuta e afã a sua alma, habitualmente orientada para Deus, podia louvá-lo com o Salmista:  "Na tua presença, ó Senhor, encher-me-ás de alegria infinita!".

 

 

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