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 INÁCIO MALOYAN

 

Nasceu em Mardin (actualmente, Turquia) no dia 19 de Abril de 1869, de pais piedosos que viviam no temor de Deus e tinham grande amor ao próximo. Desde criança, entregava-se à oração, desejando cumular a sua alma com as virtudes cristãs. Juntamente com os seus companheiros, assistia aos ofícios religiosos todos os dias. Na escola, adquiriu uma boa formação e o domínio de duas línguas:  árabe e turca. Descobrindo a sua inegável vocação para o sacerdócio, em 1883 o Arcebispo da Comunidade arménio-católica enviou-o para o Líbano, onde viveu cinco anos, esforçando-se por adquirir virtudes e ciência e escolhendo Nossa Senhora como sua Mãe celeste e modelo de vida.

Por motivos de saúde, abandonou o Líbano em 1888 e regressou à sua terra natal. Três anos mais tarde, partiu novamente para o Líbano, onde sacerdotes eruditos lhe inculcaram a ciência da filosofia e da teologia. Tornou-se membro do Instituto do Clero Patriarcal de Bzommar e, a 6 de Agosto de 1896, recebeu a ordenação sacerdotal, escolhendo o nome de Inácio para divulgar a mensagem de Cristo a exemplo do seu santo inspirador.

Em virtude da sua formação e fé exemplares, foi nomeado pregador dos sacerdotes e seminaristas do convento de Bzommar e depois foi enviado para desempenhar o seu ministério pastoral no Egipto. Em seguida, em Istambul foi eleito secretário-geral do Patriarca Paulo Sabbaghian que, reconhecendo as suas virtudes, lhe conferiu o título de arcipreste. Depois de passar novamente alguns anos no Egipto, regressou a Mardin, onde deu um elevado testemunho de abnegação no seu ministério sacerdotal e, por isso, foi nomeado administrador dos assuntos temporais e espirituais da Eparquia, uma vez que o Bispo dessa Sede tinha renunciado ao governo pastoral da mesma.

Em 1911 veio a Roma como secretário-geral do Sínodo dos Bispos arménio-católicos e, a 22 de Outubro, foi nomeado Bispo da sua Eparquia natal, recebendo a consagração episcopal das mãos do Patriarca Paulo Terzian.

Quando regressou à sua Sede, desempenhou um ministério exemplar, esforçando-se por melhorar o nível educativo, cultural e religioso das escolas da comunidade arménia e difundindo um espírito de grande piedade. Nessa época, Mardin era uma das Eparquias arménio-católicas mais importantes. Apesar da sua intensa actividade pastoral, não descuidava a oração e a tradição monástica da frequência do Santíssimo Sacramento, exortando os seus fiéis a confiar no Sagrado Coração. Além disso, grande devoto de Maria, nunca deixava de recitar o rosário em companhia dos seus sacerdotes.

O seu patriotismo não passou despercebido ao sultão do Império otomano, que o condecorou com a Legião de Honra. Durante a guerra, os soldados otomanos invadiram as igrejas, semearam o terror, aprisionaram pessoas inocentes e torturaram-nas, suscitando o vigoroso protesto de D. Maloyan, que entretanto exortava os seus presbíteros a rezar para pedir a protecção divina.

Preso de maneira arbitrária pelas autoridades do governo, quando o queriam obrigar a professar a fé no Islão, respondeu energicamente:  "Nunca renegarei Cristo, nem os ensinamentos da Igreja católica, à sombra da qual cresci e da qual, sem ser digno, fui um dos seus ardorosos discípulos", provocando a fúria dos presentes.

Torturado atrozmente na prisão, foi morto no dia 9 de Junho de 1915. Porém, antes de partir para a casa do Pai, tomou algumas migalhas de pão, consagrou-as e deu-as aos seus companheiros como Corpo de Cristo.

 

 


 

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