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Pontifical Council for the Pastoral Care of Migrants and Itinerant People People on the Move - N° 91-92, April - August 2003, p. 415-416 Encontro Europeu das Missões Católicas de Língua Portuguesa: Assumir O Presente, Preparar O Futuro Os 55 delegados missionários padres, religiosas e leigos das Missões Católicas de Língua Portuguesa reunidos de 21 a 25 de Outubro de 2002, em Quarten, perto de Zurique (Suíça), após terem analisado um conjunto de preocupações e de perspectivas sobre a vida actual das Comunidades Portuguesas, particularmente na Europa, destacaram um conjunto de propostas com o objectivo de responder a problemas que se estão a levantar, de momento, com crescente inquietação. Portugal continua a ser um país de emigração, como se prova pela entrada constante e crescente de compatriotas nossos, sobretudo, na Inglaterra, Holanda e na Alemanha, com relevo para Berlin, e de fluxos periódicos de trabalhadores sazonais, particularmente, no Sul de França, Luxemburgo e Suíça. Dessas propostas destacamos as seguintes:
- Urgência em encarar as dificuldades e injustiças do mundo do trabalho e a condição precária de portuguesas e portugueses em situação de trabalho temporário.
- Promoção da maior solidariedade para com a família, nas suas várias gerações, através de meios concretos de formação humana e de acompanhamento pastoral, de modo a que não haja contradição entre a busca de um emprego e o reforço dos valores felizes da comunhão, do afecto e da entrega aos outros.
- Compromisso em reforçar uma autêntica pastoral juvenil, em comunhão com a Igreja local, atendendo-se à situação dos jovens e aos conflitos de gerações, sem esquecer, em várias cidades européias, o número significativo de estudantes que nelas permanecem.
- Abertura das Comunidades portuguesas ao diálogo com sectores culturais e com parlamentares portugueses aí residentes. Criação de um clima cultural que motive os participantes a uma formação, em ordem à aprendizagem do saber e do empenhamento cívico. Abertura a interesses culturais e defesa de valores que superem os interesses pragmáticos da maioria.
- Sensibilização dos sectores da Igreja em Portugal ao panorama das Comunidades na Europa, onde se nota que os fluxos migratórios não estancaram, e onde surgem sinais imaturos de comportamentos. As comunidades continuarão a carecer de padres e leigos em missão.
- Previsão, nas actuais circunstâncias, da mudança, a médio prazo, dos missionários de cada Comunidade.
- Intensificação do diálogo com as estruturas da Igreja de acolhimento, no sentido de aprofundar a comunhão, de rejeitar situações de ghetto e de se construir a reestruturação da geografia das comunidades cristãs.
- Necessidade de ponderar a organização de alguns cursos ou estágios em Portugal para sacerdotes, religiosas e religiosos, leigas e leigos, em ordem a uma melhor insercção nos países de acolhimento.
- Desejo de que a questão migratória apareça com clareza e abundância nas Directrizes Pastorais das Dioceses Portuguesas, dado o silêncio que nelas se nota.
- Responsabilidade da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP), no âmbito das igrejas irmãs de língua oficial portuguesa (CPLP), ser intérprete cada vez mais da defesa da lusofonia e da corresponsabilidade missionária no tocante às migrações.
- Incremento da participação dos fiés leigos na corresponsabilidade da missão e dos meios correspondentes de formação, dos quais o Conselho Pastoral deverá ser o órgão mais representativo.
- Estudo e planeamento de possíveis futuros modelos das Missões Católicas existentes.
- Publicação, no início de cada ano pastoral, de um Plano de Acções, enquanto expressão do Conselho Pastoral e do seu respectivo missionário.
- Organização de um Encontro, em breve, entre os delegados nacionais e os missionários e assistentes pastorais leigos, com o objectivo de ser transmitido à Obra Católica Portuguensa de Migrações, um parecer mais aprofundado sobre as propostas enunciadas.
Quarten, 25. 10. 2002 |