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INTERVENÇÃO DA SANTA SÉ NAS NAÇÕES UNIDAS
DURANTE A 9ª SESSÃO ESPECIAL
 DO CONSELHO DOS DIREITOS DO HOMEM
SOBRE A SITUAÇÃO NOS TERRITÓRIOS PALESTINOS
 OCUPADOS E NA FAIXA DE GAZA

DISCURSO DE D. SILVANO M. TOMASI

Genebra, 9 de Janeiro de 2009

 

Senhor Presidente

A Delegação da Santa Sé deseja expressar solidariedade quer à população de Gaza, que morre e sofre por causa do persistente ataque militar por parte das forças armadas israelenses, quer à população de Sderot, Ashkelon e de outras cidades israelenses, que vivem com o terror constante do lançamento de foguetes por parte dos militantes palestinianos da Faixa de Gaza, que causaram mortos e feridos.

No domingo passado os patriarcas e os chefes das Igrejas de Jerusalém observaram um dia de oração com a intenção de pôr fim ao conflito em Gaza e restabelecer a paz e a justiça na Terra Santa. Estou convencido do facto de que o prolongar-se do massacre e da violência não conduzirá à paz e à justiça, mas fomentará ainda mais o ódio e a hostilidade e portanto o confronto constante entre as duas populações. Estes responsáveis religiosos exortam ambas as partes a reencontrar o bom senso e a renunciar a todos os actos de violência, que só conduzem à destruição e à tragédia. Além disso exortam a trabalhar para resolver as suas divergências com instrumentos pacíficos e não violentos.

No domingo passado, o Santo Padre, Papa Bento XVI, ressaltou que a recusa ao diálogo entre as partes levou a um sofrimento indizível para a população de Gaza, vítima de ódio e guerra.

Senhor Presidente, é evidente que as partes em conflito não conseguem sair deste círculo vicioso de violência sem a ajuda da comunidade internacional, que portanto, deveria assumir as suas responsabilidades, intervir activamente para acabar com o massacre, permitir o acesso à assistência humanitária de emergência e pôr fim a todas as formas de colisão. Ao mesmo tempo, a comunidade internacional deveria continuar a empenhar-se para eliminar as causas primárias do conflito que só se pode resolver no âmbito de uma solução duradoura do maior conflito israelense-palestiniano que se baseie nas resoluções internacionais adoptadas no decorrer dos anos.

Permita-me concluir com as palavras que o Papa Bento XVI pronunciou ontem durante o encontro anual com os diplomatas acreditados junto da Santa Sé:  "Mais uma vez, gostaria de repetir que a opção militar não é uma solução e que a violência, de onde quer que ela provenha e seja qual for a forma que assume, deve ser firmemente condenada. Faço votos por que, com o compromisso determinante da comunidade internacional, a trégua na Faixa de Gaza seja posta em vigor o que é indispensável para voltar a criar condições de vida aceitáveis para a população e que sejam relançadas as negociações de paz renunciando ao ódio, às provocações e ao recurso às armas".

 

 
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