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INTERVENÇÃO DA SANTA SÉ
DURANTE A 387ª  SESSÃO DO
CONSELHO PERMANENTE DA OSCE

 

Viena, 11 de Abril de 2002

 

 
Senhor Presidente

A minha Delegação deseja realçar, neste importante foro, a posição da Santa Sé, recentemente confirmada, no que diz respeito à continuação do conflito na Terra Santa.

Esta posição subdivide-se em cinco pontos, como segue: 

1. A condenação inequívoca do terrorismo, independentemente da sua proveniência.
2. A desaprovação das condições de injustiça e humilhação impostas sobre o Povo palestiniano, assim como das represálias e das retaliações, que só fazem crescer o sentido de frustração e de ódio.

3. O respeito pelas Resoluções da Organização das Nações Unidas por parte de todos.

4. A proporcionalidade no uso dos meios de defesa legítimos.

5. O dever que as partes em conflito têm de salvaguardar os Lugares Sagrados, que são da máxima importância para as três religiões monoteístas e um verdadeiro património da humanidade inteira.

A Santa Sé está em estreito contacto, entre outros, também com o Patriarca Latino de Jerusalém e com as várias comunidades religiosas de Belém, enquanto lhes transmite a completa solidariedade do Santo Padre neste momento de mágoa.

Depois de ter recordado que nada pode ser resolvido através do conflito, e que o mesmo só causa sofrimentos e morte, o Papa João Paulo II realçou o facto de que nenhum líder político ou chefe religioso pode ficar em silêncio ou permanecer inerte. À denúncia devem seguir-se actos concretos de solidariedade, que ajudarão a todos a redescobrir o respeito mútuo e a voltar à negociação franca.

Neste espírito e persuadido de que, quando prevalece a implacável lógica das armas, somente Deus pode incutir pensamentos de paz no coração do homem, o Papa João Paulo II pediu à Igreja católica que rezasse mais intensamente no domingo, 7 de Abril passado, pelo povo que sofre esta violência terrível.

Senhor Presidente

A salvaguarda e a promoção da paz sempre ocupou um lugar de grande importância na Agenda da nossa Organização.

Muitas religiões proclamam que a paz é um dom de Deus. Esta foi também a experiência do recente encontro de Assis. Nessa época, a minha Delegação informou o Conselho Permanente acerca do significado desse acontecimento e da proposta do "Compromisso pela paz", assinado pelos líderes religiosos presentes em Assis e, em seguida, enviado aos Chefes de Estado e de Governo.

A Santa Sé formula votos a fim de que as supramencionadas iniciativas realmente encoragem as pessoas que têm a responsabilidade e a possibilidade de tomar as medidas necessárias, por mais difíceis que elas possam ser, de exigir o respeito escrupuloso pelos direitos do homem e pela lei humanitária, e de exortar as partes em conflito a promover acordos que sejam justos e honrosos para todos.

Obrigado, Senhor Presidente!

 

 


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