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VIAGEM APOSTÓLICA DO PAPA BENTO XVI AO REINO UNIDO
(16-19 DE SETEMBRO DE 2010)

VISITA À CASA DE REPOUSO PARA IDOSOS
ST. PETER’S RESIDENCE

London Borough of Lambeth
Sábado, 18 de Setembro de 2010

 

Discurso aos idosos

Discurso aos voluntários e profissionais
responsáveis pela protecção dos jovens nos ambiente eclesiais


DISCURSO DO SANTO PADRE
AOS IDOSOS DA CASA DE REPOUSO

 

Meus queridos irmãos e irmãs!

Sinto-me deveras feliz por estar entre vós, residentes da Casa de São Pedro, e por poder agradecer à Irmã Marie Claire e à Senhora Taskper as suas gentis palavras de boas-vindas em vosso nome. Também estou contente por saudar o Arcebispo Smith de Southwark, assim como as Pequenas Irmãs dos Pobres, os funcionários e os voluntários que vos assistem.

Devido aos progressos da medicina e a outros factores ligados ao aumento da longevidade, é importante reconhecer a presença de um número crescente de idosos como uma bênção para a sociedade. Cada geração pode aprender da experiência e sabedoria daquela que a precedeu. Além disso, prover aos cuidados das pessoas idosas, antes de tudo, não deveria ser considerado um acto de generosidade mas a retribuição a uma dívida de gratidão.

Por sua vez a Igreja teve sempre grande respeito pelo idoso. O quarto mandamento «Honra teu pai e tua mãe, como te ordenou o Senhor, teu Deus» está ligado à promessa «a fim de prolongar os teus dias e para que vivas feliz na terra que o Senhor, teu Deus, te destina» (Dt 5, 16). Esta obra da Igreja em prol dos idosos e doentes não lhes oferece só amor e cuidados, mas também é retribuída por Deus com as bênçãos que Ele prometeu à terra na qual este mandamento é observado. Deus quer um determinado respeito pela dignidade, valor, saúde e bem-estar dos idosos e, através das suas instituições caritativas na Grã-Bretanha e em outros lugares, a Igreja procura cumprir o mandamento do Senhor para respeitar a vida, sem levar em conta a idade ou as condições.

No início do meu pontificado, disse: «Cada um de nós é querido, cada um de nós é amado, cada um de nós é necessário» (Homilia na missa para o início do Ministério Petrino do Bispo de Roma, 24 de Abril de 2005). A vida é um dom único, em todas as suas fases, desde a concepção até à morte natural, e só Deus pode dá-la e tirá-la. Pode-se gozar de boa saúde em idade avançada, mas os cristãos não deveriam ter medo de participar nos sofrimentos de Cristo se Deus quiser que enfrentemos a enfermidade. O meu predecessor, Papa João Paulo ii, sofreu publicamente nos últimos anos da sua vida. Era claro para todos que vivia este facto em união com os sofrimentos do nosso Salvador. A sua alegria e paciência em enfrentar os seus últimos dias foram um exemplo significativo e comovedor para todos nós que devemos suportar os anos que passam.

Por isso vim até vós não só como um Pai, mas sobretudo como um irmão que conhece bem as alegrias e os desafios que chegam com a idade. Os nossos longos anos de vida oferecem-nos a oportunidade para apreciar a beleza dos maiores dons que Deus nos deu, tanto o dom da vida como a fragilidade do espírito humano. Aqueles que vivem muitos anos têm uma oportunidade maravilhosa de aprofundar o próprio conhecimento do mistério de Cristo que se humilhou a si mesmo para partilhar a nossa humanidade. Enquanto aumenta o nosso tempo normal de vida, com frequência, as nossas capacidades físicas começam a diminuir; e no entanto esta fase pode constituir os anos espiritualmente mais frutuosos da nossa vida. São uma ocasião para recordar numa oração afectuosa quantos amámos nesta vida e colocar tudo o que fomos e fizemos diante da graça e da ternura de Deus. Certamente, isto exigirá um grande esforço espiritual e permitir-nos-á redescobrir o seu amor e a sua bondade todos os dias da nossa vida.

Com estes sentimentos, queridos irmãos e irmãs, de coração garanto as minhas orações por todos vós, e peço-vos que rezem por mim. Que a nossa bem-aventurada Senhora e o seu esposo São José intercedam pela nossa felicidade nesta vida e nos obtenham a bênção de uma passagem serena para a outra.

Deus vos abençoe a todos!

 


DISCURSO DO SANTO PADRE
AOS PROFISSIONAIS E VOLUNTÁRIOS
RESPONSÁVEIS PELA PROTECÇÃO
DOS JOVENS NOS AMBIENTES ECLESIAIS

 Queridos amigos!

Estou feliz por poder saudar-vos, vós que representais os numerosos profissionais e voluntários responsáveis pela protecção dos jovens nos ambientes eclesiais. A Igreja tem uma longa tradição de assistência aos jovens, desde os primeiros anos de vida até à idade adulta, seguindo o exemplo de afecto de Cristo que abençoava as crianças que se aproximavam dele e ensinava aos seus discípulos que o Reino dos Céus pertence a quem for como elas.

O vosso trabalho, levado a cabo com o apoio das recomendações elaboradas numa primeira fase pelo «Nola Report» e depois pela Comissão «Cumberlege», ofereceu um contributo vital para a promoção de ambientes seguros em prol da juventude. Ele ajuda a garantir que as medidas preventivas postas em acção sejam eficazes, seguidas com atenção, e que qualquer acusação de abuso seja tratada com rapidez e justiça. Em nome dos muitos jovens que servis e dos seus pais, gostaria de vos agradecer o bom trabalho que fizestes e continuais a fazer neste sector.

É deplorável que, num contraste tão marcante com a longa tradição da Igreja no cuidado aos jovens, eles tenham sofrido abusos e maus-tratos por obra de alguns sacerdotes e religiosos. Tornamo-nos muito conscientes da necessidade de proteger os jovens e vós constituís uma parte importante da ampla resposta da Igreja a este problema.

Embora não existam motivos para nos sentirmos alegres, é preciso divulgar o que foi realizado: os esforços da Igreja, neste país e noutros lugares, especialmente nos últimos dez anos para garantir a segurança das crianças e dos jovens e para lhes mostrar todo o respeito durante o seu crescimento rumo à maturidade, devem ser reconhecidos. Rezo a fim de que o vosso serviço generoso ajude a consolidar uma atmosfera de confiança e de empenho renovado para o bem-estar dos jovens, que são um dom de Deus tão precioso.

Deus torne fecundo o vosso trabalho e derrame a sua bênção sobre todos vós.

 



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