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PROJECÇÃO DO FILME DOCUMENTÁRIO
"ARTE E FÉ - VIA PULCHRITUDINIS"

DISCURSO DO PAPA BENTO XVI

Sala Paulo VI
Quinta-feira, 25 de Outubro de 2012

 

Venerados Irmãos
Ilustres Autoridades
Gentis Senhores e Senhora
s

No final desta projecção, é-me grato dirigir a todos vós a minha cordial saudação.

Saúdo antes de tudo a Delegação polaca, em particular as Autoridades do Governo, o Senhor Embaixador junto da Santa Sé e todos aqueles que contribuíram para a realização deste filme.

Saúdo o Cardeal Bertone, Secretário de Estado, e o Cardeal Bertello que, como Presidente do Governatorado, apresentou esta iniciativa — agradeço-lhe e congratulo-me com ele e com a Direcção dos Museus do Vaticano. Saúdo com reconhecimento os administradores das Sociedades que realizaram o filme e assumiram a sua produção.

Os Museus do Vaticano não são novos a iniciativas que explicam o vínculo entre arte e fé, a partir do património conservado nas Galerias Pontifícias. Várias exposições foram realizadas sobre este tema, assim como algumas obras audiovisuais. No entanto, o filme que vimos apresenta-se como uma contribuição digna de menção especial, sobretudo porque estamos no início do Ano da fé. Com efeito, ele constitui uma contribuição específica e qualificada dos Museus do Vaticano para o Ano da fé, e isto justifica também o grande compromisso assumido a vários níveis. Como a parte final do filme realça explicitamente, para muitas pessoas a visita aos Museus do Vaticano representa, na sua viagem a Roma, o maior contacto, às vezes único, com a Santa Sé; por isso, é uma ocasião privilegiada para conhecer a mensagem cristã. Poder-se-ia dizer que o património artístico da Cidade do Vaticano constitui uma espécie de grande «parábola» mediante a qual o Papa fala a homens e mulheres de todas as partes do mundo, e portanto de múltiplas pertenças culturais e religiosas, pessoas que talvez nunca lerão um seu discurso ou uma sua homilia. Vem ao pensamento aquilo que Jesus dizia aos seus discípulos: a vós, os mistérios do Reino de Deus são explicados, enquanto àqueles que são «de fora» tudo é anunciado «em parábolas» (cf. Mc 4, 10-12). A linguagem da arte é parabólica, dotada de uma especial abertura universal: a «via Pulchritudinis» é uma senda capaz de orientar a mente e o coração para o Eterno, de os elevar até às alturas de Deus.

Apreciei muito o facto de que no filme se faça, reiteradamente, referência ao compromisso dos Romanos Pontífices em prol da conservação e da valorização do património artístico; e também, na época contemporânea, de um diálogo renovado da Igreja com os artistas. A Colecção de Arte Religiosa Moderna dos Museus do Vaticano é a demonstração viva da fecundidade deste diálogo. Mas não só esta. Todo o grande organismo dos Museus do Vaticano — trata-se com efeito de uma realidade viva! — possui também esta dimensão, que poderíamos chamar «evangelizadora». E aquilo que sobressai, ou seja, as obras expostas, pressupõe todo um trabalho que não se vê, mas que é indispensável para as suas melhores conservação e fruição.

Em particular, estou feliz por prestar homenagem à grande sensibilidade pelo diálogo entre arte e fé, do meu amado Predecessor o Beato João Paulo II: o papel que a Polónia desempenha nesta produção confirma os seus méritos neste campo.

Arte e fé: um binómio que acompanha a Igreja e a Santa Sé desde há dois mil anos, um binómio que também hoje devemos valorizar em maior medida no compromisso de levar aos homens e às mulheres do nosso tempo o anúncio do Evangelho, do Deus que é Beleza e Amor infinito.

Agradeço novamente a todos aqueles que, de diversos modos, cooperaram para realizar este filme documentário, e faço votos a fim de que ele suscite em muitas pessoas o desejo de conhecer melhor aquela fé que sabe inspirar tais e tantas obras de arte. Boa tarde a todos!

 

 



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