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VIAGEM APOSTÓLICA DO PAPA JOÃO PAULO II À ESLOVÁQUIA
(11-14 DE SETEMBRO DE 2003)

CELEBRAÇÃO DO SANTO NOME DE MARIA

HOMILIA DO PAPA JOÃO PAULO II

Banská Bystrica, 12 de Setembro de 2003

 

1. "O meu coração exulta no Senhor" (Salmo responsorial). Com íntima alegria e profundo reconhecimento em Deus encontro-me hoje nesta praça juntamente convosco, queridos Irmãos e Irmãs, para celebrar a memória do Santo Nome de Maria.

O lugar em que nos encontramos é particularmente significativo na história da vossa cidade: de facto, ele recorda o respeito e a devoção dos vossos antepassados para com o Senhor Omnipotente e a Virgem Santíssima e, ao mesmo tempo, a tentativa de profanação desta preciosa herança, perpetrada por um regime obscuro em anos não muito distantes. De tudo isto a coluna da Virgem Maria é uma testemunha silenciosa.

Saúdo-vos a todos do fundo do coração: em primeiro lugar o vosso Bispo, D. Rudolf Baláz, a quem agradeço as cordiais palavras com que me recebeu, e o Bispo auxiliar, D. Tomás Gális.

Saúdo também os Cardeais, os Bispos, os sacerdotes, os religiosos, as religiosas, os seminaristas, assim como os leigos que nos vários âmbitos são forças vivas desta Igreja diocesana, e, por fim, todos os que vieram das Dioceses e dos Países vizinhos.

Dirijo com deferente cordialidade a minha saudação também ao Senhor Presidente da República e às Autoridades civis e militares presentes. Agradeço a todos a ajuda preciosa que deram para a preparação desta minha visita.

2. "Eis a escrava do Senhor" (Lc 1, 38), diz Maria no trecho evangélico que ouvimos há pouco. Ela dirige-se ao Anjo Gabriel, que lhe comunica a chamada de Deus para ser a mãe do seu Filho.

A encarnação do Verbo constitui o ponto decisivo do "projecto" manifestado por Deus desde o começo da história humana, depois do primeiro pecado. Ele quer comunicar aos homens a sua própria vida, chamando-os a tornarem-se seus filhos. É uma chamada que espera a resposta de todos. Deus não impõe a salvação; propõe-na como iniciativa de amor, à qual é preciso responder com uma opção livre, também ela motivada pelo amor.

O diálogo entre o Anjo e Maria, entre o céu e a terra, é, neste sentido, paradigmático: queremos tirar dele algumas indicações para nós.

3. O Anjo apresenta as expectativas de Deus para o futuro da humanidade, Maria responde orientando responsavelmente a atenção para o seu presente: está comprometida com José, prometida em esposa (cf. Lc 1, 34). Maria não faz objecções sobre o futuro de Deus, mas pede para ser esclarecida acerca do presente humano no qual está envolvida. Deus responde ao seu pedido estabelecendo com ela um diálogo. Apraz-Lhe relacionar-se com pessoas responsáveis e livres.

Qual é, em tudo isto, a lição que tiramos? Maria ensina-nos o caminho para uma liberdade madura. No nosso tempo, não são poucos os cristãos baptizados que ainda não fizeram sua, de modo adulto e consciente, a sua fé. Dizem que são cristãos, mas não reagem com responsabilidade total à graça recebida; ainda não sabem o que querem e porque o querem.

Eis a lição que hoje devemos aprender: é urgente educar-se para a liberdade. Sobretudo, é urgente que, nas famílias, os pais eduquem os seus filhos para a liberdade justa, a fim de os preparar para que dêem a resposta oportuna à chamada de Deus. As famílias são o viveiro no qual se formam as pequenas plantas das novas gerações. Nas famílias forja-se o futuro da Nação.

Precisamente nesta perspectiva, faço votos para que o Sínodo Diocesano, que vos preparais para celebrar, constitua uma ocasião privilegiada para lançar de novo a pastoral familiar e descobrir caminhos sempre novos para anunciar o Evangelho às novas gerações desta nobre Terra eslovaca.

4. "Eis a escrava do Senhor, faça-se em mim segundo a tua palavra" (Lc 1, 38). Maria tem fé e por isso diz sim. É uma fé que se torna vida: torna-se compromisso para com Deus, que a enche de si com a maternidade divina, e compromisso para com o próximo, que espera a sua ajuda na pessoa da sua prima Isabel (cf. Lc 1, 39-56). Maria abandona-se livre e conscientemente à iniciativa de Deus, que realizará nela as suas "maravilhas": mirabilia Dei.

Perante a atitude da Virgem, cada um de nós está convidado a reflectir: Deus tem um projecto para cada um, a cada um Ele dirige a sua "chamada". O que conta é saber reconhecer esta chamada, saber aceitá-la e saber ser-lhe fiéis.

5. Queridos Irmãos e Irmãs, façamos espaço para Deus! Na variedade e na riqueza das diversas vocações, cada um está chamado, a exemplo de Maria, a acolher Deus na própria vida e a percorrer com Ele os caminhos do mundo, anunciando o seu Evangelho e testemunhando o seu amor.

Seja este o compromisso que hoje, todos juntos, assumimos, colocando-o confiantes nas mãos maternas de Maria. A sua intercessão nos obtenha o dom de uma fé forte, que torne límpido o horizonte da existência e transparente a mente, o espírito e o coração.

Confio à Virgem Maria a vossa diocese de Banská Bystrica, o vosso Bispo, os sacerdotes, os religiosos, as religiosas, e todos vós.

Ámen!


No final da Celebração Eucarística, antes da Bênção final, o Sumo Pontífice disse em eslovaco:

Agradeço-vos os bonitos cânticos, a liturgia e a praça tão bem enfeitada. Agradeço-vos de coração esta celebração comum da Eucaristia. Abençoo-vos a todos. A Eslováquia foi e será sempre fiel a Cristo e à Igreja. Agradeço-vos o vosso testemunho. Saúdo os jovens, vós sois o futuro de Banská Bystrica.

E concluiu em polaco:

Desejo saudar o Cardeal de Cracóvia e os peregrinos da Polónia. Queridos Irmãos e Irmãs, viestes a Banská Bystrica para juntamente com os irmãos eslovacos celebrar e glorificar com o Papa o Deus bondoso. A fé, a esperança e o amor que nos reuniram aqui, unam sempre as nossas nações para o bem comum. Deus nos abençoe.

 



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