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nominalismos declaracionistas, os projectos mais
formais que reais, os fundamentalismos anti-his-
tóricos, os eticismos sem bondade, os intelectua-
lismos sem sabedoria.
232.âA ideia â as elaborações conceituais â está
ao serviço da captação, compreensão e condução
da realidade. A ideia desligada da realidade dá ori-
gem a idealismos e nominalismos ineficazes que,
no máximo, classificam ou definem, mas não em-
penham. O que empenha é a realidade iluminada
pelo raciocÃnio. Ã preciso passar do nominalismo
formal à objectividade harmoniosa. Caso con-
trário, manipula-se a verdade, do mesmo modo
que se substitui a ginástica pela cosmética.
185
Há
polÃticos â e também lÃderes religiosos â que se
interrogam por que motivo o povo não os com-
preende nem segue, se as suas propostas são tão
lógicas e claras. Possivelmente é porque se ins-
talaram no reino das puras ideias e reduziram a
polÃtica ou a fé à retórica; outros esqueceram a
simplicidade e importaram de fora uma raciona-
lidade alheia à gente.
233.âA realidade é superior à ideia. Este crité-
rio está ligado à encarnação da Palavra e ao seu
cumprimento: «Reconheceis que o espÃrito é de
Deus por isto: todo o espÃrito que confessa Je-
sus Cristo que veio em carne mortal é de Deus».
(
1 Jo
4, 2). O critério da realidade, duma Palavra
já encarnada e sempre procurando encarnar-se, é
185
âCf. P
latão
,
Gorgias
, 465.