EVANGELII GAUDIUM - page 7

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tado, «encheram-se de alegria» (
Jo
20, 20). O livro
dos Actos dos Apóstolos conta que, na primitiva
comunidade, «tomavam o alimento com alegria»
(2, 46). Por onde passaram os discípulos, «houve
grande alegria» (8, 8); e eles, no meio da perse-
guição, «estavam cheios de alegria» (13, 52). Um
eunuco, recém-baptizado, «seguiu o seu caminho
cheio de alegria» (8, 39); e o carcereiro «entregou-
-se, com a família, à alegria de ter acreditado em
Deus» (16, 34). Porque não havemos de entrar,
também nós, nesta torrente de alegria?
6. Há cristãos que parecem ter escolhido viver
uma Quaresma sem Páscoa. Reconheço, porém,
que a alegria não se vive da mesma maneira em
todas as etapas e circunstâncias da vida, por ve-
zes muito duras. Adapta-se e transforma-se, mas
sempre permanece pelo menos como um feixe
de luz que nasce da certeza pessoal de, não obs-
tante o contrário, sermos infinitamente amados.
Compreendo as pessoas que se vergam à triste-
za por causa das graves dificuldades que têm de
suportar, mas aos poucos é preciso permitir que
a alegria da fé comece a despertar, como uma
secreta mas firme confiança, mesmo no meio das
piores angústias: «A paz foi desterrada da minha
alma, já nem sei o que é a felicidade (…). Isto,
porém, guardo no meu coração; por isso, mante-
nho a esperança. É que a misericórdia do Senhor
não acaba, não se esgota a sua compaixão. Cada
manhã ela se renova; é grande a tua fidelidade.
(...) Bom é esperar em silêncio a salvação do Se-
nhor» (
Lm
3, 17.21-23.26).
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