Ao pé da cruz, estava a Mãe e, junto dela, o discípulo, João evangelista. Jesus diz: "Mulher, eis aí o teu filho"; e ao discípulo: "Eis aí a tua mãe" (Jo 19, 26-27).
"E, desde aquela hora, o discípulo recebeu-A em sua casa" (Jo 19, 27).
É o testamento para as pessoas que o coração d'Ele mais estima.
O testamento para a Igreja.
Quando está para morrer, Jesus quer que o amor materno de Maria abrace a todos aqueles por quem Ele oferece a vida, ou seja, a humanidade inteira.
Logo em seguida, Jesus exclama: "Tenho sede" (Jo 19, 28). Frase que traduz a secura terrível que abrasa todo o seu corpo.
É a única palavra que fala directamente do seu sofrimento físico.
Depois Jesus acrescenta: "Meu Deus, meu Deus, porque Me abandonaste?" (Mt 27, 46; cf. Sal 21/22, 2). Ele está rezando com as palavras do Salmo. A frase, não obstante o seu teor, mostra a sua profunda união com o Pai.
Nos últimos momentos da sua vida sobre a terra, Jesus dirige o pensamento para o Pai. Doravante o diálogo desenrolar-se-á apenas entre o Filho que morre e o Pai que aceita o seu sacrifício de amor.
Ao chegar a hora nona, Jesus exclama: "Tudo está consumado" (Jo 19, 30).
A obra da redenção foi levada a termo.
A missão, que O trouxe à terra, atingiu o seu objectivo.
O resto pertence ao Pai:
"Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito" (Lc 23, 46).
Dito isto, expirou.
"O véu do templo rasgou-se em dois..." (Mt 27, 51).
O "Santo dos Santos" no templo de Jerusalém abre-se no momento em que entra lá o Sacerdote da Nova e Eterna Aliança.
ORAÇÃO
Senhor Jesus Cristo,
Vós que na hora da agonia
não ficastes indiferente à sorte do homem
mas juntamente com o vosso último respiro
confiastes amorosamente à misericórdia do Pai
os homens e mulheres de todos os tempos
com as suas fraquezas e os seus pecados,
enchei-nos a nós e às gerações futuras
do vosso Espírito de amor,
para que a nossa indiferença não inutilize em nós
os frutos da vossa morte.
Jesus crucificado, sabedoria e força de Deus, a Vós
honra e glória pelos séculos sem fim.
R. Amen.
Todos:
Pater noster, qui es in cælis;
sanctificetur nomen tuum;
adveniat regnum tuum;
fiat voluntas tua, sicut in cælo et in terra.
Panem nostrum cotidianum da nobis hodie;
et dimitte nobis debita nostra,
sicut et nos dimittimus debitoribus nostris;
et ne nos inducas in tentationem;
sed libera nos a malo.
Vidit suum dulcem Natum
morientem desolatum
dum emisit spiritum.