PONTIFÍCIO CONSELHO INTER-RELIGIOSO MENSAGEM AOS HINDUS POR OCASIÃO DA FESTA DO DEEPAVALI 2016 «Cristãos e hindus: promovamos a esperança entre as famílias» Queridos amigos hindus! 1. O Pontifício Conselho para o Diálogo Inter-Religioso apresenta-vos cordiais saudações por ocasião da festa do Deepavali, que comemorais a 30 de outubro de 2016, desejando que as vossas celebrações em todas as partes do mundo sejam para vós uma ocasião para fortalecer os vínculos familiares, e levem alegria e paz às vossas famílias e comunidades. 2. Uma sociedade sadia depende dos laços familiares, mas sabemos que hoje a noção de família está ameaçada por um clima de relativismo no seu significado e valor essenciais. Assim também a vida familiar é muitas vezes perturbada por graves realidades como as guerras, a pobreza e as migrações, que se tornaram demasiado frequentes em todo o mundo. Há contudo fortes sinais de renovada esperança graças ao testemunho de quantos creem na persistência da importância do matrimónio e da vida familiar para o bem de cada pessoa e da sociedade no seu conjunto. Com este respeito certo para a família, e com a consciência perspicaz dos desafios globais que se nos apresentam todos os dias, desejamos oferecer uma reflexão sobre como nós, Cristãos e hindus juntos, podemos promover a esperança nas famílias e humanizar cada vez mais a nossa sociedade. 3. Sabemos que a família é a «primeira escola de humanidade» e que os pais são os «primeiros e principais» educadores dos seus filhos. É na família que os filhos, guiados pelo nobre exemplo dos pais e dos idosos, são formados nos valores que os ajudarão a desenvolver-se como seres humanos bons e responsáveis. Contudo, demasiadas vezes as circunstâncias familiares limitam o otimismo e o idealismo da nossa juventude. Mas é particularmente importante que os pais, juntamente com a comunidade mais ampla, inculquem nos filhos o sentido da esperança, orientando-os para um futuro melhor e no perseguimento do bem, também face às adversidades. 4. Por conseguinte, formar e educar na esperança é tarefa de importância fundamental para as famílias (cf. Papa Francisco, Exortação Ap. Amoris Laetitia, 274-275), porque isto reflete a natureza divina da misericórdia que acolhe os desanimados, oferecendo-lhes uma finalidade. Tal educação na esperança encoraja os mesmos jovens a pôr-se à disposição dos outros que estão em necessidade, na caridade e serviço, e tornar-se uma luz para quantos estão na obscuridade. 5. Por conseguinte, as famílias devem ser um «laboratório de esperança» (Papa Francisco, Saudação na Vigília de Oração para a festa das famílias, Filadélfia, 26 de setembro de 2015), no qual os filhos aprendem do exemplo dos seus pais e familiares, e fazem a experiência do poder da esperança para consolidar as relações humanas, servindo os mais esquecidos da sociedade e superando as injustiças de hoje. São João Paulo ii gostava de dizer que «o futuro da humanidade passa pelo caminho da família» (Exortação ap. Familiaris Consortio, 86). Se a humanidade deve prosperar e viver em paz, então as famílias devem assumir esta obra de cultivar a esperança e encorajar os seus filhos a ser anunciadores da esperança no mundo. 6. Como Cristãos e hindus, unamo-nos a todas as pessoas de boa vontade para apoiar o matrimónio e a vida familiar, guiando as famílias a serem escolas de esperança. Levemos a luz da esperança a cada recanto do nosso mundo, oferecendo consolação e força a todos os necessitados. A todos vós desejamos um feliz Deepavali! Jean-Louis Cardeal Tauran presidente Miguel Ángel Ayuso Guixot secretário |