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DISCURSO DO CARDEAL AGOSTINO CASAROLI
NAS CELEBRAÇÕES DO CENTENÁRIO DA ORDEM
 DOS CAVALEIROS DE COLOMBO

Hartford (EUA), 2 de Agosto de 1982

 

Arcebispo Whealon
Meus caros irmãos Bispos

É grande prazer para mim estar convosco esta tarde. Como vós, vim a Hartford para tomar parte nas celebrações centenárias dos Cavaleiros de Colombo. Trago-lhes as saudações e encorajamento e bênção do Santo Padre, que me nomeou seu Enviado Pessoal para esta ocasião. Ele dirigiu igualmente uma mensagem pessoal aos Cavaleiros.

Ao mesmo tempo, Sua Santidade deseja que eu faça extensiva a vós, seus irmãos bispos, as suas cordiais e fraternais saudações no Senhor. Ele de bom grado aproveita a ocasião da minha estadia aqui para vos assegurar uma vez mais a sua estima e a sua gratidão pela vossa participação em proclamar o Evangelho de nosso Senhor Jesus Cristo.

Durante uma celebração como a deste centenário, parece justo que eu preste homenagem aos bispos dos Estados Unidos pela parte que tiveram no bom êxito alcançado pelos Cavaleiros de Colombo. Esta organização de homens católicos, desde a sua fundação pelo Irmão Michael J. McJivney, foi inserida na vida das Igrejas locais da América, e mais tarde na vida eclesial de outros países. Mas para a associação se radicar, se expandir, e dar o seu original contributo à comunidade católica e para além dela, era absolutamente essencial que a hierarquia desse orientação e inspiração — numa palavra, chefia pastoral. Isto, de facto, foi o que se realizou nas dioceses locais no cenário nacional. Todos nós sabemos o cuidado com que o Supremo Capelão destas passadas duas décadas, o Bispo Greco, desempenhou a sua missão.

E portanto parece-me que o bom êxito dos Cavaleiros de Colombo nos passados 100 anos é uma faceta da vitalidade eclesial nos Estados Unidos, uma faceta também do interesse pastoral e do cuidado e glória da Hierarquia contemporânea e dos vossos predecessores ao longo dos anos. É grande honra para os Bispos americanos o facto de, décadas antes do Concilio Vaticano II, terem oferecido orientação pastoral efectiva ao laicado católico, tanto mediante uma rede admirável de vida paroquial quanto mediante notáveis associações católicas como os Cavaleiros de Colombo. E um fenómeno da história e graça obtida que o laicado da América tenha exercido a longo prazo um papel vital na vida da Igreja. A contribuição dele em favor do inteiro povo de Deus — não só como beneficiário de um ministério sacramental e pastoral mas como sujeito activo participante na missão de evangelização — é uma das mais edificantes e nobres páginas da história da Igreja Americana.

Tendo sido fundado sobre uma incontestável instituição eclesial, o apostolado dos leigos nas suas expressões gerais e particulares era destinado a ser amplamente confirmado e encorajado pelo Concilio Vaticano II, que realçaria ainda mais a dignidade profética, real e sacerdotal dos crentes, confirmando continuamente o lugar justo do laicado na comunhão e missão da Igreja.

Neste ponto o dinamismo eclesial de organizações como os Cavaleiros de Colombo tornou-se cada vez mais operativo. Houve novo impulso, que permanece ainda hoje, para encontrar em iniciativas comuns ulteriores oportunidades para testemunhar o Evangelho e para efectuar a partir do interior "a consagração do mundo". Com um renovado encargo dado pela autoridade suprema na Igreja, e encorajados pelos grandes documentos conciliares Lumen Gentium, Gaudium et spes, e Apostolicam Actuositatem, os leigos católicos, e por isso os Cavaleiros de Colombo, com os seus Bispos e sacerdotes e amparados pelos seus directores pastorais, iniciam um novo capítulo no seu contributo para construir o Reino de Deus nesta terra. Havia novas razões para eles renovarem o próprio empenho num apostolado que atingisse a família e toda a vida profissional e social. É pois fácil ver como todos os trabalhos tradicionais dos Cavaleiros de Colombo — assistência caritativa e social, interesse em ajudar a juventude, auxílio à imprensa católica, favorecer vocações, a defesa da vida e muitos outros projectos — adquiriram nova urgência e importância em virtude do apostolado dos leigos, definido e encorajado de novo pelo Concílio. E parece exactamente neste contexto que o Papa João Paulo I, ao falar aos Bispos americanos em Roma precisamente uma semana antes de falecer disse: "O exercício activo da participação do laicado — e especialmente da família —, na missão salvífica da Igreja, é um dos principais legados do Concílio Vaticano II" (21 de Setembro de 1978).

Grato pela oportunidade de estar convosco, grupo tão numeroso de Bispos, neste aniversário verdadeiramente significativo, faço-vos as minhas pessoais congratulações pelo amparo e ajuda que destes aos Cavaleiros de Colombo, e asseguro todo o meu devoto auxílio tanto para os Cavaleiros de Colombo como para vós, Bispos Americanos. Tenho esperança e peço por que mediante a vossa orientação pastoral os Cavaleiros de Colombo continuem a florescer e a contribuir cada vez mais efectivamente na missão da Igreja, tanto na esplêndida tradição dos passados cem anos como no espírito do Concílio Vaticano II

 

 

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