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VIAGEM APOSTÓLICA DO SANTO PADRE
AO PAQUISTÃO, FILIPINAS, GUAM, JAPÃO E ALASKA
(16 DE FEVEREIRO - 27 DE FEVEREIRO DE 1981)

DISCURSO DO PAPA JOÃO PAULO II
AOS CIENTISTAS JAPONESES E REPRESENTANTES
DA UNIVERSIDADE DAS NAÇÕES UNIDAS

Hiroxima, 25 de Fevereiro de 1981

 

Senhoras e Senhores

1. Como poderia exprimir os meus sentimentos neste excepcional encontro, em Hiroxima, com os ilustres representantes da ciência, da cultura e da educação superior? Antes de tudo, desejaria dizer-vos que me sinto muito honrado com estar no meio de um grupo de homens e mulheres tão altamente qualificados, que dedicam as suas energias à pesquisa, à reflexão intelectual e ao ensino. Agradeço sinceramente o vosso acolhimento cordial e benévolo.

Apraz-me dirigir uma particular saudação aos representantes da Universidade das Nações Unidas aqui presentes com o seu Reitor, Senhor Soedjatmoko, os Vice-Reitores, os membros do Conselho e os principais colaboradores da Universidade. A vosso instituição, que segundo os próprios estatutos está ligada à Organização das Nações Unidas e à UNESCO, é criação completamente original, fundada para promover os nobres fins das Nações Unidas nos sectores da pesquisa, da formação superior e da difusão do conhecimento; foi fundada deliberadamente como instituição global e mundial. O meu predecessor Paulo VI e eu mesmo, em mais de uma ocasião, mostrámos a nossa estima por esta nobre realização e as nossas esperanças quanto ao seu futuro. Procura pôr a ciência e a pesquisa ao serviço dos grandes ideais humanitários da paz, do desenvolvimento, da melhoria dos recursos alimentares, do uso correcto dos recursos naturais e da cooperação entre as nações.

2. Senhoras e Senhores, estamos hoje reunidos aqui em Hiroxima: e gostaria de fazer-vos cientes de quanto estou convencido de nos ser oferecida uma ocasião histórica para reflectirmos juntos sobre a responsabilidade da ciência e da tecnologia neste nosso tempo, marcado como é por tantas esperanças e por tantas angústias. Em Hiroxima, os factos falam por si, e de maneira dramática, inesquecível e única. Diante de uma tragédia inesquecível, que atinge todos nós como seres humanos, como poderíamos deixar de expressar os nossos sentimentos de fraternidade e a nossa profunda solidariedade pelas terríveis feridas infligidas àquelas cidades do Japão que têm o nome de Hiroxima e de Nagasaqui?

Estas feridas atingiram toda a família humana. Hiroxima e Nagasaqui: poucos acontecimentos na história tiveram as mesmas consequências sobre a consciência do homem. Os representantes do mundo da ciência não foram os menos atingidos pela crise moral causada no mundo pela explosão da primeira bomba atómica. A mente humana fez, na verdade, uma terrível descoberta. Nós demo-nos conta, com horror, de que a energia nuclear se tornaria disponível, doravante, como arma de devastação; e de facto, naquela ocasião ficámos sabendo que este terrível instrumento tinha sido usado, pela primeira vez, para fins militares. E naquela ocasião nasceu a pergunta que não nos abandonará nunca: Esta arma, aperfeiçoada e multiplicada além das medidas, será usada no futuro? E, em caso afirmativo, não destruirá provavelmente a família humana, os seus membros e todas as conquistas da civilização?

3. Senhoras e Senhores, vós que dedicais a vossa vida às ciências modernas, vós em primeiro lugar tendes a possibilidade de avaliar os desastres que uma guerra nuclear pode infligir à família humana. Eu sei que, desde a explosão da primeira bomba atómica, muitos de vós ansiosamente se têm preocupado pela responsabilidade da ciência moderna e da tecnologia que é fruto dessa ciência. Em numerosos Países, associações de estudiosos e de pesquisadores exprimem a ansiedade do mundo científico diante de um uso irresponsável da ciência, que muito frequentemente traz graves danos ao equilíbrio da natureza, ou leva consigo a ruína e a opressão do homem sobre o homem. Pense-se, em primeiro lugar, na física, na química, na biologia e na genética; justamente vós condenais as suas aplicações ou as experiências que trazem consigo dano à humanidade. Mas tenham-se em mente também as ciências sociais e as do comportamento humano; quando são utilizadas para manipular as pessoas, para sufocar as inteligências, as almas, a dignidade e a liberdade. A crítica à ciência e à tecnologia algumas vezes é tão severa que parece condenação da ciência mesma. Pelo contrário, a ciência e a tecnologia são produto maravilhoso da criatividade humana que é dom de Deus, uma vez que nos forneceram possibilidades maravilhosas, de que nós beneficiamos com ânimo agradecido. Mas nós sabemos que tal potencial não é neutro: pode ser usado tanto para o progresso do homem como para a sua degradação. Como vós, também eu vivi naquele tempo, que chamaria o "tempo do após-Hiroxima", e compartilho as vossas ansiedades. Hoje sinto-me inspirado a dizer-vos isto: certamente chegou o momento, para a nossa sociedade e especialmente para o mundo da ciência, de tomar consciência de que o futuro da humanidade depende, hoje mais do que nunca, das nossas comuns opções morais.

4. No passado, era possível destruir uma aldeia, uma cidade, uma região, até um país. No presente é todo o planeta que está ameaçado. Tal facto deveria finalmente obrigar cada um a enfrentar uma consideração moral fundamental: doravante, somente através de uma opção consciente e de uma deliberada política é que a humanidade pode sobreviver. A opção moral e política, diante da qual nos encontramos, é a de pôr todos os recursos da inteligência, da ciência e da cultura ao serviço da paz e da construção de uma nova sociedade, sociedade que chegue a eliminar as causas das guerras fratricidas buscando generosamente o progresso total de cada indivíduo e de toda a humanidade. É verdade, os indivíduos e as sociedades estão sempre expostos às paixões da cobiça e do ódio; mas, naquilo que nos toca, tentemos eficazmente corrigir as situações sociais e as estruturas que são causa de injustiça e de conflito. Nós construiremos a paz construindo um mundo mais humano. À luz desta esperança o mundo científico, cultural e universitário tem parte eminente a desempenhar. A paz é um dos bons êxitos mais nobres da cultura, e por isso merece toda a nossa energia intelectual e espiritual.

5. Como estudiosos e pesquisadores, vós representais uma comunidade internacional, com uma função que pode resultar decisiva para a futuro da humanidade. Mas com uma condição: que vós consigais defender e servir a verdadeira cultura do homem como precioso património. A vossa tarefa é elevada, quando trabalhais pelo crescimento do homem no seu ser e não apenas no seu possuir ou no seu saber ou no seu poder. Procurei exprimir este aspecto jundamental da nossa civilização num discurso que pronunciei na UNESCO no dia 2 de Junho de 1980: "A cultura é um modo específico do 'existir' e do 'ser' do homem... A cultura é aquilo pelo qual o homem, enquanto homem, se torna mais homem, 'é' mais, atinge mais o 'ser'. É nisto também que se funda a distinção capital entre o que o homem é e o que o homem tem, entre o ser e o ter... Nem todo o 'ter' do homem é importante para a cultura, não é factor criativo da cultura senão na medida em que o homem, com a mediação do seu 'ter', pode ao mesmo tempo 'ser' mais plenamente como homem em todas as dimensões da sua existência, em tudo aquilo que caracteriza a sua humanidade". Este conceito de cultura baseia-se numa visão total do homem, corpo e espírito, pessoa e comunidade, um ser racional ao mesmo tempo elevado pelo amor: "Sim! o futuro do homem depende da cultura! Sim, a paz do mundo depende do primado do Espírito! Sim, o futuro pacífico da humanidade depende do amor!" (ibid.). Verdadeiramente, o nosso futuro, a nossa sobrevivência mesma estão ligados à imagem que nos formarmos sobre o homem.

6. O nosso futuro neste planeta, exposto como está ao risco do aniquilamento nuclear, depende de um só factor: a humanidade deve realizar uma revolução moral. No actual momento histórico deve haver uma mobilização geral de todos os homens e mulheres de boa vontade. A humanidade é chamada a dar novo passo para a frente, um passo rumo à civilização e à sabedoria. Uma falta de civilização e uma ignorância dos verdadeiros valores do homem trazem o risco da destruição da humanidade. Devemos tornar-nos mais sábios. O Papa Paulo VI, na sua Encíclica Populorum Progressio (26 de Março de 1967, n. 20), sublinhou muitas vezes a necessidade urgente de se recorrer aos sábios para a guia da nova sociedade no seu desenvolvimento. Em particular, disse que, "se a continuação do desenvolvimento exige um número cada vez maior de técnicos, mais requer ainda homens de pensamento, capazes de reflexão profunda, votados à procura de um humanismo novo, que permita ao homem moderno encontrar-se a si mesmo, assumindo os valores superiores de amor, de amizade, de oração e de contemplação".

Mas, sobretudo, neste País do Japão, conhecido pela sua criatividade, a um tempo cultural e tecnológica, País com tantos homens de ciência, estudiosos, escritores e pensadores religiosos, permito-me lançar um especialíssimo apelo. Desejo dirigir-me aos homens e às mulheres de pensamento do Japão, e através deles, aos homens e às mulheres de pensamento de todo o mundo, para encorajá-los a buscarem ainda mais eficazmente a tarefa da reconstrução social e moral, que o nosso mundo tão ardentemente deseja para si. Trabalhai juntos para defender e promover, no meio de todo o povo da vossa nação e do mundo, a ideia de um mundo justo, mundo feito à medida do homem, mundo que torne os seres humanos capazes de desfrutar das suas capacidades, mundo que os ajude nas suas carências materiais, morais e espirituais.

7. Homens e mulheres dedicados à pesquisa e à cultura: o vosso trabalho assume importância totalmente nova, nesta época marcada pelo desenvolvimento da ciência e da tecnologia. Que bom êxito para o nosso tempo, que força intelectual e moral, que responsabilidade para com a sociedade e a humanidade! Seremos capazes de unir-nos ao aplicar esta herança científica e cultural ao serviço do verdadeiro progresso da humanidade, para a construção de um mundo de justiça e de dignidade para todos? A tarefa, é enorme; alguém poderia defini-la utópica. Mas como poderemos não encorajar a confiança do homem moderno, contra todas as tentações do fatalismo, da passividade paralisante e do abatimento moral? Nós devemos dizer ao homem de hoje: não duvides, o teu futuro está nas tuas mãos. A construção de uma humanidade mais justa ou de uma comunidade internacional mais unida não é sonho ou ideal vão. É imperativo moral, dever sagrado, que o génio intelectual e espiritual do homem pode enfrentar através de uma nova mobilização dos talentos e das energias de cada um e aproveitando todos os recursos técnicos e culturais do homem.

8. Os povos da nossa época possuem, em primeiro lugar, extraordinários recursos científicos e tecnológicos. Nós estamos convencidos de que tais recursos poderiam ser usados com muito mais eficácia para o desenvolvimento e o crescimento dos povos; vejamos os progressos da agricultura, da biologia, da medicina, dos instrumentos de comunicação social aplicados à educação; depois, existem as ciências sociais e económicas, e a ciência do planeamento, todas podem unir-se em vista de um processo de industrialização mais humano e eficaz, e para promover novos modelos de cooperação internacional. Se todas as nações ricas do mundo quisessem, elas poderiam reunir impressionante número de especialistas para as tarefas do desenvolvimento. Tudo isto supõe, obviamente, algumas opções políticas e, mais profundamente ainda, opiniões morais. Aproxima-se o momento em que se deverão redefinir as prioridades. Segundo alguns cálculos, por exemplo, cerca da metade dos pesquisadores no mundo estão empenhados em fins militares. É moral que a família humana continue ainda nesta direcção?

E há ainda o problema dos recursos económicos necessários para dar impulso decisivo ao avanço integral da família humana.

Também neste campo devemos fazer opções. Podemos permanecer passivos diante da afirmação de a humanidade gastar imensamente mais com os armamentos do que com o desenvolvimento, e quando chegamos a saber que a equipagem de um soldado custa muitas vezes mais do que a educação de uma criança?

9. A ciência e a tecnologia sempre foram parte da cultura do homem, mas hoje assistimos a um rápido crescimento de uma tecnologia que parece ter destruído o seu equilíbrio com as dimensões da cultura intervindo como elemento de divisão. Este é o grande problema que a sociedade moderna deve resolver. A ciência e a tecnologia são os factores mais dinâmicos da sociedade actual, mas os seus limites intrínsecos não as tornam capazes, por si sós, de oferecer uma força que seja garantia da unidade da cultura. Como pode, então, uma cultura assumir em si a ciência e a tecnologia, com todo o seu dinamismo, sem perder a própria identidade?

Três tentações devem ser evitadas a este respeito. A primeira é a tentação de buscar o desenvolvimento tecnológico como fim em si mesmo, como tipo de desenvolvimento que tem, por única norma, a do seu próprio crescimento e afirmação, como realidade autónoma entre a natureza e a realidade propriamente humana, realidade que impõe ao homem a inevitável realização das suas sempre novas possibilidades, como se houvesse de ser sempre feito o que é tecnicamente possível. A segunda tentação é a de sujeitar o desenvolvimento tecnológico à utilidade económica em conformidade com a lógica do lucro ou da expansão económica sem fim, criando desta forma vantagem para alguns e deixando outros na pobreza, sem preocupar-se com o verdadeiro bem comum da humanidade, fazendo da tecnologia um instrumento ao serviço da ideologia do "ter". Em terceiro lugar, existe ainda a tentação de sujeitar o desenvolvimento tecnológico à aquisição ou à manutenção do poder, como sucede quando é usado para fins militares, e em todos os lugares onde se manipulam os povos para ser possível dominá-los,

10. Como homens e mulheres dedicados à cultura, gozais de imensa credibilidade moral, porque intervindes em todos os centros decisórios, particulares ou públicos, que são capazes de influenciar as políticas do futuro. Usando todos os meios honestos e eficazes, assegurai-vos de que prevaleçam uma visão total do homem e uma generosa ideia da cultura. Formulai argumentações que convençam, de maneira que seja cada um levado a compreender que a paz e a sobrevivência da raça humana, doravante, está ligada indissoluvelmente ao progresso, ao desenvolvimento e à dignidade de todos. Só sereis bem sucedidos na vossa missão se insistirdes com convicção no conceito de que "a ciência e a tecnologia encontram a sua justificação no serviço que prestam ao homem e à humanidade"; e de que a ciência racional deve ligar-se com uma série de campos do conhecimento largamente abertos aos valores espirituais. Apelo vivamente para os homens de ciência, para os centros de pesquisa e para as universidades, a fim de que estudem mais a fundo os problemas éticos da sociedade tecnológica, assunto que já está chamando a atenção de bom número de pensadores modernos. É um problema estreitamente ligado ao da justa participação dos recursos, do uso de técnicas para fins pacíficos e do desenvolvimento das nações.

11. A construção de uma nova ordem social pressupõe, além e acima das essenciais capacidades tecnológicas, uma elevada inspiração, uma corajosa motivação, uma fé no futuro do homem, na sua dignidade e no seu destino. É ao coração e ao espírito do homem que se deve chegar, para além das divisões provocadas por interesses individuais, por egoísmos e por ideologias. Numa palavra, deve-se amar o homem por ele mesmo. Este é o valor supremo que procuram promover todos os humanistas sinceros, os pensadores generosos e todas as grandes religiões. O amor pelo homem, enquanto tal, está no centro da mensagem de Jesus Cristo e da sua Igreja: este relacionamento é indissolúvel. No meu discurso à UNESCO, reafirmei com força o laço fundamental entre o Evangelho e o homem na sua própria humanidade: "Este laço é, com efeito, gerador de cultura no seu fundamento mesmo... É preciso afirmar o homem por ele mesmo... Mais ainda, é preciso amar o homem porque é homem, é preciso reivindicar o amor pelo homem em razão da dignidade particular que ele possui. O conjunto das afirmações relativas ao homem pertence à substância mesma, da mensagem de Cristo e da missão da Igreja" (n. 10).

Todos os que desejam verdadeiramente a defesa e o progresso do homem devem, por isso mesmo, amar o homem por ele mesmo; e por isso é essencial valorizar os valores do espírito, os únicos capazes de transformar os corações e as atitudes profundamente radicadas. Todos nós, que trazemos no coração o tesouro de uma fé religiosa, devemos tomar parte no trabalho comum para o desenvolvimento do homem, e devemos fazê-lo com clareza de visão e com coragem. Todos os cristãos, todos os que reconhecem a Deus, todas as famílias espirituais devem ser convidados a unirem-se num esforço comum para encorajar, espiritual e culturalmente, todos aqueles homens e mulheres que se dedicam ao crescimento total do homem.

12. Neste País, não se podem deixar de recordar as grandes tradições espirituais e religiosas da Ásia, tradições que tanto enriqueceram a herança universal do homem. Nem se poderia deixar de fazer votos por um diálogo mais intenso e por uma colaboração eficaz entre aqueles que crêem na vocação espiritual do homem, na sua busca do Absoluto, da justiça, da fraternidade, e, como nos exprimimos nós na nossa fé, na sua sede de redenção e de imortalidade. A ciência racional e o conhecimento religioso do homem necessitam de encontrar-se em união. Vós que vos dedicais às ciências, não sois convidados a estudar o laço que é necessário estabelecer entre o conhecimento científico e tecnológico e a consciência moral do homem? Ciência e virtude foram cultivadas juntas pelos antigos, no Oriente e no Ocidente. Ainda hoje, bem o sei, muitos estudiosos, mesmo se nem todos professam uma religião particular, buscam uma integração entre a sua ciência e o seu desejo de servir o homem na sua integridade. Constróem uma grande família espiritual, através da sua honestidade intelectual, do seu interesse pelo que é verdadeiro, da sua autodisciplina como estudiosos, e da sua objectividade e respeito diante dos mistérios do universo. Todos aqueles, que generosamente aplicam os seus conhecimentos ao progresso dos povos e todos aqueles, que têm fé na vocação espiritual do homem, são convidados a desempenhar uma tarefa comum: constituir uma verdadeira ciência para o desenvolvimento integral do homem.

13. Numa palavra, creio que a nossa geração se encontra a enfrentar um grande desafio moral: consiste em harmonizar os valores da ciência e os valores da consciência. Falando à UNESCO no dia 2 de Junho de 1980, lancei um apelo que vos proponho novamente hoje: "Ao homem, que tomou consciência da situação, ... impõe-se uma convicção, que é, ao mesmo tempo, um imperativo moral: é preciso mobilizar as consciências! É preciso aumentar os esforços das consciências humanas na medida da tensão entre o bem e o mal, a que são submetidos os homens no final do século XX. É preciso convencermo-nos da prioridade da ética sobre a técnica, do primado da pessoa sobre as coisas, da superioridade do espírito sobre a matéria (cf. Redemptor Hominis, 16). A causa do homem será servida se a ciência se aliar à consciência. O homem de ciência ajudará verdadeiramente a humanidade se conservar "o sentido da transcendência do homem sobre o mundo e de Deus sobre o homem" (Discurso à Pontifícia Academia das Ciências, 10 de Novembro de 1979, n. 4).

Senhoras e Senhores, a vós compete aceitar este nobre desafio.

 

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