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ca não ideologizada â permite criar um equilÃbrio
e uma ordem social mais humana. Neste senti-
do, animo os peritos financeiros e os governan-
tes dos vários paÃses a considerarem as palavras
dum sábio da antiguidade: «Não fazer os pobres
participar dos seus próprios bens é roubá-los e
tirar-lhes a vida. Não são nossos, mas deles, os
bens que aferrolhamos».
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58.âUma reforma financeira que tivesse em
conta a ética exigiria uma vigorosa mudança de
atitudes por parte dos dirigentes polÃticos, a quem
exorto a enfrentar este desafio com determina-
ção e clarividência, sem esquecer naturalmente a
especificidade de cada contexto. O dinheiro deve
servir, e não governar! O Papa ama a todos, ri-
cos e pobres, mas tem a obrigação, em nome de
Cristo, de lembrar que os ricos devem ajudar os
pobres, respeitá-los e promovê-los. Exorto-vos a
uma solidariedade desinteressada e a um regresso
da economia e das finanças a uma ética propÃcia
ao ser humano.
Não à desigualdade social que gera violência
59.âHoje, em muitas partes, reclama-se maior
segurança. Mas, enquanto não se eliminar a ex-
clusão e a desigualdade dentro da sociedade e en-
tre os vários povos será impossÃvel desarreigar a
violência. Acusam-se da violência os pobres e as
55
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J
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C
risóstomo
,
In Lazarum
, II, 6:
PG
48, 992D.