EVANGELII GAUDIUM - page 154

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ofuscar nem enfraquecer o seu sentido exortati-
vo, mas antes ajudar a assumi-los com coragem
e ardor. Para quê complicar o que é tão simples?
As elaborações conceptuais hão-de favorecer o
contacto com a realidade que pretendem expli-
car, e não afastar-nos dela. Isto vale sobretudo
para as exortações bíblicas que convidam, com
tanta determinação, ao amor fraterno, ao serviço
humilde e generoso, à justiça, à misericórdia para
com o pobre. Jesus ensinou-nos este caminho de
reconhecimento do outro, com as suas palavras e
com os seus gestos. Para quê ofuscar o que é tão
claro? Não nos preocupemos só com não cair
em erros doutrinais, mas também com ser fiéis a
este caminho luminoso de vida e sabedoria. Por-
que «é frequente dirigir aos defensores da “orto-
doxia” a acusação de passividade, de indulgência
ou de cumplicidade culpáveis frente a situações
intoleráveis de injustiça e de regimes políticos
que mantêm estas situações».
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195. Quando São Paulo foi ter com os Apósto-
los a Jerusalém para discernir «se estava a correr
ou tinha corrido em vão» (
Gal
2, 2), o critério-
-chave de autenticidade que lhe indicaram foi que
não se esquecesse dos pobres (cf.
Gal
2, 10). Este
critério, importante para que as comunidades
paulinas não se deixassem arrastar pelo estilo de
vida individualista dos pagãos, tem uma grande
161
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Libertatis nuntius
(6 de Agosto de 1984), XI, 18:
AAS
76 (1984), 907-908.
1...,144,145,146,147,148,149,150,151,152,153 155,156,157,158,159,160,161,162,163,164,...224
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