Dignitas infinita
Texto de apresentação
O documento que hoje apresentamos é uma “Declaração”, isto implica que se trata
de um texto de alto valor doutrinal. A escolha do gênero literário neste caso é
compreensível porque se refere a um pilar fundamental do ensinamento cristão.
Trata-se, portanto, de um documento que recolhe e consolida aquilo que disseram
os últimos Pontífices sobre este grande tema e sintetiza a novidade oferecida
pelo atual Papa sobre uma questão estrutural do pensamento cristão.
Transcorreram diversos anos desde a publicação da última declaração, a
Dominus Iesus (6 agosto 2000). Contudo, é preciso recordar que Fiducia
supplicans é também uma declaração, ainda que a questão tratada seja menos
central. Por quê? Pois em Fiducia supplicans tem-se uma inovação magisterial a respeito do modo como se entende as bênçãos. O
Papa, de fato, quis alargar a compreensão das bênçãos para desenvolver a riqueza
pastoral.
Isto ajuda a entender que são bênçãos que não confirmam, não sancionam, não
consagram nem justificam nada, mas são apenas uma oração do ministro que invoca
a ajuda de Deus para que a pessoa possa continuar a viver e a viver melhor. Como
o próprio Papa Francisco explicou no seu
discurso por ocasião da recente sessão
plenária do nosso Dicastério (26 janeiro 2024), estas bênçãos pastorais, “fora
de qualquer contexto e caráter litúrgico, não exigem uma perfeição moral para
serem recebidas”. Portanto, se a aplicação prática às uniões irregulares
pode ser diferente em contextos diversos, então o que somos chamados a sustentar
é que existem estes tipos de bênçãos que não exigem os mesmos requisitos das
bênçãos litúrgicas.
Alguns liturgistas não se agradam disso, pois pensam que todas as orações que um
ministro realiza são litúrgicas, e, portanto, tudo o que é abençoado deve ser
completamente de acordo com a vontade de Deus. No entanto, o Papa quis
esclarecer que não é assim e nos convidou a alargar a nossa compreensão sobre os
vários tipos de bênçãos. E ele tem o direito de o fazer. Trata-se certamente de
uma questão menor, mas esta não era explicitada no Magistério, que, além do
mais, falou pouco sobre as bênçãos.
Todavia, ainda que não seja um tema de grande importância, é uma questão que
está no coração do Papa e que suscitou um significativo interesse da opinião
pública. Basta olhar alguns dados: Fiducia supplicans é o documento que
teve mais de 7 bilhões de visualizações na internet. É um dado notável. Além do
mais, em uma recente pesquisa, que não foi publicada, evidenciou-se, por
exemplo, que na Itália, entre os abaixo de 35, 75% das pessoas estão de acordo
com os conteúdos de Fiducia supplicans, alguns não responderam e somente
um pequeno percentual se demonstrou contrário.
Deseja-se com o documento de hoje, que é certamente uma declaração muito mais
importante que Fiducia supplicans, possa ter este nível de impacto,
porque o mundo precisa redescobrir as implicações da imensa dignidade de cada
pessoa para não perder a orientação. E, sobretudo, espera-se a ajuda de vós
jornalistas nesta direção.
A dignidade á uma questão central no pensamento cristão. Teve um magnífico
desenvolvimento nos últimos dois séculos juntamente com a doutrina social da
Igreja. E é um tema que permite um diálogo frutuoso com a sociedade, a 75 anos
da Declaração Universal dos Direitos Humanos.
Isto não significa que se trate de uma nova doutrina. Encontramo-la já na
Bíblia, mas não com uma linguagem filosófica, e sim com uma linguagem narrativa.
Quando, por exemplo, no Antigo Testamento se diz: “Não amaldiçoarás o surdo, e
não colocarás obstáculos de fronte ao cego” (Lv 19,14), percebe-se com
quanto compaixão estas palavras nos falam da dignidade do surdo e do cego. Não
importa se esse me escuta, me vê ou não, ainda que as minhas palavras não possam
feri-lo, não o insulto devido ao profundo respeito de fronte a sua dignidade.
O respeito à dignidade humana reaparece na Bíblia quando nos Evangelhos vem
descrito como Jesus tratava os desprezados e os esquecidos da sociedade. Tem um
belíssimo episódio evangélico no qual Jesus estava passando por uma estrada com
seus discípulos e tinha um pobre cego jogado à margem da estrada que gritava:
“Jesus, tem piedade de mim”. Os apóstolos disseram-lhe: “Fique quieto, não
disturbe o Mestre” (cf. Mt 20, 29-34; Mc 10, 46-52; Lc 18,
35-43). Aquele tipo de pessoa não tinha valor naquele momento, apenas
incomodava. Contudo, Jesus, quando os discípulos silenciaram, foi diretamente ao
cego e lhe disse: “O que queres que eu faça por ti?”. É uma pergunta cheia de humanidade, um gesto que fala de uma dignidade
desconhecida.
Se o respeito da pessoa humana na sua unidade e no seu caráter sacro é
visivelmente claro nos gestos e nas palavras de Jesus, não por isso, tudo o que
tem haver com a dignidade humana nem sempre foi reconhecido pela Igreja com a
mesma clareza, mas ela teve um crescimento na compreensão da sua verdade.
Deve-se perceber, de fato, que no próprio interior da Bíblia deu-se uma
crescente explicitação. Para compreender a importância desta evolução, basta ler
um texto tirado do livro do Êxodo: “Quando um homem bate com um bastão no seu
escravo ou na sua escrava e estes morrem nas suas mãos, deve-se vingá-los. Mas
se sobrevive um dia ou três, não será vingado, pois foi comprado com o seu
dinheiro (Ex 21, 20-21). O que tem haver este texto com a imensa
dignidade de cada pessoa humana? Nada!
Já, em 1452, com a bula Dum Diversas, Papa Nicolau V concedeu ao rei de
Portugal submeter os Sarracenos e os pagãos, reduzindo-os à escravidão perpétua.
Cito textualmente: “Com este documento, com a Nossa Autoridade Apostólica,
concedo-vos a plena e livre permissão de invadir, procurar, capturar e sujeitar
os Sarracenos e os pagãos e os outros infiéis e inimigos de Cristo em qualquer
lugar se encontrem, e de reduzi-los à escravidão perpétua”.
Todavia, oitanta anos depois, em 1537, com a bula Veritas ipsa, conhecida
também como Sublimis Deus, Paulo III condenou com a excomunhão os que
submetessem outros à escravidão, “porque são humanos”. Como se vê, apenas
oitenta anos depois, em uma época na qual as mudanças eram muito lentas, um Papa
diz praticamente o contrário de quanto fora afirmado por um seu predecessor
sobre um tema tão importante.
Outro exemplo: em 1832 Papa Gregório XVI, na Mirari vos, tinha dito que
era uma “sentença absurda e errada, ou melhor ilusória, que a liberdade de
consciência deva ser admitida e garantida a qualquer um” (MV15). Na Syllabus
de Pio IX (1864) a liberdade religiosa foi condenada como um dos principais
“erros”. No século sucessivo, contudo, o Concílio Vaticano II modificou
substancialmente estas ideias na Declaração
Dignitatis humanae: “Este
Concílio Vaticano declara que a pessoa humana tem o direito à liberdade
religiosa (…) Declara, também, que o direito à liberdade religiosa se funda
realmente sob a mesma dignidade da pessoa humana (…) O direito á liberdade
religiosa não se funda, portanto, em uma disposição subjetiva da pessoa, mas em
sua natureza própria. Por isso, o direito a uma tal imunidade perdura também
naqueles que não satisfazem a obrigação de procurar a verdade e de aderir a
essa” (DH 2).
Estes são exemplos que demonstram como a compreensão da verdade por parte da
Igreja se desenvolva no curso do tempo e que esta não cresce sempre na mesma
direção, permanecendo fixa e plenamente homogênea com os documentos precedentes,
ao menos no que diz respeito ao mesmo ponto concreto. Hoje, pelo contrário, de
acordo com aguns parece que o papa Francisco não possa dizer nada de diverso do
que foi dito antes, como se o Magistério fosse definitivamente fechado com os
Papas precedentes.
É verdade que os pressupostos e os fundametos da decisão do Papa Paulo III eram
já presentes na Palavra de Deus e que tinha já a convicção do valor da dignidade
de cada ser humano, ainda que não tenham faltado contradições e incongruências
na aplicação deste princípio. No entanto, é evidente que nos últimos dois
séculos, bebendo do poço inesgotável do Evangelho, o argumento ganhou uma maior
clareza e um ulterior desenvolvimento explícito, com uma grande riqueza expressa
no Magistério, sobretudo a partir de Leão XIII.
Sobre alguns temas a Igreja aprendeu com dificuldade, atraversando fases
difíceis e séculos escuros, mas aprendeu também dialogando com o mundo. Se é
verdade que no Ocidente muitos valores da sociedade provém do Evangelho, é
verdade também que o Evangelho, que produz frutos fora da Igreja, interpela-nos
em modos diversos que nos surpreendem.
Este processo evolutivo de compreensão da verdade, portanto, atravessou séculos
de história, até chegar a rejeição total da pena de morte por parte do Papa
Francisco. A aprovação pontifícia para modificar o texto do Catecismo da Igreja
Católica a respeito da pena capital, modificação realizada em 2018, constitui o
cume da reflexão da Igreja sobre a inviolável dignidade humana. Isto deve ser
considerado como uma autêntica evolução da doutrina relativa à dignidade humana
e isto é demonstrado pelas próprias palavras do Papa Francisco quando afirma na
Encíclica Fratelli tutti: “Uma decisiva rejeição da pena de morte mostra
até que ponto é possível reconhecer a inalienável dignidade de cada ser humano e
de admitir que tenha um lugar seu neste mundo, pois, se não o nego ao pior
dos criminosos, não o negarei a ninguém” (Fratelli tutti, n. 269).
É justamente este documento, que hoje entregamos, que esclarece a distinção
entre a dignidade ontológica, que existe em cada circunstância e nunca se perde,
e aquela que seria uma dignidade moral, social ou existencial. Neste sentido, eu
posso conduzir uma vida indigna, mas não perdo jamais a inalienável dignidade
humana que possuo em virtude do fato de ser humano. Podem me submeter a uma vida
indigna, mas não poderão jamais tirar-me a imensa dignidade pessoal que eu
possuo como ser humano. Possui a mesma dignidade seja um que nasceu na Itália ou
na Etiópia, seja um que tenha nascido em Israel ou em Gaza. É exatamente a mesma
e inalienável dignidade que se possui.
Mas como podemos justificar o fato que algumas crianças cresçam com tantas
possibilidades e outras cresçam sem o reconhecimento da sua dignidade, ou seja,
privados de tudo? Como podemos explicar? Por meio do valor supremo do livre
mercado, das soberanias nacionais? Se uma criança nasce de um lado da fronteira
e outra nasce do outro lado, um dos dois tem menos dignidade e, por isso, tem
menos direitos humanos? Não é talvez verdade que uma só pessoa que morre na
guerra tem essa altíssima dignidade e que, por sua vez, vai perdida para sempre?
Como não procurar, portanto, a paz com todos os meios, especialmente neste
preciso momento da história da humanidade, a qual cresceu em tantos âmbitos, mas
que é incapaz de evitar o horror da guerra?
Diante da verdade universal da dignidade humana de cada ser humano, caem todas
as máscaras do pretencioso desenvolvimento das nossas sociedades. A este
respeito, Papa Francisco, na Exortação Apostólica
Evangelii gaudium,
pergunta se no atual modelo “privatístico”, aquele do sucesso dos fortes, “tenha
senso investir para que aqueles que ficam para trás, os fracos ou os menos
dotados possam fazer estrada na vida” (Evangelii gaudium, n. 209). Cada
um deles tem um valor imenso, então devemos investir neles, ainda que sejam
menos eficazes ou menos produtivos. E, na Encíclica
Fratelli tutti
acrescenta realisticamente: “não vale a mesma regra para uma pessoa com
deficiência, para quem nasceu em uma casa na miséria, para quem cresceu com uma
educação de baixa qualidade” (Fratelli tutti, n. 109). Por isso, não é
verdade que todos nascem e crecem com as mesmas possibilidades, e assim, não é
verdade que a todos venha reconhecida a mesma dignidade.
Por este motivo na Encíclica
Fratelli tutti Papa Francisco quis usar uma
expressão que reforça a convicção da inalienável dignidade de cada pessoa
humana: “para além de cada circunstância”. Tal expressão significa que não tem
circunstância que torne uma pessoa com valor menor. A sua dignidade continua de
fato imensa e inviolável em qualquer circustância, em qualquer contexto, em
qualquer situação. Uma novidade desta Declaração é que quer sublinhar este
ponto, tirar-lhe as consequências e em torno a isto organizar o discurso sobre
alguns temas problemtáticos do nosso tempo. Com efeito, a fecundidade de
significado dessa locução tinha orientado o Dicastério para ultilizá-la como
título da Declaração. Mas, recordanso algumas palavras de são João Paulo II, que
o Papa Francisco ama citar sempre, foi escolhido atribuir à Declaração o atual
título Dignitas infinita.
No decorrer de sua viagem apostólica à República Federativa da Alemanha, em
novembro de 1980, durante o
Angelus domenical pronunciado a Osnabrück,
são João Paulo II se encontrou de fronte a um grupo de pessoas com várias
deficiências, juntamente com aqueles que os acompanhavam, e quis dizer naquela
circunstância que Deus ama cada uma de tais pessoas com um amor infinito,
independentemente das suas deficiências. Naquele momento, enquanto olhava o
rosto de cada uma daquelas pessoas cheias de limites e as vezes desprezadas
pelos outros, na luz deste convicção, era como se quisesse dizer a cada um: “Tu
tens um valor infinito”.
No pensamento de são João Paulo II o valor é infinito porque é o amor de Deus
dirigido a cada pessoa humana, e também porque é um valor absoluto, que
absolutamente em nenhuma situação possível pode ser negado. Certo que é uma
linguagem que deve ser colhida com o mínimo de senso poético e simbólico, com
uma compreensão não unívoca, mas análoga e que possui uma especial força
expressiva.
Portanto, no decorrer de 2000 e não com poucas dificuldades, a Igreja tornou
sempre explícita esta convicção que hoje é fortemente consolidada no pensamento
católico.
Com este documento, o Dicastério para a Doutrina da Fé quis homenagear um tema
tão presente, não apenas no pensamento do Papa Francisco, mas também nas suas
atitudes, ou seja, no seu modo de tratar os doentes, os esquecidos, os últimos,
na sua capacidade de escutar e que leva a pessoa que fala a perceber que é
considerada em modo sério, reconhecendo, através do olhar, aquele mistério
maravilhoso de cada ser humano, aquela infinita dignidade da qual cada um é
dotado.
Pessoalmente recordo um episódio da minha vida, no período no qual papa
Francisco era Arcebispo de Buenos Aires. Refiro-me ao momento da minha nomeação
como Reitor da Universidade Católica Argentina: parecia-me improvisamente que
todos fossem contrários a mim, enraivados não porque me odiassem, mas porque a
minha nomeação teria revirado os seus planos e teria impedido em maneira
evidente as suas finalidades. Em situações como estas, se é tentado de atribuir
a culpa a si mesmo, de se autopunir e de se colocar à parte: eram justamente
estes os sentimentos que eu abrigava na minha alma naquele período. Em um
daqueles dias, o Arcebispo Bergoglio me disse com convicção e firmeza: “Não
Tucho, levanta a cabeça e não deixe que te tirem a dignidade. Pois, a tua
dignidade ninguém pode tirar”.
Gostaria que esta mensagem fosse para cada um de vocês, porque a mensagem do
amor de Deus que nos salva é inseparável da imensa dignidade de cada ser humano.
Propriamente por causa desta dignidade temos o direito de sermos felizes, ou, ao
menos, buscar sê-lo. Tem um belíssimo texto bíblico no qual Deus diz: “Quem
justificará um que faz mal a si mesmo e quem honrará aquele que se desonra? (…)
Nenhum é pior do que aquele que prejudica a si mesmo (…) Filho, na medida da tua
possibilidade, trata-te bem (…). Não te prives de um dia feliz, não te fuja nada
de um legítimo desejo” (Sir 10, 29; 14, 6.11-14). Quase a dizer: “espero
que tu possas reconhecer a tua dignidade e levantar-te sempre, que tu possas
andar em frente, não obstante tudo. Busca ser feliz quando estás com uma pessoa
cara, mas também de aproveitar o teu trabalho , ou ao menos gostar de plenejar,
sonhar e esperar. Sabendo sempre quanto tu vales, tomando consciência que tens
um valor infinito, ainda que os outros não saibam reconhecê-lo. Isto, porque
Deus te ama apesar de tudo e para além de qualquer circunstância. Por aquela
mesma dignidade tu podes ir além sempre, com uma vida sempre mais digna, com um
modo de agir mais belo, com sonhos mais altos e nobres, e sobretudo reconhecendo
com admiração quanto vale teu filho, quanto vale tua vizinha de casa, quanto
vale o teu colega”.
A última parte desta Declaração afronta brevemente alguns temas que permitem
contemplar em modo harmônico a questão da dignidade humana na sua integralidade.
Alguns destes temas poderiam encontrar um consenso maior, outros menos, mas
esses são considerados todos importantes porque se iluminam reciprocamente.
Quando, de fato, na Igreja se defende a vida desde a concepção, não é por causa
de um fanatismo machista ou de uma mentalidade atrasada. Mas porque buscamos ser
coerentes com essa convicção da dignidade do ser humano para além de qualquer
circunstância: que tenha ou não saido do ventre materno, a dignidade é a mesma
não depende do seu desenvolvimento. Do contrário, não existem razões
universalmente válidas e sempre sólidas para defender os direitos humanos sem
desculpas.
Cremos, de fato, que todos os argumentos escolhidos, sem a pretensão de serem
exaustivos, são importantes para permitir compreender a temática em modo mais
harmônico e não fragmentado. Esses se iluminam reciprocamente e fazem parte da
riqueza do pensamento católico sobre a dignidade humana. Eis porque é importante
ler as questões não separadamente, mas em conexão, buscando ter uma visão de
conjunto. Dou alguns exemplos: fala-se do aborto, depois de ter tratado sobre a
violência às mulheres. A respeito das teorias de gênero, é verdade que existem
ao menos duas razões para não aceitar as ideologias de gênero, que ao invés de
ajudar no reconhecimento da dignidade humana empobrecem uma visão humanisítica
no qual o homem e a mulher têm o encontro mais belo e fecundo na maior diferença
que a humanidade contém. Neste contexto, a ideia de matrimônio entre pessoas do
mesmo sexo ou a eliminação mesma das diferenças não parecem aceitáveis. Porém,
ao início deste tema, afirma-se que é contrário à dignidade humana o fato que
uma pessoa seja perseguida, torturada, presa ou morta apenas pela orientação
sexual, coisa que acontece mesmo legalmente em diversas partes do mundo. Fala-se
pouco desta desta violação da dignidade humana, deste ataque aos direitos
humanos; até mesmo o jornalismo fala pouco sobre isso e é doloroso que alguns
católicos defendam essas leis iníquas. O documento, então, sobre este assunto
fala de ambas as coisas, pois além de defender uma concepção da sexualidade e do
matrimônio, defende antes de tudo a dignidade de cada ser humano para além de
tudo, para além das circusntâncias, e a Igreja busca todos os caminhos pastorais
possíveis para que cada um sinta a proximidade de Deus à sua vida com seu amor
sem limites.
Víctor Card. Fernández