Lumen Fidei - page 61

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ressurreição e ascensão ao Céu, na esperança da
sua vinda final na glória. E, consequentemente,
afirma-se que este Deus-comunhão, permuta de
amor entre o Pai e o Filho no Espírito, é capaz de
abraçar a história do homem, de introduzi-lo no
seu dinamismo de comunhão, que tem, no Pai, a
sua origem e meta final. Aquele que confessa a
fé sente-se implicado na verdade que confessa;
não pode pronunciar, com verdade, as palavras
do
Credo
, sem ser por isso mesmo transformado,
sem mergulhar na história de amor que o abra-
ça, que dilata o seu ser tornando-o parte de uma
grande comunhão, do sujeito último que pronun-
cia o
Credo
: a Igreja. Todas as verdades, em que
cremos, afirmam o mistério da vida nova da fé
como caminho de comunhão com o Deus Vivo.
Fé, oração e Decálogo
46. Há mais dois elementos que são essenciais
na transmissão fiel da memória da Igreja. O pri-
meiro é a Oração do Senhor, o
Pai Nosso
; nela, o
cristão aprende a partilhar a própria experiência
espiritual de Cristo e começa a ver com os olhos
d’Ele. A partir d’Aquele que é Luz da Luz, do Fi-
lho Unigénito do Pai, também nós conhecemos
a Deus e podemos inflamar outros no desejo de
se aproximarem d’Ele.
Igualmente importante é ainda a ligação en-
tre a fé e o Decálogo. Dissemos já que a fé se
apresenta como um caminho, uma estrada a per-
correr, aberta pelo encontro com o Deus vivo;
por isso, à luz da fé, da entrega total ao Deus
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