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de amor, irradiamos uma única luz e temos um
único olhar para penetrar na realidade.
48.âÂÂDado que a fé é uma só, deve-se confessar
em toda a sua pureza e integridade. Precisamente
porque todos os artigos da fé estão unitariamente
ligados, negar um deles â mesmo dos que pos-
sam parecer menos importantes â equivale a da-
nificar o todo. Cada época pode encontrar pon-
tos da fé mais fáceis ou mais difÃceis de aceitar;
por isso, é importante vigiar para que se transmita
todo o depósito da fé (cf.
1 Tm
6, 20) e para que se
insista oportunamente sobre todos os aspectos da
confissão de fé. De facto, visto que a unidade da fé
é a unidade da Igreja, tirar algo à fé é fazê-lo à ver-
dade da comunhão. Os Padres descreveram a fé
como um corpo, o corpo da verdade, com diversos
membros, analogamente ao que se passa no corpo
de Cristo com o seu prolongamento na Igreja.
42
A integridade da fé foi associada também com a
imagem da Igreja virgem, com o seu amor espon-
sal fiel a Cristo: danificar a fé significa danificar a
comunhão com o Senhor.
43
A unidade da fé é, por
conseguinte, a de um organismo vivo, como bem
evidenciou o Beato John Henry Newman, quando
enumera, entre as notas caracterÃsticas para distin-
guir a continuidade da doutrina no tempo, o seu
poder de assimilar em si tudo o que encontra, nos
42
âÂÂCf.
ibid.
, II, 27, 1:
o. c.
, 294, 264.
43
âÂÂCf. A
gostinho
,
De sancta virginitate
, 48, 48:
PL
40, 424-
425 (« Servatur et in fide inviolata quaedam castitas virginalis,
qua Ecclesia uni viro virgo casta cooptatur »).