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FELIZ DAQUELA QUE ACREDITOU
(cf.
Lc
1, 45)
58.âÂÂNa parábola do semeador, São Lucas refere
estas palavras com que o Senhor explica o signi-
ficado da « terra boa »: « São aqueles que, tendo
ouvido a palavra com um coração bom e virtuo-
so, conservam-na e dão fruto com a sua perseve-
rança » (
Lc
8, 15). No contexto do Evangelho de
Lucas, a menção do coração bom e virtuoso, em
referência à Palavra ouvida e conservada, pode
constituir um retrato implÃcito da fé da Virgem
Maria; o próprio evangelista nos fala da memó-
ria de Maria, dizendo que conservava no cora-
ção tudo aquilo que ouvia e via, de modo que a
Palavra produzisse fruto na sua vida. A Mãe do
Senhor é Ãcone perfeito da fé, como dirá Santa
Isabel: « Feliz de ti que acreditaste » (
Lc
1, 45).
Em Maria, Filha de Sião, tem cumprimen-
to a longa história de fé do Antigo Testamento,
com a narração de tantas mulheres fiéis a co-
meçar por Sara; mulheres que eram, juntamen-
te com os Patriarcas, o lugar onde a promessa
de Deus se cumpria e a vida nova desabrocha-
va. Na plenitude dos tempos, a Palavra de Deus
dirigiu-se a Maria, e Ela acolheu-a com todo o
seu ser, no seu coração, para que nâÂÂEla tomasse
carne e nascesse como luz para os homens. O
mártir São Justino, na obra
Diálogo com Trifão
, tem
uma expressão significativa ao dizer que Maria,
quando aceitou a mensagem do Anjo, concebeu