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lavra percorreu no coração da Igreja e do nosso
povo fiel ao longo da sua história. A identidade
cristã, que é aquele abraço baptismal que o Pai
nos deu em pequeninos, faz-nos anelar, como fi-
lhos pródigos â e predilectos em Maria â, pelo
outro abraço, o do Pai misericordioso que nos
espera na glória. Fazer com que o nosso povo
se sinta, de certo modo, no meio destes dois
abraços é a tarefa difÃcil, mas bela, de quem pre-
ga o Evangelho.
III. A
preparação da
pregação
145.âA preparação da pregação é uma tarefa
tão importante que convém dedicar-lhe um tem-
po longo de estudo, oração, reflexão e criativida-
de pastoral. Com muita amizade, quero deter-me
a propor um itinerário de preparação da homilia.
Trata-se de indicações que, para alguns, poderão
parecer óbvias, mas considero oportuno sugeri-
-las para recordar a necessidade de dedicar um
tempo privilegiado a este precioso ministério. Al-
guns párocos sustentam frequentemente que isto
não é possÃvel por causa de tantas incumbências
que devem desempenhar; todavia atrevo-me a pe-
dir que todas as semanas se dedique a esta tarefa
um tempo pessoal e comunitário suficientemente
longo, mesmo que se tenha de dar menos tempo
a outras tarefas também importantes. A confian-
ça no EspÃrito Santo que actua na pregação não
é meramente passiva, mas activa e
criativa
. Impli-
ca oferecer-se como instrumento (cf.
Rm
12, 1),