EVANGELII GAUDIUM - page 119

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«Meus irmãos, não haja muitos entre vós que
pretendam ser mestres, sabendo que nós tere-
mos um julgamento mais severo» (3, 1). Quem
quiser pregar, deve primeiro estar disposto a dei-
xar-se tocar pela Palavra e fazê-la carne na sua
vida concreta. Assim, a pregação consistirá na ac-
tividade tão intensa e fecunda que é «comunicar
aos outros o que foi contemplado».
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Por tudo
isto, antes de preparar concretamente o que vai
dizer na pregação, o pregador tem que aceitar ser
primeiro trespassado por essa Palavra que há-de
trespassar os outros, porque é uma Palavra
viva e
eficaz
, que, como uma espada, «penetra até à di-
visão da alma e do corpo, das articulações e das
medulas, e discerne os sentimentos e intenções
do coração» (
Heb
4, 12). Isto tem um valor pas-
toral. Mesmo nesta época, a gente prefere escu-
tar as testemunhas: «Tem sede de autenticidade
(...), reclama evangelizadores que lhe falem de
um Deus que eles conheçam e lhes seja familiar
como se eles vissem o invisível».
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151. Não nos é pedido que sejamos imacula-
dos, mas que não cessemos de melhorar, vivamos
o desejo profundo de progredir no caminho do
Evangelho, e não deixemos cair os braços. Indis-
pensável é que o pregador esteja seguro de que
Deus o ama, de que Jesus Cristo o salvou, de que
o seu amor tem sempre a última palavra. À vista
117
 S
ão
T
omás de
A
quino
,
Summa theologiae
II-II, q. 188, a. 6.
118
 P
aulo
VI, Exort. ap.
Evangelii nuntiandi
(8 de Dezembro
de 1975), 76:
AAS
68 (1976), 68.
1...,109,110,111,112,113,114,115,116,117,118 120,121,122,123,124,125,126,127,128,129,...224
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