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Palavra de Deus: não lhe basta conhecer o aspec-
to linguÃstico ou exegético, sem dúvida necessá-
rio; precisa de se abeirar da Palavra com o coração
dócil e orante, a fim de que ela penetre a fundo
nos seus pensamentos e sentimentos e gere nele
uma nova mentalidade».
115
Faz-nos bem renovar,
cada dia, cada domingo, o nosso ardor na prepa-
ração da homilia, e verificar se, em nós mesmos,
cresce o amor pela Palavra que pregamos. Ã bom
não esquecer que, «particularmente, a maior ou
menor santidade do ministro influi sobre o anún-
cio da Palavra».
116
Como diz São Paulo, «falamos,
não para agradar aos homens, mas a Deus que
põe à prova os nossos corações» (
1 Ts
2, 4). Se
está vivo este desejo de, primeiro, ouvirmos nós
a Palavra que temos de pregar, esta transmitir-se-
-á duma maneira ou doutra ao povo fiel de Deus:
«A boca fala da abundância do coração» (
Mt
12,
34). As leituras do domingo ressoarão com todo
o seu esplendor no coração do povo, se primeiro
ressoarem assim no coração do Pastor.
150.âJesus irritava-Se compretensiosos mestres,
muito exigentes com os outros, que ensinavam
a Palavra de Deus mas não se deixavam ilumi-
nar por ela: «Atam fardos pesados e insuportá-
veis e colocam-nos aos ombros dos outros, mas
eles não põem nem um dedo para os deslocar»
(
Mt
23, 4). E o Apóstolo São Tiago exortava:
115
âJ
oão
P
aulo
II, Exort. ap. pós-sinodal
Pastores dabo vobis
(25 de Março de 1992), 26:
AAS
84 (1992), 698.
116
Ibid.
, 25:
o. c.
, 696.