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SYNODUS EPISCOPORUM
BOLETIM

II ASSEMBLEIA ESPECIAL PARA A ÁFRICA
DO SÍNODO DOS BISPOS
4-25 OUTUBRO 2009

A Igreja em África ao serviço da reconciliação, da justiça e da paz.
"Vós sois o sal da terra ... Vós sois a luz do mundo" (Mt 5, 13.14)


Este Boletim é somente um instrumento de trabalho para uso jornalístico.
A
s traduções não possuem caráter oficial.


Edição portuguesa

06 - 06.10.2009

SUMÁRIO

- TERCEIRA CONGREGAÇÃO GERAL (TERÇA-FEIRA, 6 DE OUTUBRO DE DE 2009 - ANTEMERIDIANO)
- AVISOS

TERCEIRA CONGREGAÇÃO GERAL (TERÇA-FEIRA, 6 DE OUTUBRO DE 2009 - PARTE DA MANHÃ)

- REFLEXÃO DO DELEGADO FRATERNO SUA SANTIDADE ABUNA PAULOS, PATRIARCA DA IGREJA TEWAHEDO ORTODOXA ETÍOPE (ETIÓPIA)
- VOTAÇÃO PARA A COMISSÃO PARA A MENSAGEM
- INTERVENIENTES NA SALA (INÍCIO)

Às 09.00 horas do dia de hoje, 6 de Outubro de 2009, memória facultativa de S. Bruno, monge, na presença do Santo Padre, com o canto da Hora Terça, aconteceu a Terceira Congregação Geral, para a Votação para a Comissão para a Mensagem e para o início das intervenções dos Padres sinodais na Sala sobre o tema sinodal A Igreja na África a serviço da reconciliação, da justiça e da paz “Vós sois o sal da terra ... Vós sois a luz do mundo” (Mt 5, 13.14).

O Presidente Delegado de turno S.Em. Card. Wilfrid Fox NAPIER, O.F.M., Arcebispo de Durban (ÁFRICA DO SUL) apresentou Sua Santidade Abuna PAULOS, Patriarca da Igreja Tewahedo Ortodoxa Etíope (ETIÓPIA), com as seguintes palavras: “Estou certo de expressar os sentimentos de gratidão de todos vós quando afirmo que estamos muito agradecidos ao Santo Padre por ter convidado Sua Santidade Abuna Paulos, Patriarca da Igreja Ortodoxa da Etiópia, a discursar nesta Assembleia Especial para a África do Sínodo dos Bispos.
Em Sua Santidade Abuna Paulos, ouviremos a voz de uma Igreja que durante quase dois mil anos viveu e testemunhou o Evangelho na África, dando vida a uma civilização cristã de homens e mulheres santos, de valores e instituições sociais e culturais que formaram e informaram o coração das populações e da nação.
Justamente quando o continente africano enfrenta enormes desafios, as Igrejas na África enfrentam provas dolorosas e processos. Sua Santidade provou pessoalmente as durezas da prisão e do exílio. A riqueza da vida monástica, espiritual, litúrgica e cultural da Igreja na Etiópia é uma herança da tradição cristã que todos nós devemos custodiar e amar.
Sua Santidade, ouviremos suas palavras com estima e gratidão.”

[00031-06.03] [IN000] [Texto original: inglês]

Então, Sua Santidade Abuna PAULOS fez uma reflexão que publicamos a seguir.

No fim, o Santo Padre Bento XVI saudou o Patriarca, com as seguintes palavras: “Sua Santidade,
Agradeço-lhe do fundo do coração pela sua atenciosa apresentação e por ter aceitado o meu convite para participar desta Segunda Assembleia Especial para a África do Sínodo dos Bispos. Tenho a certeza de que a minha gratidão e o meu apreço são partilhados por todos os membros da Assembleia.
A sua presença é uma eloquente testemunha da antiguidade e das ricas tradições da Igreja na África. Desde os tempos apostólicos, entre as várias pessoas ansiosas por escutar a mensagem de salvação estavam também pessoas vindas da Etiópia (cf. At 8:26-40). A fidelidade do seu povo ao Evangelho continua a ser evidente não só na sua obediência à sua lei de amor, mas também, como nos lembrou, na perseverança no meio das perseguições e do supremo sacrifício do martírio em nome de Cristo.
Sua Santidade relembrou que a proclamação do Evangelho não pode ser separada do compromisso de construir uma sociedade segundo a vontade de Deus, que respeite as bênçãos da sua criação e proteja a dignidade e a inocência de todas as suas crianças. Em Cristo nós sabemos que a reconciliação é possível, que a justiça pode prevalecer e que a paz poder durar! Esta é a mensagem de esperança que nós somos chamados a proclamar. Esta é a promessa que os povos de África há muito esperam ver cumprida aos nossos dias.
Oremos, então, para que as nossas Igrejas possam estar mais próximas da unidade que é dom do Espírito Santo, e para que sejam testemunhas da esperança trazida pelo Evangelho. Continuemos a trabalhar para o desenvolvimento integral de todos os povos da África, fortalecendo as famílias que são o bastião da sociedade africana, instruindo os jovens que são o futuro da África e contribuindo para a formação de sociedades que se distingam graças à honestidade, à integridade e à solidariedade. Que as nossas deliberações durante estas semanas possam ajudar os seguidores de Cristo em todo o continente a serem exemplos convincentes de rectidão, misericórdia e paz, e a luz que guia o caminho das futuras gerações.
Sua Santidade, agradeço-lhe mais uma vez pela sua presença e pelas suas válidas reflexões. Possa a sua participação deste Sínodo ser uma bênção para as nossas Igrejas.”

[00032-06.03] [RE000] [Texto original: inglês]

A esta Congregação Geral, que se concluiu às 12.30 horas com a oração do Angelus Domini, estavam presentes 226 Padres.

REFLEXÃO DO DELEGADO FRATERNO SUA SANTIDADE ABUNA PAULOS, PATRIARCA DA IGERJA TEWAHEDO ORTODOXA ETÍOPE (ETIÓPIA)

Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, Amém!
Queridos participantes desse grande congresso de Cardeais e Bispos.
Sinto-me honrado e privilegiado em ser convidado para este grande Sínodo e dar uma breve intervenção sobre a África e as Igrejas nesse continente. Sou especialmente grato a Sua Santidade, Papa Bento XVI, que me quis entre os senhores hoje e quem pessoalmente me testemunhou seu amor pela África e sua estima pela Igreja Ortodoxa Etíope Tewahedo, durante nosso último fraternal encontro aqui em Roma.
A África é o segundo maior continente. É a casa de todos os tipos de pessoas com uma grande variedade de cores que vivem em harmonia e igualdade.
Este espectro de cores é um dos de Deus para a África e adiciona beleza ao continente. É, mais que isso, a prova de que a África é um continente onde todos os tipos de pessoas vivem em igualdade não obstante as diferenças de cor e raça.
Antropólogos, filósofos e acadêmicos confirmaram que a África em geral, e a Etiópia em particular, é sem dúvida o berço da humanidade. E a Bíblia Sagrada confirma esta profunda convicção. A história, de acordo com o calendário etíope começa em Adão e Noé. Isso mostra que para os etíopes o início da humanidade, nosso presente e nosso futuro está marcado hoje e para sempre por Deus e Sua salvação.
A África, cuja dignidade ancestral de seu povo está escrita nas pedras do obelisco de Axum, nas pirâmides egípcias, em monumentos e manuscritos, não somente foi uma fonte da civilização. De acordo com a Bíblia Sagrada, a África também foi refúgio para pessoas que foram atingidas pela fome: este é o caso de Judeus no tempo de Jacó quando passaram sete anos no Egito.
A Bíblia Sagrada estabelece que os Judeus e o profeta Jeremias que sofreram grandes agressões dos Babilônios foram salvos na Etiópia e no Egito. Pessoas que viveram no Oriente Médio foram aliviadas de sua fome na Etiópia e no Egito.
O próprio Jesus Cristo e Santa Maria foram recebidos no Egito, enquanto fugiam da armadilha cruel de Herodes. Está claro que os africanos cuidam da humanidade!
A África permanece um continente religioso no qual vivem pessoas que acreditam em Deus Todo-poderoso há séculos. A Rainha de Sabá ensinou a seus compatriotas sobre o Antigo Testamento que ela aprendeu de Israel. Desde então, a Arca da Aliança está na Etiópia, na cidade de Axum.
O filho da Rainha de Sabá, Manlike I, seguiu seu exemplo e tratou de trazer a Arca da Aliança de Moisés para a África, para a Etiópia.
A história do eunuco e forte etíope, bom seguidor das Leis de Moisés, e as práticas e culturas religiosas que existem na Etiópia indicam que a Lei de Moisés foi praticada costumeiramente na Etiópia mais que em Israel. Isso ainda pode ser testemunhado pelo estudo cultural e pelo estilo de vida dos Etíopes.
Foi em Alexandria, no Egito, onde a Bíblia Sagrada foi traduzida em linguagens não hebraicas. Essa tradução africana é conhecida como a “Tradução das Setenta Escolas”. (´Sebeka Likawunt´)
A Sagrada Escritura indica que como nos antigos tempos do Antigo Testamento, os Africanos têm o costume da adoração pela lei de consciência no período do Novo Testamento.
O então rei dos reis etíope, imperador Bazen, foi um dos reis que foram a Belém para adorar o menino Jesus.
O Evangelho nos fala que havia na África, um homem da Líbia, chamado Simão de Cirene que tomou sobre si a Cruz de Jesus enquanto Ele ia para o Gólgota.
E vejam, um eunuco Etíope veio a Jerusalém em 34 AD para adorar a Deus de acordo com a Lei de Moisés. Por ordem do Espírito Santo, o eunuco foi batizado por Felipe. Após seu retorno para a África, o eunuco pregou o Cristianismo a sua nação. Então a Etiópia se tornou a segunda nação depois de Israel a acreditar em Cristo; e a Igreja Etíope se tornou a primeira Igreja na África.
Grandes histórias de fé marcaram os primeiros séculos do Cristianismo na África porque os africanos sempre viveram uma profunda caridade e uma grande devoção ao Novo Testamento.
A África é a região da qual celebraram os escolásticos e os padres religiosos, de onde S. Agostinho, S. Tertuliano, S. Cipriano, como também, S. Atanásio e S. Kerlos vieram. Esses padres são celebrados em todos os continentes em no mundo todo.
S. Yared que compôs lindos hinos da Igreja e quem o mundo reconhece por sua criatividade fora do comum, também é originário da África. S. Yared é um filho da Etiópia. Os hinos de S. Yared estão entre as maravilhas do mundo pelo que a Etiópia é conhecida no mundo. Os feitos desses Padres caracterizam a África.
De acordo com os escolásticos é na África que o primeiro Cânon da Bíblia Sagrada foi definido.
A história também nos relembra do martírio de Cristãos no Norte da África quando, seu rei, um descrente, baixou a espada contra eles na tentativa de destruir completamente o Cristianismo. Ao mesmo tempo, Cristãos que foram maltratados e perseguidos em diferentes partes do mundo vieram para a África, especialmente para a Etiópia que viveram em paz na região.
Devotados etíopes demonstraram também sua incrível hospitalidade aos nove Santos e outras dezenas de centenas de cristãos que foram perseguidos na Europa do Leste e vieram para a África em grupos. As residências e as tumbas desses cristãos perseguidos foram mantidas como santuários sagrados em várias partes da Etiópia.
Na África e na Etiópia temos partes da Santa Cruz. A parte direito da Cruz foi mantida na Etiópia, em um lugar chamado Montanha Goshen.
A Cruz de Cristo foi carregada também por cristãos da África. Penso agora na minha Igreja que recentemente sofreu uma dura perseguição durante a ditadura comunista, com muitos novos mártires entre eles o Patriarca Theophilos, e antes dele, abuna Petros, durante o período colonial. Eu mesmo, quando bispo, passei longos anos na cadeia antes de ser exilado. Quando me tornei Patriarca, após o fim do comunismo, havia muito que reconstruir. Este tem sido nosso trabalho, através da ajuda de Deus, da oração de nossos monges e da generosidade dos fiéis.
A África é potencialmente um continente saudável, com solo fértil, recursos naturais, e uma variedade de espécimes de plantas e animais. A África tem um clima adaptável e possui muitos minerais preciosos. Por que tem sido um continente com muitos recursos naturais inexplorados, muitos mantém seus olhos aí. Isso é também inegável que o ganho da civilização de outras partes do mundo é resultado do trabalho e dos recursos da África.
Os africanos fizeram esse abençoado trabalho para o mundo. O que o mundo fez por eles?
A África foi pessimamente colonizada e seus recursos foram explorados. As nações ricas que exploram os recursos da África só se lembram da África quando precisam de algo dela. Eles não ajudam o continente em sua luta pelo desenvolvimento total.
Cada e toda nação do continente tem vários problemas e desafios. O problema pode ser social, político, econômico, bem como espiritual.
Enquanto a qualidade de vida do povo africano é menor que a do resto do mundo, existem algumas razões porque tais padrões de vida pobres ficam piores e se espalham por todo o continente. A falta de acesso à educação é o maior problema no qual a juventude, como resultado, falha em ter suficiente educação. Nenhuma nação e povo chega ao desenvolvimento a a prosperidade sem educação e conhecimento.
Da mesma forma estamos preocupados, a pandemia de HIV/SIDA não pode ser evitada sem grandes esforços. Entretanto, deveríamos encorajar todas as experiências que nos mostram como curar e resistir ao mal, a dar esperança para a sinergia criadora e providenciar à África os mesmos tratamentos que a Europa recebe. Ao mesmo tempo outros tipos de doenças são constantemente tratadas de modo inadequado. Clamamos ao mundo para que trabalhe em harmonia sobre esse aspecto. O Conselho das Igrejas Africanas está a realizando esforços para diminuir os problemas que ocorrem no continente, especialmente o caos criado por extremistas. Líderes religiosos do Cristianismo e fiéis em geral deveriam dar-se as mãos nessa empreitada.
Em muitos países africanos, as necessidades básicas como alimento, água potável, e segurança não existem. Muitos africanos são vulneráveis devido a falta de muitos serviços básicos. A África declarou a sua liberdade do colonialismo há muito tempo, mas ainda depende muito das nações ricas. A prática tradicional da agricultura e uma insatisfatória introdução dos sistemas de agricultura modernos e a dependência da chuva causam um impacto negativo na segurança alimentar, a migração e a fuga de cérebros está a afectar seriamente o continente.
A África está acorrentada por pesadas dívidas globais que nem a presente geração nem a futura poderão suportar.
Em que modo poderíamos denunciar as guerras civis que são combatidas habitualmente por crianças-soldado, que também são vítimas desses trágicos atos violentos? Como podemos condenar o deslocamento e a latente migração das populações?
A Declaração Internacional dos Direitos do Homem claramente estabelece que qualquer pessoa menor de 18 anos não pode ser membro de um grupo armado porque ele é uma ‘criança’. Entretanto, alguns países estão constantemente forçando crianças menores de 18 anos a entrarem no serviço militar. Isto é uma clara violação dos direitos humanos. Logo, é imperativo para os líderes das Igrejas Africanas chorar em uma só voz para que esse comportamento pare de uma vez.
Então, gostaria de usar o palco para urgir a todos os líderes religiosos a trabalharem pela paz e proteger os recursos naturais que Deus nos deu, e defender a vida e a inocência das ciranças.
Em um significante número de países Africanos, as necessidades básicas como comida e água potável, segurança não existem. Falando em geral, muitos africanos vivem em uma situação na qual há um tipo de escassez de muitas das necessidades e serviços humanos básicos. Embora a África tenha declarado sua liberdade do colonialismo há muito tempo, ainda existem muitas circunstâncias que a fazem dependente de países ricos. A enorme dívida, a exploração de seus recursos naturais por muitos, a prática da agricultura tradicional e a insatisfatória introdução de sistemas modernos de agricultura, a dependência de seu povo da chuva que causa um impacto negativo na garantia da segurança alimentar, a migração e a vazão das mentes de seu povo afetam enormemente o continente.
Estou esperançoso que como os cardeais e bispos Africanos discutiram esse tema previamente, hoje este grande sínodo poderia discutir o tema e propor possíveis soluções.
Acredito que nós, líderes religiosos e Cabeças das Igrejas, temos uma única tarefa e responsabilidade: conhecer e sustentar, quando crermos necessário, as sugestões que vêm do povo, como, ao contrário, para as rejeitar quando contradizem o respeito e o amor pelo Homem, que tem suas raízes no Evangelho.
Espera-se que os cristãos, de fato, sejam mensageiros de mudanças para trazer a justiça, a paz, a reconciliação e o desenvolvimento. Isto é o que vejo perseguido com determinação e humildade pela Comunidade de Sant´Egídio em toda África: frutos de paz e cura são possíveis, e eles minam todas as formas de violência, com a força e a inteligência Cristã do amor. Os líderes religiosos africanos não só tem que estar preocupados com esses trabalhos sociais mas também responder às grandes necessidades espirituais das mulheres e dos homens da África.
O Apostolado e o trabalho social não podem ser tratados separadamente. O trabalho social é o significado do apostolado. Cada palavra deve ser traduzida em prática. Portanto, após cada palavra e promessa, ações práticas precisam seguir. Espera-se também dos padres religiosos que aumentem a percepção do público em honrar os direitos humanos, a paz e a justiça. A sociedade precisa de ensinamentos de seus padres religiosos em uma oferta de ajudá-los a resolver seus problemas em unidade e a livrá-los de serem alvos de um problema.
Então, líderes das Igrejas Africanas, com o poder de Deus Todo-poderoso e do Espírito Santo, precisam falar a linguagem da Igreja. É também necessário ver quando, como e a quem falar. Isto deveria ser feito da segurança das Igrejas.
Estou verdadeiramente feliz em participar deste Sínodo da Igreja Católica para a África. Sou africano. Minha Igreja é a mais velha da África: uma Igreja de Mártires, Santos e monges. Trago o meu apoio como amigo e irmão a este empenho da Igreja para a África. Agradeço mais uma vez Sua Santidade pelo convite e desejo-lhe uma vida longa e um ministério frutuoso.
Falemos do Evangelho de Jesus Cristo ao coração dos Africanos e Jesus retornará a África, como ele fez quando era um menino, junto da Virgem Maria. E paz, misericórdia e justiça virão junto com Jesus!
Que Deus abençoe as Igrejas na África e os seus pastores! Amém!

[00014-06.12] [RE000] [Texto original: inglês]

VOTAÇÃO PARA A COMISSÃO PARA A MENSAGEM (I)

Depois do intervalo teve lugar a primeira votação para a eleição dos membros da Comissão para a Mensagem, presidida por nomeação pontifícia por S. E. R. Dom John Olorunfemi ONAIYEKAN, Arcebispo bispo de Abuja (NIGÉRIA) e Vice-Presidente S. E. R. Dom Youssef Ibrahim SARRAF, Bispo do Cairo dos Caldeus (EGIPTO). A votação foi feita de forma electrónica.

O uso da votação de forma electrónica

Para a votação de forma electrónica, os Padres sinodais usam um dispositivo - usado também para a contagem das presenças - com o qual podem ser feitos dois tipos de votações: a votação simples e a votação múltipla.
Votação simples. Quando se vota uma só moção para a qual se requer o consenso, usam-se as teclas “PLACET”, “NON PLACET”, “ABSTINEO” o “PLACET IUXTA MODUM”. Depois de ter feito a própria opção, confirma-se com a tecla verde “CONFIRMO”.
Votação múltipla. Quando numa votação se requer uma escolha entre várias moções, usam-se as teclas numéricas, carregando na tecla numérica correspondente à opção e confirma-se com a tecla “CONFIRMO”. No caso de erro na digitação, aparece na tela a frase “NoValido”.
Em caso de erro na digitação, ou se se quer modificar a opção já feita, carrega-se na tecla vermelha “DELEO”, digita-se novamente a opção e confirma-se com a tecla verde “CONFIRMO”. Esta operação pode ser repetida até o Presidente decidir que o tempo à disposição acabou.

INTERVENIENTES NA SALA (INÍCIO)

Depois da reflexão do Patriarca, intervieram os seguintes Padres:

- S. Em. R. Card. Angelo SODANO, Decano do Colégio dos Cardeais (CITADE DO VATICANO)
- S. Em. R. Card. Polycarp PENGO, Arcebispo de Dar-es-Salaam, Presidente do Simpósio das Conferências Episcopais da África e Madagascar (S.E.C.A.M.) (TANZÂNIA)
- S. E. R. Dom Lucas ABADAMLOORA, Bispo de Navrongo-Bolgatanga, Presidente da Conferência Episcopal (GANA)
- S. E. R. Dom Fidèle AGBATCHI, Arcebispo de Parakou (BENIN)
- S. Em. R. Card. Franc RODÉ, C.M., Prefeito da Congregação para os Institutos de vida consagrada e as Sociedades de vida apostólica (CIDADE DO VATICANO)- S. E. R. Dom Maroun Elias LAHHAM, Bispo de Tunis (TUNÍSIA)
- S. E. R. Dom Simon-Victor TONYÉ BAKOT, Arcebispo de Yaoundé, Presidente da Conferência Episcopal (CAMARÕES)

Damos aqui a seguir os resumos das intervenções:

- S. Em. R. Card. Angelo SODANO, Decano do Colégio dos Cardeais (CITADE DO VATICANO)

No dia 15 de Setembro de 1965 o saudoso Papa Paulo VI instituía um novo organismo de comunhão eclesial entre os Bispos e o Sucessor de Pedro. É o nosso "Synodus Episcoporum ".
1. Esta Instituição já se tornou adulta com os seus 44 anos de vida e parece-me que as suas assembleias (até agora foram 22) contribuíram enormemente aos fins específicos que o Legislador lhe havia atribuido, na direcção indicada pelo Concílio Ecuménico Vaticano II. São as finalidades que o novo Código de Direito Canónico, em 1993, depois sintetizou nos seguintes três pontos:
a. favorecer uma estreita união entre o Romano Pontífice e os Bispos;
b. prestar ajuda à missão do Romano Pontífice;
c. estudar conjuntamente os problemas que se referem à actividade da Igreja no Mundo (Cân. 342).
Pessoalmente eu fui testemunha da grande importância de tais encontros, tendo participado nas últimas 12 Assembleias Sinodais, algumas gerais e outras especiais.
Agora o Santo Padre quis novamente me convidar para ser membro do Sínodo, para representar o Colégio Cardinalício, outra milenária Instituição eclesial que é igualmente chamada a ajudar o Romano Pontífice em sua missão de Pastor da Igreja universal (cf. Cân. 349).
Certamente, entre nós existem vários Confrades Cardeais, provenientes, sobretudo, da África. Estou feliz de poder aqui representar simbolicamente todos os 185 Cardeais do mundo inteiro, que neste momento nos estão próximos com suas orações e com seus compromissos apostólicos comuns.
2. Todo Sínodo, como todo Consistório, é destinado a ser um momento de intensa comunhão eclesial. Em tal contexto, gostaria de mencionar o Cap. IV de nosso "Instrumentum laboris", onde se fala de pessoas e de instituições católicas chamadas a trabalhar na realidade africana, em favor da reconciliação, da justiça e da paz. Em tal capítulo se ressalta a necessidade de colaboração dos Bispos com as Conferências Episcopais e delas com o Simpósio das Conferências Episcopais da África e Madagascar.
É bom lembrar que, em primeiro lugar, existe a necessidade de uma estreita colaboração, com a Sé Apostólica, ou seja, com o Romano Pontífice e seus Colaboradores.
Como é conhecido, em vários países da África existem os Representantes Pontifícios: são 26 generosos Núncios Apostólicos que mantêm contatos com os Bispos do Continente e instauram um diálogo construtivo também com as Autoridades Civis, a fim de favorecer a liberdade da Igreja e contribuir na obra da reconciliação, da justiça e da paz: as três finalidades deste Sínodo.
Recordando aqui a missão dos Representantes Pontifícios, gostaria também de homenagear convosco o falecido Núncio Apostólico Dom Michael Courtney, que foi barbaramente assassinado no Burundi em 29 de dezembro de 2003, enquanto se interessava pela reconciliação entre os diferentes grupos étnicos do país. Infelizmente, ele pagou com o sangue o seu abnegado serviço pela pacificação daquela Região.
3. Justamente por isto, observei com prazer que o tema da reconciliação tem prioridade entre os três grandes temas a serem estudados neste Sínodo: reconciliação, justiça e paz.
Na realidade, hoje vemos claramente a grandeza dos desastres provocados pelo nacionalismo e pela exaltação do conceito de raça. Nós aqui na Europa fizemos uma triste experiência no decorrer dos séculos, até chegar à última guerra mundial, que em cinco anos provocou 55 milhões de mortos!
Agora devemos todos trabalhar para que tais tragédias do passado não se repitam mais. Como se esquecer que também na África a fúria homicida entre os diferentes grupos étnicos devastou países inteiros? Bastaria pensar em Ruanda e nos Países limítrofes! Em 1994 e nos anos sucessivos a ideologia nacionalista chegou a provocar mais de 800.000 mortos, entre os quais três generosos membros do Episcopado, com outros membros do clero e de várias congregações religiosas.
Acredito que devemos repetir a todos, com mais insistência, que o amor pela própria Nação (em concreto, ao próprio povo, à própria gente) é certamente um dever do cristão, mas devemos também acrescentar que o desvio do nacionalismo é totalmente anti-cristão. Certo, o conceito de Nação é muito nobre. Ele se formou no ambiente cristão, segundo muitos históriadores, visto que na antiguidade prevaleciam mais as pessoas da pequena tribo, por um lado, e do vasto Império do outro. O Cristianismo favoreceu a agregação de pessoas de uma determinada região, dando vida ao conceito de povo ou Nação, com uma específica identidade cultural. O Cristianismo sempre condenou toda deformação de tal conceito de Nação, uma deformação que frequentemente caía no nacionalismo ou absolutamente no racismo, verdadeira negação do universalismo cristão. Na realidade, os dois princípios basilares da convivência humana cristã foram sempre os seguintes: a dignidade de toda pessoa humana, por um lado, e a unidade do género humano, por outro. São os dois confins intransponíveis, sobre os quais podem se desenvolver os vários conceitos de nação, segundo os tempos e lugares. E na realidade vemos hoje na Europa que muitas Nações vão se integrando, com a finalidade de uma convivência mais sólida, e isso com o apóio dos Episcopados locais e também da Sé Apostólica.
4. Concluindo, gostaria de dizer que as atuais 53 Nações africanas terão um grande futuro, no âmbito das 192 Nações que compõem hoje toda a família humana, se souberem superar as divisões e trabalhar juntos pelo progresso material e espiritual de seus povos. Por outro lado, este Sínodo quer demonstrar mais uma vez aos nossos irmãos e irmãs da África que a Igreja está próxima a eles e deseja ajudá-los na missão de serem artífices da reconciliação, da justiça e da paz em todo o Continente.

[00024-06.06] [IN001] [Texto original: italiano]

- S. Em. R. Card. Polycarp PENGO, Arcebispo de Dar-es-Salaam, Presidente do Simpósio das Conferências Episcopais da África e Madagascar (S.E.C.A.M.) (TANZÂNIA)

O tema deste Sínodo é hoje particularmente urgente para a Igreja africana. A fim de desenvolver e aprofundar tal tema, como nos foi pedido, problemas como o egoísmo, a avidez e a riqueza material, as questões étnicas que desembocam em conflitos e outras instâncias que estão na origem da falta de paz em muitas sociedades africanas, devem ser enfrentados corajosamente e abertamente, e acompanhados por específicas directivas pastorais. As guerras e os conflitos que afligem o nosso continente dividem os nossos povos, semeando uma cultura da violência e destruindo o tecido espiritual, social e moral de nossas sociedades. É triste ter que reconhecer que alguns de nós pastores foram acusados de envolvimento em tais conflitos ou por omissão ou por participação directa. Neste Sínodo devemos ter a coragem de denunciar, até mesmo contra nós mesmos, o abuso de função e da prática de poder, o tribalismo e o etnocentrismo, a formação política dos chefes religiosos etc... A Igreja africana não poderá falar em uma só voz de reconciliação, justiça e paz se no continente é evidente a falta de unidade, de comunhão e de devido respeito em relação ao SECAM por parte dos singulares bispos, mas também das conferências episcopais nacionais e regionais. Precisamos de uma maior comunhão e de uma maior solidariedade pastoral no seio da Igreja africana.
Foi programado que, justamente antes desta segunda Assembleia Especial, o SECAM deveria realizar a sua 15º assembleia plenária em Frascati, sobre o tema “Autonomia: o caminho da Igreja africana”. Infelizmente, e com o nosso embaraço, a assembleia teve que ser cancelada no último momento pela falta de apoio financeiro de muitos membros das Conferências Episcopais - tudo isso enquanto estamos celebrando os 40 anos do SECAM.
Expresso a minha esperança e oração para que este Sínodo nos ajude a empenharmo-nos mais pelo SECAM!

[00026-06.04] [IN002] [Texto original: inglês]

- S. E. R. Dom Lucas ABADAMLOORA, Bispo de Navrongo-Bolgatanga, Presidente da Conferência Episcopal (GANA)

Geralmente temos papéis políticos e econômicos e devemos contribuir para a educação e os temas de saúde à luz da fé de alguém. Como pessoa, o cristão vem de um distinto ambiente cultural o qual pode ter algumas linhas duras e pode se opor à fé de alguém. Geralmente a pessoa pode encontrar-se em oposição por muitos fatores, os quais o impedem de fazer alguma coisa. É óbvio que o cristão pertence concorrentemente à Igreja e à Sociedade em suas várias dimensões. Como um tipo de membro multifacetado com muitas frentes, ele pode, algumas vezes, encontrar dificuldade em saber o que fazer e qual frente ter de respeitar.
Na primeira Assembleia focamos sobre a Igreja como família universal de Deus. A Assembleia estabelece um número de condições para dar credibilidade a seu testemunho: reconciliação, justiça e paz. Nessa luz tem-se, portanto, recomendado, entre outras coisas: a formação dos cristãos na justiça e na paz, que é uma afirmação do papel profético da Igreja. Isso toca nos seguintes temas: um salário justo para os trabalhadores e o estabelecimento de Comissões “Justiça e Paz”.
Os princípios sublinhados no documento Ecclesia in Africa são muito claros e foram citados por muitas Igrejas particulares como linhas guia para suas reflexões. Mas, particularmente, eles não tocam o fundo do tema. Não é a experiência de muitos Bispos, padres e leigos da África, que viajam para os EUA e Europa e para algumas partes do mundo. Nossa experiência da Igreja na Europa e na América e mesmo de nossos Irmãos Bispos e padres sugere que somos membros de segunda classe da família, ou que pertencemos a um Igreja diferente. A impressão criada é que precisamos deles mas eles não precisam de nós. A teoria da fraternidade e comunidade é forte mas a prática é fraca.
A dinâmica da Igreja que insiste que a Igreja comunidade seja praticamente integrada na teoria e prática de maneira que todos pertençam e se sintam em casa, deve ser continuada da mesma forma neste segundo sínodo. A presente Assembleia Sinodal deve considerar oportuno continuar a dinâmica do precedente Sínodo. Este é o caso no qual não só os sujeitos são discutidos colegialmente mas também a perspectiva cristã é requerida.

Para isto acontecer, alguns sugerem usar o rádio, a palavra impressa e as novas tecnologias de informação e comunicação. Esforços devem ser feitos para receber essa mensagem, que sempre permanece pertinente e a tempo.

[00025-06.04] [IN003] [Texto original: inglês]

- S. E. R. Dom Fidèle AGBATCHI, Arcebispo de Parakou (BENIN)

Nota-se claramente que a presente Assembleia consiste em uma feliz réplica da de 1994. Se aquela tinha sido concluída pela Exortação pós-sinodal Ecclesia in Africa, esta agora exprime o mesmo tema: A Igreja na África ao serviço da reconciliação, da justiça e da paz. Esta formulação, por mais positiva que seja, não chega a dissimular as discórdias familiares, as tensões interétnicas de raiz histórica, as guerras e a corrupção em larga escala que prejudicam o Continente.
Continuando tudo o que de bom tem sido feito a favor deste continente, fazemos votos para que os Padres sinodais, para além dos aspectos práticos abundantemente sublinhados no Instrumentum Laboris, vejam também como fundamentar exegeticamente e teologicamente a reconciliação, a justiça e a paz sobre o único Deus Trindade e sobre a sua obra ao longo da Revelação, desde o Antigo Testamento até ao dia do Filho do Homem. Uma tal acção dos Padres sinodais vai ajudar a África a assumir a sua responsabilidade histórica perante o Evangelho que ela recebeu e ao qual ela tem o dever de se dar, situando-se resolutamente na dinâmica da sua metanoia. Esta responsabilidade vai conduzi-la a libertar-se do medo.
De facto, a África tem medo e vive de medo. Guardando ciosamente para si própria as conclusões das suas descobertas sobre o mundo e sobre a natureza, ela deixa-se evidentemente levar pela desconfiança, pela suspeita, pela atitude de auto-defesa, pela agressão, pelo charlatanismo, pela adivinhação, o ocultismo e o sincretismo, tudo coisas que contribuem para obnubilar a busca do verdadeiro Deus por entre as coisas milenárias. Quantas esperanças portanto confiadas neste continente, mãe de todos, claridade mais radiosa ainda do que a luz de Cristo morto e ressuscitado! Eu desejo a este Sínodo um futuro pascal e, depois de tantos sofrimentos, a ressurreição da África!

[00027-06.03] [IN004] [Texto original: francês]

- S. Em. R. Card. Franc RODÉ, C.M., Prefeito da Congregação para os Institutos de vida consagrada e as Sociedades de vida apostólica (CIDADE DO VATICANO)

O Instrumentum laboris, no n. 113, sublinha o “forte crescimento das vocações” religiosas “sinal do dinamismo da Igreja na África” e junto a energia espiritual que provém dos Mosteiros de vida contemplativa.
Os bispos africanos em visita ad limina testemunharam o insubstituível empenho apostólico e missionário dos consagrados, homens e mulheres, que oferecem a própria vida pelo Evangelho. A presença dos consagrados/as é ainda hoje absolutamente predominante, de modo particular no campo da saúde, do ensino e da caridade.
Este empenho louvável não pode não ter em conta os grandes desafios da Igreja na África, antes de mais nada, o discernimento vocacional e a formação inicial e permanente. A vida consagrada na África tem, portanto, necessidade de formadores e formadoras preparados e, junto a esses, de uma comunidade educadora: o testemunho da vida religiosa das Comunidades, a fidelidade aos conselhos evangélicos, às Constituições e ao carisma próprio, representam uma condição indispensável para formar verdadeiros discípulos de Cristo.
Os religiosos e as religiosas africanas, por outro lado, são chamados a viver em plenitude o valor e a beleza dos conselhos evangélicos, em uma cultura na qual é difícil ser testemunha de pobreza, obediência e caridade, vividos livremente e por amor.
As Conferências dos Superiores Maiores em âmbito nacional, e dois organismos se ocupam da animação dos consagrados e das consagradas africanas, e representam um válido instrumento para o diálogo com os Bispos.
[00028-06.04] [IN005] [Texto original: italiano]

- S. E. R. Dom Maroun Elias LAHHAM, Bispo de Tunis (TUNÍSIA)

O tema da minha intervenção são as relações entre Islão e África. O primeiro ponto a salientar é que o Instrumentum laboris fala de Islão em apenas um parágrafo (102), em termos genéricos e que tocam o Islão na África sub-sahariana. Ora, a maioria dos muçulmanos africanos vive na África do Norte, zona geográfica totalmente ausente do Instrumentum laboris. Um outro ponto é que cerca de 80% dos 350 milhões de árabes muçulmanos vivem nos países da África do Norte.
Isto para dizer que as relações islâmico-cristãs na África do Norte são diferentes dessas relações na Europa e na África sub-sahariana, e mesmo nos países árabes do Médio Oriente. Este silêncio sobre as Igrejas da África do Norte, ao falar de África e sobretudo de Islão, surpreende-nos; nós já tínhamos chamado a atenção das instâncias competentes.
A especificidade das relações islâmico-cristãs nas Igrejas da África do Norte pode enriquecer as experiências de diálogo feitas noutros lugares (na Europa ou na África sub-sahariana) e acabar com as reacções de medo e de rejeição em relação ao Islão que se começa a sentir em certos países. Todos nós sabemos que o medo é mau conselheiro.
Em que é que consiste a especificidade da experiência das Igrejas da África do Norte?
- É uma Igreja de encontro. Mesmo se ela não goza de toda a liberdade de que gostaria, não é perseguida.
- É uma Igreja que vive quase 100% em países muçulmanos e onde a grande maioria dos fieis é composta por estrangeiros que não ficam, a maior parte, mais do que alguns anos.
- É uma Igreja que, depois da independência dos países da África do Norte, comprometeu-se muito no serviço humano, social, cultural e educativo dos países que a acolhiam.
- É uma Igreja que goza de um espaço de liberdade bastante amplo para o exercício do culto cristão para os seus milhares de fieis, na Tunísia, por exemplo.
- É uma Igreja que vive em países muçulmanos onde está a nascer um movimento de pensamento crítico em relação ao Islão rigorista e fanático. Há até uma escola «magrebina» de estudo racional de textos e de tradições muçulmanas.
- A presença da Igreja é muito solicitada nesta nova maneira de pensar e de viver o Islão. Esta solicitação é feita a padres e a bispos que passaram muitos anos nos países do Maghreb, e esta solicitação aumentou após a nomeação de bispos árabes para certas sedeS episcopais.
Duas proposições:
- Que o sínodo para o Médio Oriente previsto para Outubro de 2010 envolva também as dioceses da África do Norte, sobretudo no que diz respeito às minorias cristãs e às relações e ao diálogo com o Islão.
- Um colóquio sobre o Islão na África que considere a variedade das experiências africanas, que vão de Túnis a Joanesburgo.

[00029-06.04] [IN006] [Texto original: francês]

- S. E. R. Dom Simon-Victor TONYÉ BAKOT, Arcebispo de Yaoundé, Presidente da Conferência Episcopal (CAMARÕES)

Os bantos do sul do Camarões atribuem uma importância peculiar à vida em comunidade. Pode-se ser isolados após uma falta grave e procurar reencontrar a comunhão com todos. Este é o sentido do perdão dado ou recebido, depende se se foi ofendido ou se é culpado de uma falta.
Chega-se lá através de um ritual, cujas etapas essenciais são as seguintes: tomar a palavra, a confissão pública, as palavras rituais de concessão do perdão, a reconciliação e a comida comunitária. Isto é o que nós chamamos de cultura da paz e da reconciliação. O grupo do clã sabe restabelecê-la todas as vezes em que a comunidade se encontra em desequilíbrio.
A eucaristia, fonte e apogeu da vida cristã, promete a paz e a reconciliação, mas ainda não alcançou a mesma capacidade de conversão entre os cristãos que dela participam, porque o beijo de paz oferecido durante a missa revela discordâncias bastante grandes entre os fieis. Pode-se até chegar a virar as costas a quem oferece a paz.
Deve-se fazer uma boa catequese apropriada entre os pastores para que compreendam todos os que se tornaram irmãos e irmãs de sangue, já que o mesmo sangue de Cristo tomado na comunhão escorre pelas nossas veias, nós deveríamos compreender que este sangue nos purifica de todas as nossas impurezas e deveria falar mais alto do que a tradição do clã. Infelizmente ainda não é este o caso. Devemos tender para isto cada vez mais.

[00030-06.03] [IN007] [Texto original: francês]

Além disso, intervieram os seguintes Padres, dos quais não recebemos os resumos antes do presente Boletim ser encerrado. Publicaremos os resumos no próximo número do Boletim.

- S. Em. R. Card. Zenon GROCHOLEWSKI, Prefeito da Congregação para a Educação Católica (CIDADE DO VATICANO)
- S. Em. R. Card. Emmanuel WAMALA, Arcebispo emérito de Kampala (UGANDA)
- S. E. R. Dom Vincent LANDEL, S.C.I. di Béth., Arcebispo de Rabat, Presidente da Conferência Episcopal Régional do Norte da África (C.E.R.N.A.) (MARROCOS)
- S. E. R. Dom Jean-Noël DIOUF, Bispo de Tambacounda, Presidente da Conferência Episcopal (SENEGAL)
- S. E. R. Dom Giorgio BERTIN, O.F.M., Bispo de Djibouti, Administrador Apostólico "ad nutum Sanctæ Sedis" de Mogadiscio (SOMÁLIA)
- S. E. R. Dom Michael Dixon BHASERA, Bispo de Masvingo (ZIMBÁBUE)
- S. E. R. Dom Sithembele Anton SIPUKA, Bispo de Umtata (ÁFRICA DO SUL)
- S. E. R. Dom Jean MBARGA, Bispo de Ebolowa (CAMARÕES)
- S. E. R. Dom Thomas KABORÉ, Bispo de Kaya (BURKINA FASO)

AVISOS

- CALENDÁRIO DOS TRABALHOS
- COLETIVAS DE IMPRENSA
- “BRIEFING”
- “POOL”
- BOLETIM SYNODUS EPISCOPORUM
- COBERTURA TV AO VIVO
- NOTICIÁRIO TELEFÓNICO
- HORÁRIO DE ABERTURA DA SALA DE IMPRENSA DA SANTA SÉ

CALENDÁRIO DOS TRABALHOS

Uma delegação de Padres Sinodais será recebida no Capitólio de Roma pelo Prefeito, Gianni Alemanno, depois de amanhã, 7 de Outubro, às 9.30h. O encontro foi agendado pela Prefeitura em vista do dia dedicado à África: 19 de Outubro, quando haverá um Seminário na Sala da Promoteca, no Capitólio (das 9h às 13h), sob o tema “África: que parcerias para a reconciliação, a justiça e a paz?”. À noite, (21h) está previsto um concerto-recital no Auditorium da Conciliação, intitulado “África: Cruz no meio do mar”.

Os participantes da II Assembleia Especial para a África do Sínodo dos Bispos assistirão também ao concerto “Os jovens contra a guerra - 1939-2009", quinta-feira, 8 de Outubro de 2009, às 18.30hs, no Auditorium da Conciliação, com a presença do Santo Padre Bento XVI. O evento, que marca o 70º aniversário do início da Segunda Guerra Mundial, é promovido pelo Pontifício Conselho para a Promoção da Unidade dos Cristãos e pela Comissão para as relações com o Judaísmo, pela Embaixada alemã junto à Santa Sé e pelo KulturForum, de Mainau. O evento é patrocinado pelo Comité Hebraico Internacional para as Consultas Inter-religiosas e financiado por entidades italianas e alemãs. A orquestra, composta por jovens músicos provenientes de 10 nações, executará obras dos compositores Gustav Mahler e de Felix Mendelssohn Bartholdy, ambos judeus de nascimento e sucessivamente batizados. Mahler e Mendelssohn, respectivamente católico e protestante, sofreram o anti-semitismo. Por ocasião do concerto, a Congregação Geral da tarde será suspensa às 17h.

[00023-06.04] [00000] [Texto original: italiano]

COLETIVAS DE IMPRENSA

A Segunda Coletiva de Imprensa (com a tradução simultânea em italiano, inglês, francês e português) realizar-se-à quarta-feira 14 de outubro 2009, por volta das 12h45, na Sala João Paulo II da Sala de Imprensa da Santa Sé.

Os nomes dos participantes serão comunicados apenas será possível.

Os fotógrafos e operadores audiovisuais (cinegrafistas e técnicos) para obter a permissão de acesso devem se dirigir ao Pontifício Conselho para as Comunicações Sociais.

As próximas Coletivas de Imprensa serão realizadas:
- Sexta-feira 23 de outubro 2009 (após o Nuntius)
- Sábado 24 de outubro 2009 (após o Elenchus finalis propositionum)

“BRIEFING”

O primeiro “Briefing” para os grupos linguisticos realizar-se-á (nos lugares e com os Assessores de Imprensa indicados no Boletim N. 2) amanhã, terça-feira 6 de Outubro de 2009 por volta das 13h10. Recorda-se que os operadores audiovisuais (cinegrafistas e técnicos) e os fotógrafos devem se dirigir ao Pontifício Conselho para as Comunicações Sociais para a permissão de acesso (muito limitado).

Em linha de máxima, os Assessores de Imprensa realizarão o “Briefing” por volta da 13h10:
- Quinta-feira 8 de Outubro de 2009
- Sexta-feira 9 de Outubro de 2009
- Sábado 10 de Outubro de 2009
- Segunda-feira 12 de Outubro de 2009
- Terça-feira 13 de Outubro de 2009
- Quinta-feira 15 de Outubro de 2009
- Sábado 17 de Outubro de 2009
- Terça-feira 20 de Outubro de 2009
Algumas vezes os Assessores de imprensa poderão estar acompanhados por um Padre sinodal ou por um perito.

Os nomes dos participantes e eventuais variações das datas e horários acima citados serão divulgados apenas será possível.

“POOL”

São previstos “Pools” de jornalistas credenciados para entrar na Sala do Sínodo, em linha de máxima para a oração de abertura das Congregações Gerais no início da manhã, nos seguintes dias:
- Quinta-feira 8 de Outubro de 2009
- Sexta-feira 9 de Outubro de 2009
- Sábado 10 de Outubro de 2009
- Segunda-feira 12 de Outubro de 2009
- Terça-feira 13 de Outubro de 2009
- Quinta-feira 15 de Outubro de 2009
- Sábado 17 de Outubro de 2009
- Terça-feira 20 de Outubro de 2009
- Sexta-feira 23 de Outubro de 2009
- Sábado 24 de Outubro de 2009

No Escritório de Informação e Credenciamento da Sala de Imprensa da Santa Sé (na entrada, a direita) serão colocadas à disposição dos jornalistas listas de inscrição aos “Pools”.

Para os “Pools” os fotógrafos e os operadores TV devem se dirigir ao Pontifício Conselho das Comunicações Sociais.

Os participantes nos “Pools” devem estar às 08h30 no Setor Imprensa, montado diante da entrada da Sala Paulo VI, de onde serão acompanhados por um membro da Sala de Imprensa da Santa Sé (para os redatores) e por um membro do Pontifício Conselho das Comunicações Sociais (para os fotógrafos e operadores TV). É solicitado um traje apropriado à circunstância.

BOLETIM SYNODUS EPISCOPORUM

A oitava edição do Boletim - com resumos dos discursos proferidos no Parlamento pelos Padres sinodais, no quarto Congregação Geral - será publicado na abertura da Assembléia Geral da Congregação Quinta-feira, outubro 7, 2009.

COBERTURA TV AO VIVO

Serão transmitidas aos vivo através de monitores na Sala das Telecomunicações, na Sala dos jornalistas na Sala João Paulo II da Sala de Imprensa da Santa Sé:
- Sábado 10 de Outubro de 2009 (18h): Oração do Terço com os Universitários dos Ateneus Romanos (Sala Paulo VI)
- Domingo 11 de Outubro de 2009 (10h): Solene Concelebração Eucarística com Canonização (Basílica de São Pedro)- Terça-feira 13 de Outubro de 2009 (09h): Parte da Congregação Geral durante a qual será apresentada a Relatio post disceptationem
- Domingo 25 de Outubro de 2009 (09h30): Solene Concelebração da Santa Missa de encerramento do Sínodo (Basílica de de São Pedro)

Eventuais variações serão publicadas apenas será possível

NOTICIÁRIO TELEFÓNICO

Durante o período sinodal estará em função um noticiário telefónico:
- +39-06-698.19 com o Boletim ordinário da Sala de Imprensa da Santa Sé;
- +39-06-698.84051 com o Boletim do Sínodo dos Bispos, parte da manhã;
- +39-06-698.84877com o Boletim do Sínodo dos Bispos, parte da tarde.

HORÁRIO DE ABERTURA DA SALA DE IMPRENSA DA SANTA SÉ

A Sala de Imprensa da Santa Sé, por ocasião da II Assembleia Especial para a África do Sínodo dos Bispos permanecerá aberta conforme o seguinte horário, de 2 a 25 de outubro de 2009:
- Até Sexta-feira 9 de Outubro: 09h – 16h
- Sábado 10 de Outubro: 09h -19h
- Domingo 11 de Outubro: 09h – 13h
- Segunda-feira 12 de Outubro: 09h – 16h
- Terça-feira 13 de Outubro: 09h – 20h
- De quarta-feira 14 de Outubro a sábado 17 de Outubro: 09h – 16h
- Domingo 18 de Outubro: 11h – 13h
- De segunda-feira 19 de Outubro a sábado 24 de Outubro: 09h – 16h
- Domingo 25 de Outubro: 09h – 13h

Os funcionários do Escritório informação e credenciamento estarão à disposição (na entrada a direita):
- Segunda a sexta-feira: 09h – 15h
- Sábado: 09h – 14h

Eventuais mudanças serão comunicadas, apenas será possível, através de anúncios no quadro de avisos da Sala dos jornalistas na Sala de Imprensa da Santa Sé, no Boletim da Comissão para a informação da II Assembleia Especial para a África do Sínodo dos Bispos e na área Comunicações de serviço do site Internet da Santa Sé.

 

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- Índice Sala de Imprensa da Santa Sé
 
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