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DISCURSO DO PAPA BENTO XVI
À CÚRIA ROMANA NO TRADICIONAL ENCONTRO
PARA OS BONS VOTOS DE NATAL

Sala Clementina
Sexta-feira, 21 de Dezembro de 2008

Senhores Cardeais
Venerados Irmãos
no Episcopado e no Presbiterado
Queridos irmãos e irmãs!

Já respiramos, neste encontro, a alegria do próximo Natal. Estou-vos profundamente grato pela vossa participação neste tradicional encontro, cujo particular clima espiritual o Cardeal Decano Angelo Sodano evocou bem, recordando o tema central da recente Carta Encíclica sobre a esperança cristã. Agradeço-lhe de coração as calorosas expressões com que se fez intérprete dos sentimentos de bons votos do Colégio cardinalício, dos Membros da Cúria Romana e do Governatorato, assim como dos Representantes Pontifícios espalhados pelo mundo. A nossa é verdadeiramente como Vossa Eminência ressaltou, Senhor Cardeal uma "comunidade de trabalho" que está junto pelos vínculos de amor fraterno, que as festas de Natal fortalecem. Neste espírito, oportunamente Vossa Eminência não deixou de recordar quantos, já pertencentes à nossa família da Cúria, nos meses passados cruzaram o limiar do tempo e entraram na paz de Deus: numa circunstância como esta é bom para o coração sentir próximos quantos partilharam connosco o serviço à Igreja e agora, junto do trono de Deus, intercedem por nós. Obrigado portanto, Senhor Cardeal Decano, pelas suas palavras e obrigado a todos os presentes pela contribuição que cada um dá para o cumprimento do ministério que o Senhor me confiou.

Outro ano está prestes a findar. Como primeiro acontecimento saliente deste período, transcorrido tão rapidamente, gostaria de mencionar a viagem ao Brasil. A sua finalidade era o encontro com a V Conferência Geral do Episcopado da América Latina e do Caribe e por conseguinte, mais em geral, um encontro com a Igreja no vasto Continente latino-americano. Antes de me deter sobre a Conferência de Aparecida, gostaria de falar de alguns momentos culminantes daquela viagem. Em primeiro lugar permanece na minha memória a solene vigília com os jovens no estádio de São Paulo: nela, apesar das temperaturas rígidas, sentimo-nos todos unidos por uma grande alegria interior, por uma experiência viva de comunhão e pela vontade clara de ser, no Espírito de Jesus Cristo, servos da reconciliação, amigos dos pobres e dos sofredores e mensageiros daquele bem cujo esplendor encontrámos no Evangelho. Existem manifestações de massa que têm apenas o efeito de uma auto-afirmação; nelas deixamo-nos arrebatar pela enebriação do ritmo e dos sons, acabando por sentir alegria só de nós mesmos. Lá, ao contrário, abriu-se precisamente o coração: a comunhão profunda que naquela tarde se instaurou espontaneamente entre nós, no ser uns com os outros, originou o ser uns para os outros. Não foi uma fuga face à vida quotidiana, mas transformou-se na força de aceitar a vida de modo novo. Portanto, gostaria de agradecer de coração aos jovens que animaram aquela tarde pelo seu ser-com, pelo seu cantar, falar, rezar, que nos purificou e melhorou interiormente melhorados também para os outros.

Permanece inesquecível também o dia em que, juntamente com um grande número de Bispos, sacerdotes, religiosas, religiosos e fiéis leigos pude canonizar Frei Galvão, um filho do Brasil, proclamando-o santo para a Igreja universal. Em toda a parte as suas imagens nos saudavam, das quais emanava o esplendor da bondade de coração que ele tinha adquirido no encontro com Cristo e na relação com a sua comunidade religiosa. Sobre a vinda definitiva de Cristo, na parusia, foi-nos dito que Ele não virá sozinho, mas juntamente com todos os seus santos. Assim, cada santo que entra na história constitui já uma pequena porção da vinda de Cristo, uma sua nova entrada no tempo, que nos mostra a sua imagem de modo novo e nos torna seguros da sua presença. Jesus Cristo não pertence ao passado e não está desterrado num futuro distante, cujo advento nem sequer temos a coragem de pedir. Ele vem com uma grande procissão de santos. Juntamente com os seus santos já está sempre a caminho ao nosso encontro, rumo ao nosso presente.

Recordo com particular vivacidade o dia na Fazenda da Esperança, na qual pessoas, que caíram na escravidão da droga, reencontram liberdade e esperança. Ao chegar lá, como primeiro acto, senti de maneira renovada a força restabelecedora da criação de Deus. Montanhas verdes circundam o amplo vale; dirigem o olhar para o alto e, ao mesmo tempo, dão um sentido de protecção. Do tabernáculo da pequena igreja das Carmelitas brota uma fonte de água límpida que recorda a profecia de Ezequiel sobre a água que, brotando do Templo, desintoxica a terra salgada e faz crescer árvores que proporcionam a vida. Devemos defender a criação não só em vista das nossas utilidades, mas por si mesma como mensagem do Criador, como dom de beleza, que é promessa e esperança. Sim, o homem tem necessidade da transcendência. Só Deus basta, disse Teresa de Ávila. Se Ele faltar, então o homem deve procurar superar por si os confins do mundo, deve abrir diante de si o espaço infinito para o qual foi criado. Então, a droga torna-se para ele quase uma necessidade. Mas muito depressa descobre que esta é uma infinidade ilusória poder-se-ia dizer, um engano que o diabo faz ao homem. Lá, na Fazenda da Esperança, os confins do mundo são verdadeiramente superados, abre-se o olhar para Deus, para a amplitude da nossa vida, e assim realiza-se um restabelecimento. Dirijo a quantos ali trabalham o meu agradecimento sincero, e a todos os que lá procuram restabelecimento, os meus cordiais votos de bênção.

Gostaria depois de recordar o encontro com os Bispos brasileiros na catedral de São Paulo. A música solene que nos acompanhou permanece inesquecível. O que a tornou particularmente bela foi o facto de ter sido executada por um coro e uma orquestra formados por jovens pobres daquela cidade. Aquelas pessoas ofereceram-nos assim a experiência da beleza que faz parte daqueles dons por meio dos quais são superados os limites da quotidianidade do mundo e nós podemos compreender realidades maiores que nos tornam certos da beleza de Deus. Depois, a experiência da "colegialidade efectiva", da comunhão fraterna no ministério comum fez-nos sentir a alegria da catolicidade: além de todos os confins geográficos e culturais nós somos irmãos, juntamente com Cristo ressuscitado que nos chamou ao seu serviço.

E por fim, Aparecida. De modo totalmente particular comoveu-me a pequena imagem de Nossa Senhora. Alguns pobres pescadores que tinham lançado vezes sem conta as redes em vão, pescaram a imagenzinha das águas do rio, e depois disto, finalmente realizou-se uma pesca abundante. É a Nossa Senhora dos pobres, tornando-se ela mesma pobre e pequena. Assim, precisamente mediante a fé e o amor dos pobres, formou-se em volta desta imagem o grande Santuário que, recordando contudo sempre a pobreza de Deus, a humildade da Mãe, constitui dia após dia uma casa e um refúgio para as pessoas que rezam e esperam. Foi bom que nos reuníssemos ali e ali elaborássemos o documento sobre o tema "Discípulos e missionários de Jesus Cristo, para que n'Ele tenham vida". Certamente, poderia haver quem fizesse imediatamente a pergunta: Mas era este o tema justo neste momento da história que estamos a viver? Não era porventura uma viragem excessiva para a interioridade, num momento em que os grandes desafios da história, as questões urgentes sobre a justiça, a paz e a liberdade exigem o compromisso total de todos os homens de boa vontade, e de modo particular da cristandade e da Igreja? Não se deveriam ter enfrentado antes estes problemas, em vez de se retirar no mundo interior da fé?

Adiemos, por um momento, para mais tarde esta objecção. De facto, antes de lhe dar uma resposta é necessário compreender bem o próprio tema no seu verdadeiro significado; quando isto for feito, a resposta à objecção delineia-se por si. A palavra-chave do tema é: encontrar a vida a vida verdadeira. Com isto o tema supõe que este objectivo, sobre o qual talvez todos estejam de acordo, seja alcançado no discipulado de Jesus Cristo como também no compromisso pela sua palavra e pela sua presença. Os cristãos na América Latina, e com eles os de todo o mundo, são portanto convidados antes de tudo a tornarem-se de novo mais "discípulos de Jesus Cristo" o que, no fundo, já somos devido ao Baptismo, sem que isto evite que no-lo devemos tornar sempre de novo na viva apropriação do dom daquele Sacramento. Ser discípulos de Cristo o que significa? Pois bem, significa em primeiro lugar: chegar a conhecê-lo. Como acontece isto? É um convite a ouvi-lo do modo como Ele nos fala no texto da Sagrada Escritura, como se dirige a nós e vem ao nosso encontro na comum oração da Igreja, nos Sacramentos e no testemunho dos santos. Nunca se pode conhecer Cristo apenas teoricamente. Com grande doutrina pode-se conhecer tudo sobre as Sagradas Escrituras, sem nunca O ter encontrado. É parte integrante do facto de O conhecer, caminhar juntamente com Ele, entrar nos seus sentimentos, como diz a Carta aos Filipenses (2, 5). Paulo descreve brevemente estes sentimentos do seguinte modo: ter o mesmo amor, formar juntos uma só alma (sýmpsychoi), estar de acordo, não agir por rivalidade nem vanglória, não tendo cada um por finalidade apenas os próprios interesses, mas também os dos outros (2, 2-4). A catequese nunca pode ser apenas um ensinamento intelectual, deve tornar-se sempre também um exercitar-se na comunhão de vida com Cristo, um exercitar-se na humildade, na justiça e no amor. Só assim caminhamos com Jesus Cristo pelo seu caminho, só assim se abrem os olhos do nosso coração; só assim aprendemos a compreender a Escritura e nos encontramos com Ele. O encontro com Jesus Cristo exige escuta, exige a resposta na oração e em praticar o que Ele nos diz. Com o conhecimento de Cristo chegamos ao conhecimento de Deus, e só a partir de Deus compreendemos o homem e o mundo, um mundo que de outra forma permanece uma pergunta sem sentido.

Tornar-se discípulos de Cristo é portanto um caminho de educação para o nosso verdadeiro ser, para o justo ser homens. No Antigo Testamento, a atitude de fundo do homem que vive a palavra de Deus era resumida com a palavra zadic o justo: quem vive segundo a palavra de Deus torna-se um justo; ele pratica e vive a justiça. No cristianismo, a atitude dos discípulos de Jesus Cristo era expressa também com outra palavra: o fiel. A fé engloba tudo; agora esta palavra indica ao mesmo tempo o ser com Cristo e o ser com a sua justiça. Na fé recebemos a justiça de Cristo, vivemo-la em primeira pessoa e transmitimo-la. O documento de Aparecida concretiza tudo isto falando da Boa Nova sobre a dignidade do homem, sobre a vida, sobre a família, a ciência e a tecnologia, sobre o trabalho humano, sobre o destino universal dos bens da terra e sobre a ecologia: dimensões nas quais se desenrola a nossa justiça, é vivida a fé e são dadas respostas aos desafios dos tempos.

Aquele documento diz-nos que o discípulo de Jesus Cristo deve ser também "missionário", mensageiro do Evangelho. Também aqui se faz uma objecção: ainda é lícito hoje "evangelizar"? Não deveriam antes todas as religiões e concepções do mundo conviver pacificamente e procurar fazer juntas o melhor que podem pela humanidade, cada uma à própria maneira? Pois bem, é indiscutível que todos devemos conviver e cooperar na tolerância e no respeito recíprocos. A Igreja católica compromete-se nisto com grande energia e, com os dois encontros de Assis, deu também indicações evidentes neste sentido, indicações que, no encontro em Nápoles deste ano, retomamos de novo. Em relação a isto, apraz-me aqui recordar a carta que me foi gentilmente enviada a 13 de Outubro passado por 138 Chefes religiosos muçulmanos para testemunhar o seu compromisso comum na promoção da paz no mundo. Respondi com alegria expressando a minha adesão convicta a estes nobres propósitos e ressaltando ao mesmo tempo a urgência de um compromisso concorde pela tutela dos valores do respeito recíproco, do diálogo e da colaboração. O reconhecimento partilhado da existência de um Deus único, próvido Criador e Juiz universal do comportamento de cada um, constitui a premissa de uma acção comum em defesa do respeito efectivo da dignidade de cada pessoa humana para a edificação de uma sociedade mais justa e solidária.

Mas esta vontade de diálogo e de colaboração significa talvez ao mesmo tempo que não podemos transmitir mais a mensagem de Jesus Cristo, não podemos propor mais aos homens e ao mundo esta chamada e a esperança que dela deriva? Quem reconheceu uma grande verdade, quem sentiu uma grande alegria, deve transmiti-la, não pode tê-la para si. Dons tão grandes nunca se destinam a uma só pessoa. Em Jesus Cristo surgiu para nós uma grande luz, a grande Luz: não a podemos colocar debaixo do alqueire, mas devemos pô-la no lucernário, para que ilumine a quantos estão na casa (cf. Mt 5, 15). São Paulo esteve incansavelmente a caminho levando consigo o Evangelho. Sentia-se até sob uma espécie de "constrição" para anunciar o Evangelho (cf. 1 Cor 9, 16) não tanto devido a uma preocupação pela salvação de cada indivíduo não baptizado, que ainda não conhece o Evangelho, mas porque estava consciente de que a história no seu conjunto não podia alcançar o seu cumprimento enquanto a totalidade (pléroma) dos pobres não tivesse sido alcançada pelo Evangelho (cf. Rm 11, 25). Para chegar ao seu cumprimento, a história precisa do anúncio da Boa Nova a todos os povos, a todos os homens (cf. Mc 13, 10). E de facto: quanto é importante que confluam na humanidade forças de reconciliação, forças de paz, forças de amor e de justiça como é importante que no "balanço" da humanidade, face aos sentimentos e às realidades da violência e da injustiça que a ameaçam, sejam suscitadas e fortalecidas forças antagonistas! É precisamente isto que acontece na missão cristã. Mediante o encontro com Jesus Cristo e com os seus santos, mediante o encontro com Deus, o balanço da humanidade é fornecido de novo com aquelas forças de bem, sem as quais todos os nossos programas de ordem social não se tornam realidade, mas face à pressão extremamente poderosa de outros interesses contrários à paz e à justiça permanecem apenas teorias abstractas.

Assim voltamos às perguntas feitas no início: Fez bem Aparecida, na busca de vida para o mundo em dar a prioridade ao discipulado de Jesus Cristo e à evangelização? Era porventura um fechamento errado na interioridade? Não! Aparecida decidiu de modo justo, porque precisamente através do novo encontro com Jesus Cristo e com o seu Evangelho e só assim são suscitadas as forças que nos tornam capazes de dar a resposta justa aos desafios do tempo.

No final do mês de Junho enviei uma Carta aos Bispos, aos presbíteros, às pessoas consagradas e aos fiéis leigos da Igreja católica na República Popular Chinesa. Com esta Carta quis manifestar quer o meu profundo afecto espiritual por todos os católicos na China, quer uma estima cordial pelo Povo chinês. Nela reafirmei os princípios perenes da tradição católica e do Concílio Vaticano II em campo eclesiológico. À luz do "desígnio originário", que Cristo teve da sua Igreja, indiquei algumas orientações para enfrentar e para resolver, em espírito de comunhão e de verdade, as delicadas e complexas problemáticas da vida da Igreja na China. Indiquei também a disponibilidade da Santa Sé para um diálogo sereno e construtivo com as Autoridades civis a fim de encontrar uma solução para os vários problemas, relativos à comunidade católica. A Carta foi acolhida com alegria e com gratidão pelos católicos na China. Faço votos por que, com a ajuda de Deus, ela possa dar os frutos esperados.

Infelizmente, posso mencionar os outros momentos salientes do ano só brevemente. Eram na realidade acontecimentos que tinham por objectivo as mesmas finalidades, pretendiam evidenciar as mesmas orientações. Foi assim a maravilhosa visita à Áustria. L'Osservatore Romano, com uma bela expressão, caracterizou a chuva, que nos acompanhou, como "chuva da fé": os aguaceiros não só não diminuíram a nossa alegria da fé em Cristo experimentada olhando para a sua Mãe, mas aliás fortaleceram-na. Esta alegria penetrou a barreira das nuvens que nos ameaçavam. Olhando com Maria para Cristo encontramos a Luz que em todas as trevas do mundo nos indica o caminho. Gostaria de agradecer de coração aos Bispos austríacos, aos sacerdotes, às religiosas, aos religiosos e aos numerosos fiéis, que nestes dias se uniram a mim no caminho rumo a Cristo, neste encorajador sinal de fé que deram.

Também o encontro com a juventude na agorá de Loreto foi um grande sinal de alegria e de esperança: se tantos jovens desejam encontrar Maria e com Maria Cristo e se deixam contagiar pela alegria da fé, então podemos tranquilamente ir ao encontro do futuro. Neste sentido dirigi-me em várias ocasiões aos jovens: tanto na visita ao Instituto para menores de Casal del Marmo, como nos discursos pronunciados por ocasião das Audiências ou dos Angelus dominicais. Tomei conhecimento das suas expectativas e dos seus generosos propósitos, relançando a questão educativa e solicitando o compromisso das Igrejas locais na pastoral vocacional. Obviamente não deixei de denunciar as manipulações às quais os jovens hoje estão expostos e os perigos que delas derivam para a sociedade do futuro.

Já mencionei muito brevemente o encontro de Nápoles. Também lá nos encontramos acontecimento totalmente extraordinário para a cidade do sol e da luz circundados pela chuva, mas também lá a humanidade calorosa e a fé viva penetraram as nuvens, fazendo com que experimentássemos a alegria que vem do Evangelho.

Sem dúvida, não nos devemos iludir: os problemas que o secularismo do nosso tempo apresenta e a pressão das presunções ideológicas para as quais tende a consciência secularista com a sua pretensão exclusiva à racionalidade definitiva, não são pequenos. Nós sabemo-lo, e conhecemos a fadiga da luta que neste tempo nos é imposta. Mas sabemos também que o Senhor mantém a sua promessa: "E Eu estarei sempre convosco, até ao fim do mundo" (Mt 28, 20). Nesta jubilosa certeza, recebendo o estímulo das reflexões de Aparecida para renovar também nós o nosso ser com Cristo, vamos confiantes ao encontro do novo ano. Vamos sob o olhar materno da Aparecida, d'Aquela que se qualificou como "a serva do Senhor". A sua protecção torna-nos seguros e cheios de esperança. Com estes sentimentos concedo de coração a vós aqui presentes e a quantos fazem parte da grande família da Cúria Romana a Bênção Apostólica.

© Copyright 2007 - Libreria Editrice Vaticana



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