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PAPA FRANCISCO

MEDITAÇÕES MATUTINAS NA SANTA MISSA CELEBRADA
NA CAPELA DA DOMUS SANCTAE MARTHAE

A ditadura do pensamento único
 
Quinta-feira, 10 de Abril de 2014

 

Publicado no L'Osservatore Romano, ed. em português, n. 16 de 17 de Abril de 2014

«Também hoje existe a ditadura do pensamento único». Se não pensarmos de um determinado modo não somos considerados modernos, abertos. O risco do pensamento único que ameaça a relação com Deus esteve no centro da homilia do Papa Francisco, o qual recordou também as tragédias das ditaduras do século XX, dizendo que entretanto é possível reagir: rezando e vigiando. Referindo-se às leituras do dia o Papa frisou que a liturgia «nos faz ver a promessa feita por Deus a Abraão nosso pai». A referência é relativa ao trecho do Génesis (17, 3-9), no qual Deus promete a Abraão que se tornará «pai de muitas nações. Deus diz a Abraão. «Por tua vez deves observar a minha aliança, tu e a tua descendência depois de ti, de geração em geração». E assim, continuou o Papa, «compreende-se que os mandamentos não são uma lei fria; os mandamentos nasceram desta relação de amor, desta promessa, desta aliança». E, inspirando-se no trecho evangélico de João (8, 51-59) proclamado na liturgia hodierna, o Pontífice prosseguiu a sua reflexão indicando que «o erro destes doutores da lei que não eram bons e queriam lapidar Jesus — contudo, naquele tempo haviam também fariseus e doutores da lei bons — consistiu em separar os mandamentos da promessa, da aliança». «Os mandamentos que nascem do amor desta fidelidade de Deus são regras para ir em frente, indicações para não errar: ajudam-nos a caminhar, até chegar ao encontro com Jesus». Eis então, observou o Pontífice, «o drama do coração fechado, o drama da mente fechada. E quando o coração está fechado, ele fecha a mente. E quando coração e mente estão fechados não há lugar para Deus». Certamente, acrescentou ainda o Pontífice, estas pessoas não ouviram os profetas nem Jesus. Contudo, a sua atitude vai além da simples teimosia. É algo mais! É idolatria do próprio pensamento. Mas «também hoje — admoestou o Papa — há a idolatria do pensamento único. Portanto, hoje existe a mesma ditadura sobre a qual fala o Evangelho. São pessoas que «pegam nas pedras para lapidar a liberdade dos povos, das pessoas, das consciências, da relação do povo com Deus. E hoje Jesus é crucificado de novo». O Pontífice concluiu exortando a «não ser ingénuos», a não comprar coisas que não servem. E a «ser humildes e a rezar para que o Senhor nos dê sempre a liberdade do coração aberto para receber a sua palavra que é promessa e alegria! É aliança! E com esta aliança ir em frente».

 



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