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PAPA FRANCISCO

MEDITAÇÕES MATUTINAS NA SANTA MISSA CELEBRADA
NA CAPELA DA DOMUS SANCTAE MARTHAE

Ninguém pode julgar

Segunda-feira, 23 de Junho de 2014

 

Publicado no L'Osservatore Romano, ed. em português, n. 26 de 26 de junho de 2014

Quem julga põe-se no lugar de Deus e fazendo assim vai ao encontro de uma derrota inevitável na vida porque será pago com a mesma moeda. E viverá na confusão, confundindo a «palha» no olho do irmão com a «trave» que lhe impede a visão. O trecho evangélico da liturgia (Mateus 7, 1-5), frisou o Pontífice, apresenta o próprio Jesus que «procura convencer-nos a não julgar»: um mandamento que «repete muitas vezes». De facto, «julgar os outros leva-nos à hipocrisia». E Jesus define «hipócritas» quantos julgam. Porque, explicou o Papa, «quem julga erra, confunde-se e torna-se derrotado».

Quem julga «erra sempre». Porque, afirmou «se põe no lugar de Deus, que é o único juiz: toma o seu lugar e erra o lugar!». Praticamente, pensa que tem «o poder de julgar tudo: pessoas, vida, tudo». E «com o poder de julgar» considera que tem «também o poder de condenar».

O Evangelho refere que «julgar os outros era uma das atitudes dos doutores da lei aos quais Jesus chamava “hipócritas”».

«O juiz soberbo e suficiente que erra o lugar, porque toma o lugar de Deus, aposta numa derrota». E qual é esta derrota? «A de ser julgado com a mesma medida com a qual julga», reafirmou o bispo de Roma.

Além disso, prosseguiu o Papa, «também a derrota vai além, porque quem julga acusa sempre». No «juízo contra os outros — o exemplo que o Senhor dá é “a palha no teu olho” — existe sempre uma acusação». Exactamente o contrário do que «Jesus faz diante do Pai». Com efeito, Jesus «nunca acusa» mas defende. «É o primeiro Paráclito. Depois envia-nos o segundo, o Espírito».

Se quisermos continuar pelo caminho de Jesus devemos ser defensores dos outros diante do Pai. E convidou a defender quantos sofrem «algo terrível»: sem pensar muito, aconselhou, «reza e defende-o diante do Pai, como faz Jesus. Reza pela pessoa».

E repetiu: «sem julgar, porque se o fizeres, quando caíres em erro, serás julgado!».

E o Pontífice concluiu, rezando ao Senhor para que «nos conceda a graça de imitar Jesus intercessor, defensor, advogado nosso e dos outros».

 



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