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DISCURSO DO PAPA FRANCISCO
AOS PARTICIPANTES NO CAPÍTULO GERAL
DOS PADRES DE SCHÖNSTATT

Sala do Consistório
Quinta-feira, 1° de setembro de 2022

[Multimídia]

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Estimados Padres de Schönstatt!

Agradeço ao novo Superior-Geral, padre Alexandre Awi Mello, pelas suas amáveis palavras, bem como pelo seu serviço como secretário no Dicastério para os Leigos, a Família e a Vida. E noutros serviços precedentes, pois conheci-te quando eras “garoto” (“potrillo”), foste meu secretário em Aparecida, depois meu guia na visita ao Rio de Janeiro e por fim meu secretário causae. Obrigado pela tua colaboração durante estes últimos anos, em comunhão com o Sucessor de Pedro, a favor de toda a Igreja.  Desejo-te um ministério fecundo nesta nova responsabilidade que te foi confiada. Gostaria também de agradecer a Catoggio, que te enviasse de novo para a África. Obrigado, obrigado!

Caros padres da comunidade de Schönstatt, rezo ao Espírito Santo para que faça frutificar todos os esforços que fizestes durante o Capítulo Geral.

O mistério da redenção, que Nosso Senhor realizou em benefício de toda a humanidade e de todo o mundo, tem a nota caraterística da palavra hebraica berith , pacto, aliança. O sangue de Jesus derramado na cruz e oferecido como sacrifício de amor por todos nós (cf. Mc 14, 24; 1 Cor 11, 25) estabeleceu uma relação irrevogável entre Deus e os homens: uma aliança de amor, uma aliança de salvação.

E vós, queridos irmãos, desempenhais um bom serviço à Igreja e ao mundo, especialmente acompanhando as famílias nos diferentes acontecimentos e vicissitudes que atravessam, proclamando a todos os membros a beleza da “Aliança de Amor” que o Senhor estabeleceu com o seu povo. Atualmente, há muitos casamentos em crise, jovens tentados, idosos esquecidos, crianças que sofrem. E vós sois portadores de uma mensagem de esperança nestas situações sombrias que percorrem todas as fases da vida. E isto avança um pouco em paralelo com o saque dos valores humanos, uma pilhagem que as colonizações ideológicas de todos os tipos estão a fazer de forma selvagem.

Sim, o mundo exige cada vez mais de vós que deis respostas às perguntas e inquietações dos homens e mulheres do nosso tempo. Vemos frequentemente que a natureza da família é atacada por várias ideologias, que abalam as fundações que sustentam a personalidade do ser humano e, em geral, de toda a sociedade. Além disso, no seio das famílias, vemos em muitas ocasiões uma distância de compreensão entre os idosos e os jovens. Recentemente, nas catequeses de quarta-feira, afirmei que a aliança entre as gerações, ou seja, dos idosos com as crianças, é o que pode salvar a humanidade (cf. Catequese da audiência geral, 17 de agosto de 2022), porque deste modo se preserva a identidade pessoal e familiar; não se herda apenas um património genético ou um sobrenome, mas também e sobretudo se herda a sabedoria do que significa ser humano, de acordo com o plano de Deus. O mistério da nossa redenção está assim também intimamente ligado à experiência vivida do amor nas famílias. E não esqueçamos que, em última análise, a fé é sempre transmitida através das famílias, através dos idosos, dos avós.

Penso no modelo que nos é oferecido pela Sagrada Família, e especialmente pela Virgem Maria, que cuida de todos os seus filhos e filhas com um amor terno e dedicado, especialmente dos mais pobres no corpo e no espírito. Ela, no bonito hino do Magnificat, confessa os prodígios do Senhor, que «derrubou do trono os poderosos e exaltou os humildes. Saciou de bens os indigentes e despediu de mãos vazias os ricos» (Lc 1, 52-53), referindo-se à promessa, à aliança feita com “os nossos pais” na fé (cf. Lc 1, 55). A Bem-Aventurada Virgem Maria, venerada com grande amor por cada membro da comunidade de Schönstatt sob o título de “Mãe Três Vezes Admirável”, é um modelo fundamental para todos, que impele a construir pontes baseadas na caridade fraterna e na comunhão de bens com os mais necessitados, e ao mesmo tempo dando-nos sabedoria e coragem para alcançar aqueles que se afastaram da amizade com o Senhor, para os recuperar com o testemunho de uma nova vida em Cristo, caraterizada pela misericórdia.

Na minha mesa de cabeceira está a pequena imagem da Virgem, posta lá por Alexandre, e após quinze dias trouxe também uma coroa para a coroar. Ou seja, tenho toda a cerimónia feita pela vossa “seita” [risos]. Assim, cada vez que entro no meu quarto é a primeira coisa que vejo e tenho de me lembrar de vós.

Encorajo-vos, queridos irmãos, a irdes em frente nos vossos apostolados, renovando-vos sempre com a graça do Espírito Santo e demonstrando coragem para abrir novos caminhos ao serviço das famílias, para fazer brilhar a beleza da Aliança — Aliança, a beleza da Aliança — estabelecida entre Deus e os homens, com a espiritualidade e a experiência dos valores cristãos. Que Nosso Senhor Jesus Cristo, com a mediação da Mater Admirabilis , conceda sempre abundantes frutos de santidade a todos os membros da comunidade de Schöenstatt. E, por favor, não vos esqueçais de rezar por mim.

Obrigado!

 



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