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 PAPA JOÃO PAULO II

ANGELUS

Praça de São Pedro
Domingo, 27 de Dezembro de 1981

 

1. Hoje os nossos pensamentos e os nossos corações dirigem-se para a Sagrada Família de Nazaré. Por meio do mistério do Natal do Senhor, o Filho de Deus tornou-se filho do homem, vindo fazer parte da família humana. Deus, que é Amor, entrou numa Família, querendo mediante isto fazer dela um lugar particular do amor e uma verdadeira ".Igreja doméstica".

Da história da Família Nazaretana conhecemos só alguns acontecimentos; todavia, cada um deles está cheio de eloquência. O trecho do Evangelho de São Lucas, que lemos hoje, recorda a apresentação do Menin

o no Templo de Jerusalém no quadragésimo dia depois de nascer em Belém: "Levaram o Menino a Jerusalém para o apresentar ao Senhor" (Lc 2, 22). Deste modo eles cumpriram o dever previsto pela lei da Antiga Aliança, que determinava: "Cada primogénito varão será consagrado ao Senhor" (cf. Êx 13, 2).

Todavia, nenhum dos filhos dos homens, que vieram ao mundo em qualquer tempo, em qualquer família humana, foi tão consagrado a Deus como Jesus já na concepção mesma e no Seu nascimento. Portanto ele revela mais plenamente à humanidade esta verdade, ou seja que a família é a comunidade em que nasce o homem para viver para Deus e para os homens. Nasce para viver segundo a medida destes destinos, que têm início no eterno Amor.

2. No decurso do Sínodo dos Bispos de 1980, que foi dedicado às tarefas da família cristã, a Igreja rezou a seguinte oração, que eu mesmo quis compor e agora convido a que sigais, enquanto diante de vós a repito:

"Ó Deus, do qual provém toda a paternidade, nos céus como na terra, / Vós, Pai, que sois Amor e Vida,") pelo Vosso Filho Jesus Cristo, 'nascido de uma Mulher', / e pelo Espírito Santo, fonte de caridade divina, / fazei que, na terra inteira, cada família humana se torne / um verdadeiro santuário da vida e do amor, / para as gerações que incessantemente se renovam.

Fazei que a Vossa graça oriente sempre os pensamentos e as acções / dos esposos para o maior bem das suas famílias, / de todas as famílias do mundo.

Fazei que as novas gerações encontrem na família um apoio sólido, / que as torne sempre mais humanas / e as faça crescer na verdade e no amor.

Fazei que o amor, consolidado pela graça do sacramento do Matrimónio, / seja sempre mais forte do que todas as fraquezas, / mais forte do que todas as crises, / que, por vezes, se verificam nas nossas famílias.

Fazei, enfim — nós vo-lo pedimos — por intercessão / da Sagrada Família de Nazaré, que em todas as nações da terra / a Igreja possa realizar com fruto a sua missão, / na família e pela família.

Vós, ó Pai, que sois a Vida, a Verdade e o Amor, / na unidade do Filho e do Espírito Santo. /

Amém!".

3. Os frutos do Sínodo, que se realizou em Outubro de 1980, conforme os desejos dos Bispos que nele participaram, exprimiram-se na exortação apostólica Familiaris consortio. Juntamente com esta exortação foram transmitidas ao Conselho para a Família, recentemente instituído, todas as Propositiones do Sínodo, a fim de constituírem todas juntas um fundamento para o trabalho, com que a Igreja quer manifestar o seu amor pela família.

"Amar a família significa saber estimar os seus valores e possibilidades, promovendo-os sempre. Amar a família significa descobrir os perigos e os males que a ameaçam, para poder superá-los. Amar a família significa empenhar-se em criar um ambiente favorável ao seu desenvolvimento. E, por fim, forma eminente de amor à família cristã de hoje, muitas vezes tentada por incomodidades e angustiada por crescentes dificuldades, é dar-lhe novamente razões de confiança em si mesma, nas riquezas próprias que lhe advêm da natureza e da graça e da missão que Deus lhe confiou. 'É necessário que as famílias do nosso tempo tomem novamente altura! É necessário que sigam a Cristo!'" (Exort. Apost. Familiaris consortio, n. 86).

Neste espírito oramos hoje, abraçando com o pensamento e com o coração todas as famílias do mundo inteiro.

 

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