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VIAGEM APOSTÓLICA DO SANTO PADRE AO BRASIL
(30 DE JUNHO - 12 DE JULHO DE 1980)

SAUDAÇÃO DO PAPA JOÃO PAULO II
NO ENCONTRO COM O CARDEAL VICENTE SCHERER

Porto Alegre, 4 de Julho de 1980

 

1. Agradeço de coração ao amado Pastor desta Arquidiocese, o caríssimo Cardeal Vicente Scherer pelas nobres palavras que me dirigiu e nas quais reencontro as virtudes que nele já conheço: simplicidade, sinceridade, absoluta fidelidade ao Sucessor de Pedro.

Dessas palavras deduzo que esperáveis todos por este momento. Posso dizer-lhes que esperei eu também, ansiosamente, por este dia que, no correr de minha peregrinação pelo Brasil, viria encontrar-vos em Porto Alegre. Louvado seja Deus por esta oportunidade.

Ao lado do Eminentíssimo Cardeal Scherer saúdo seus Bispos Auxiliares. Saúdo meus irmãos Bispos da Província Eclesiástica do Rio Grande do Sul. Saúdo os sacerdotes, diáconos, religiosos, aqui presentes. Saúdo os fiéis de todas as procedências, idades e condições. Uma saudação particular aos que vieram de mais longe – do vizinho Estado de Santa Catarina, que não tive a possibilidade de visitar desta vez, da Argentina e do Uruguai – para ver o Papa. Eu sei que não é a minha pessoa que conta: conta a missão que o Senhor quis confiar-me. Sinto-me feliz de saber que, para além do Papa, é ao Sucessor de Pedro e portanto ao próprio Pedro, é ao Vigário de Cristo e portanto ao próprio Cristo, que vão as vossas homenagens. A Ele somente o louvor e a glória pelos séculos sem fim.

2. Venho pois como Pastor da Igreja universal, para conhecer de perto as ovelhas que o Bom Pastor, nos seus desígnios de amor, me confiou. Venho como Sucessor de Pedro, para dar continuidade à sua missão de confirmar os irmãos. Venho como Vigário de Jesus Cristo, portador de sua bênção e de sua paz.

Sei que a fé se encontra profundamente arraigada em vossa terra e é vivida com intensidade em vossos corações.

Sei também que o segredo da grande vitalidade nesta fé reside nas famílias cristãmente constituídas e nos missionários, sacerdotes de grande valor, que há mais de um século evangelizaram em profundidade esta região.

Para sermos testemunhos convincentes de Jesus Cristo, importa procurar uma autenticidade sempre maior, importa sermos firmes na fé. Ora, penso – e procurei explicá-lo em minha exortação apostólica “Catechesi Tradendae” que em nossos dias não há possibilidade de sobrevivência e irradiação da fé, sem um aprofundamento desta mesma fé. Vale dizer sem uma catequese adequada às circunstâncias mas sempre conforme com o sentir da Igreja. Não quero por isso, deixar passar esta oportunidade sem exortar-vos, vós Pastores, Bispos e Presbíteros; vós pais e mães de família; vós professores, a um corajoso e perseverante esforço de catequese para crianças, jovens e adultos.

3. Uma palavra de amizade ao Presbitério tão amplamente aqui representado. Não preciso de muitas palavras para dizer-vos que estais no coração do Papa: ele reza sempre por vós e para vós pede do Senhor a graça da fidelidade ao dom um dia recebido, para fazer de cada um de vós um “sacerdos in aeternum”. Vivei o mistério da unidade da Igreja, permanecendo unidos aos vossos Bispos, “como as cordas à cítara”, para retomar a expressiva comparação de Santo Inácio de Antioquia. Este é o segredo da fecundidade apostólica do presbítero.

E que dizer aos religiosos e religiosas: vós ocupais um lugar que é só vosso no Corpo de Cristo que é a Igreja. Sois a expressão e deveis ser a concretização da sua vocação de santidade. Deus abençoe vossa vida, fazendo-a frutificar no seu amor, o que será sem dúvida em benefício de vossos irmãos.

Aqui em vossa cidade pretendo encontrar-me com um grupo de vocacionados e com seus formadores.

Na grata expectativa deste encontro, basta-me por agora dizer-vos que a Igreja deve ter sempre na alma uma profunda compaixão: há uma multidão “cansada e abatida como ovelhas sem pastor”; e uma oração: “Manda, Senhor, operários para a tua messe” (Cf. Mt 9, 36-38).

Sei que vosso Estado é rico em vocações e, convosco, agradeço ao Senhor. Desejo que saibais sempre apreciar este dom, assumir estas vocações, ajudá-las a amadurecer no amor a Deus e na fidelidade incondicional à Igreja, para o bem de toda a comunidade.

Deus abençoe vossas famílias, portadoras de belas tradições, centros de irradiação de valores cristãos e celeiros de nutridas vocações.

4. Por fim, saúdo a todo o povo de Porto Alegre e do Estado do Rio Grande do Sul. Viveis aqui a harmonia do encontro de tantas raças, fundidas em autêntica brasilidade. Sois uma lição viva de que é possível ao homem viver em fraternidade com o seu semelhante.

Desta Arquidiocese que nasceu com o título e sob o patrocínio do Apóstolo São Pedro, o sucessor do mesmo Pedro cumprimenta a todos e para todos invoca as bênçãos de Deus, mas sobretudo, para os anciãos, os enfermos, os que sofrem no corpo ou na alma, para as criancinhas... A todos o Papa abraça com sincero afeto. Por todos o Papa reza, a todos os Papa abençoa.

Que a Virgem Maria, “Madre de Deus” – como a invocais com amor em vossa Catedral – vos ajude e vos conduza a seu Filho amado.

 



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