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O Sumo Pontífice enviou ao Director- Geral da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), Sua Ex.cia o Senhor Jacques Diouf, uma mensagem assinada pelo Cardeal Angelo Sodano, Secretário de Estado, e lida no dia 16 de Outubro por D. Alois Wagner, Arcebispo Titular de Siccenna, Observador Permanente da Santa Sé junto da FAO, no decurso da cerimónia celebrativa do Dia Mundial da Alimentação. Publicamos aqui o texto da referida mensagem pontifícia: A Sua Excelência o Senhor Jacques DIOUF Director-Geral da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) Ainda está vivo na Comunidade internacional e na alma da sociedade civil mundial o eco do Encontro Mundial sobre a Alimentação, através do qual a FAO, os Estados membros e, juntamente com eles, todo o sistema da Organização das Nações Unidas, se comprometeram solenemente a favor de uma luta mais decidida contra a fome e a subalimentação. Para Sua Santidade, a celebração deste Dia Mundial da Alimentação constitui uma ocasião propícia para renovar a aprovação de tal iniciativa e confirmar o apoio à acção empreendida pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura, eficazmente gerida por Vossa Excelência. O objectivo de chegar a resultados concretos até aos primeiros anos do novo milénio parece estar cada vez mais ligado não só a opções políticas e técnicas, mas a uma directa transformação da mentalidade, dos estilos de vida e da acção de pessoas, comunidades e governos nos vários níveis. Só uma acção concertada e decidida, não obstante as inevitáveis dificuldades que poderá encontrar no próprio caminho, pode constituir uma resposta eficaz ao brado de quantos vivem directamente o drama da fome. Conhecer as causas, determinar os comportamentos, orientar políticas e intervenções, se tudo isto estiver privado de uma constante referência à pessoa humana e às suas exigências, pode ?tornar-se ?um ?instrumento ?aparentemente ?suficiente, ?mas ?contudo inadequado. A experiência da acção internacional e, em particular, da FAO demonstra que não basta apenas a disponibilidade de alimentos para pôr fim à fome. São necessárias condições políticas, económicas e ambientais para um constante e adequado nível de segurança alimentar. Traduzido na ética dos relacionamentos internacionais, significa que se deve exortar ao compromisso, individual e colectivo, para realizar formas de distribuição concreta, a fim de que cada um se sinta responsável pelo «próximo» — quer ele seja uma pessoa, uma comunidade, uma nação ou um Estado. Efectivamente, na descoberta de que o «dar» é superior ao «ter» pode encontrar-se um sólido fundamento para as relações entre os povos, bem como a essência da solidariedade internacional. Permitir que a milhões de seres humanos e a inteiras comunidades seja limitada ou até mesmo repudiada a própria esperança de vida devido à falta do pão quotidiano constitui uma evidente negação da consciência comum da humanidade e uma violação dos direitos fundamentais, a começar pelos direitos económicos e sociais. E isto não nos pode deixar indiferentes! Com efeito, determinadas formas de assistência internacional, cada vez mais ligadas a uma limitada visão da globalização, correm o perigo de ignorar a realidade de homens e mulheres que, nas cidades ou nas áreas rurais, permanecem à margem dos circuitos da economia mundial, das programadas intervenções humanitárias, bem como dos benefícios que derivam do próprio trabalho. O tema que caracteriza o actual Dia Mundial da Alimentação, Investing in Food Security («Investir na segu

segurança alimentar»), relança uma concreta acção internacional, capaz de envolver contribuições de vários tipos, contanto que sejam livres de condicionamentos ou de interesses egoístas. Estas são as reflexões que o Santo Padre quer oferecer a quantos, em todas as partes do mundo, celebram a hodierna Jornada e a todos aqueles que, nas diferentes tarefas e responsabilidades, estão empenhados na luta contra a fome e a subalimentação. Os votos são por que cada um, perscrutando no próprio coração, encontre os únicos ?motivos ?de ?humanidade ?que ?podem inspirar uma renovada «acção de partilha». Ao invocar Deus Omnipotente para que encha de bênçãos a actividade da FAO, ?o ?Santo ?Padre ?renova ?a ?Vossa Excelência, Senhor Director-Geral, as expressões da sua estima e a mais elevada consideração. ANGELO CARD. SODANO Secretário de Estado

 

 

 

 

 

 

 



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