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DISCURSO DO PAPA JOÃO PAULO II 
AOS PARTICIPANTES NA PEREGRINAÇÃO 
PROMOVIDA PELA "OBRA DA IGREJA"

 

Queridos Irmãos e Irmãs

1. Com prazer recebo-vos hoje, membros da Obra da Igreja que, formando este numeroso grupo, quisestes peregrinar até Roma para renovar os sentimentos de amor e afecto ao Papa, Sucessor do apóstolo Pedro, e o compromisso de entrega e serviço à Igreja de Jesus Cristo. Move-vos nisto a recente aprovação pontifícia da vossa Obra, que foi reconhecida como Instituição Eclesial, composta pelos três ramos da vida consagrada: sacerdotal, laical masculina e feminina, em torno dos quais se organizam os outros ramos: daqueles que aderem, militam ou colaboram. Ao dar-vos as boas-vindas, agradeço-vos a vossa presença aqui e, de modo especial, tudo o que fazeis nos diversos campos de apostolado que os Bispos vos confiaram. 

2. A Obra da Igreja surgiu em 1959, das mãos de quem hoje é a vossa Presidente, Madre Trindade Sánchez Moreno. Posteriormente, erigida como Pia União na Arquidiocese de Madrid, percorreu diversas etapas até chegar ao momento, tão desejado pela Fundadora e por todos os membros, da promulgação do Decreto que lhe reconhece o direito pontifício. Nestes anos a Obra da Igreja distinguiu-se pela sua fidelidade e amor ao Papa, assim como pelo seu espírito de cooperação nas dioceses onde tem centros. Por isso quisestes estar também presentes em Roma, oferecendo a vossa colaboração nalguns campos de apostolado. Assim o pude comprovar na visita pastoral que realizei à Paróquia de Nossa Senhora de Valme, confiada a sacerdotes da vossa Instituição, conhecendo mais de perto as actividades que levais a cabo.

3. Neste encontro de hoje desejo animar-vos a viver com generosidade o mistério da Igreja, que em Cristo «é como que o sacramento, ou sinal, e o instrumento da íntima união com Deus e da unidade de todo o género humano» (Lumen gentium, 1). Para isto, continuai a trabalhar com fidelidade ao Papa e aos Bispos, para mostrardes aos homens do nosso tempo o belo e o atractivo desse dom de Deus à humanidade, que é a sua Igreja. A respeito disso, seguindo as orientações da minha Exortação Apostólica Vita consecrata, é aconselhável que os consagrados e consagradas recebam uma formação permanente mediante uma adequada formação teológica, conscientes de que deles se espera uma nova e luminosa proposta de amor, com o testemunho duma castidade que engrandece o coração, duma pobreza que elimina barreiras e duma obediência que constrói a comunhão na comunidade, na Igreja e no mundo. Todos vós, além disso, deveis aprofundar nos ensi- namentos que a Escritura e a Tradição nos apresentam sobre a Igreja, de modo que o vosso amor por ela esteja baseado na sólida doutrina que depois transmitireis nos vossos apostolados. 

4. A Virgem Maria, proclamada Mãe da Igreja, foi apresentada pelo Concílio Vaticano II como «exemplo daquele afecto maternal de que devem estar animados todos quantos cooperam na mis- são apostólica que a Igreja tem de regenerar os homens» (Ibid., 65). Que a sua materna intercessão vos acompanhe no caminho e vos faça ser fiéis aos compromissos que, dóceis ao Espírito Santo, assumistes para glória de Deus e serviço da Igreja. Que vos sirva também de ajuda a Bênção Apostólica, que vos concedo com afecto.

 

 



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