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MENSAGEM DO PAPA JOÃO PAULO II
AO CARDEAL MAJELLA AGNELO POR OCASIÃO
 DA COMEMORAÇÃO DOS 250 ANOS DA BASÍLICA DO BONFIM

 


Ao Venerável Irmão Geraldo MAJELLA AGNELO
Cardeal Arcebispo de São Salvador da Bahia e Primaz do Brasil

A festa do Senhor do Bonfim deste ano tem uma alta significação porque a Basílica, que leva o seu nome, estará comemorando duzentos e cinqüenta anos da sua inauguração. Esta celebração constitui um forte apelo a descobrir o sentido da Basílica do Bonfim:  uma particular presença do Redentor dos homens e Filho de Maria, sempre Virgem, entre nós. Através do seu Santuário, Ele continua a ser, de modo humilde e concreto, Deus-Conosco, Deus no meio de nós. A terra de todos os santos fez-se terra do Senhor do Bonfim. Em Porto Seguro, uma grande cruz de madeira ficou implantada no solo pátrio, aí, porém, o crucificado reina no coração da Bahia.

Por esta razão, desejo fazer-me presente espiritualmente nas celebrações promovidas para rememorar, com agradecimento a Deus, aquela Páscoa da Ressurreição do Senhor de 18 de Abril de 1745, quando o Capitão de Mar e Guerra Theodozio Rodrigues de Faria colocou a imagem para a veneração dos fiéis em Itapagipe, transladada posteriormente para a colina do Bonfim. Pelos caminhos misericordiosos da Providência, aprouve à bondade do Senhor crucificado que seu culto especial tivesse início em terras de Portugal, para chegar  até  ao  Brasil,  aportasse  na  cidade  de  São  Salvador  e,  daqui,  a  fé e a generosidade da gente baiana espalhasse sua devoção em todo o território nacional.

Em 1991, diante do altar do Senhor do Bonfim, me detive com particulares sentimentos de afeto por todo o Povo dessa terra generosa. Assim como naquele momento de recolhimento, hoje renovo meus votos de que a vinculação da Bahia com o Senhor do Bonfim não diminua, mas, ao contrário, se intensifique; e isto, não só como expressão de sua fé, mas também como penhor de um progresso que não sacrifique suas tradições sadias, seus costumes puros e sua tão rica e diversificada cultura.

A imagem do Crucificado é a mais tranqüilizadora expressão de paz, é a decisiva vitória de Deus. Essa imagem endereçou-a o Pai dos Céus para a Bahia. É Jesus Cristo ontem, hoje e sempre. Desta cruz, reinará por todos os séculos. Pelo Brasil afora sua gente canta assim:  prova de amor maior não há que doar a vida pelo irmão por todos os irmãos, de todas as terras e de todos os tempos. Ali aprendemos a vida, recolhemos as bem-aventuranças e somos felizes como irmãos.
Peço ao Pai das misericórdias que, mediante as chagas sacrossantas e o precioso Sangue do seu Divino Filho, morto na Cruz, os fiéis da Arquidiocese de São Salvador, como das paróquias do interior, descubram no Santuário do Bonfim a verdadeira casa de Deus:  lugar de oração e porta do Céu, espaço privilegiado de encontro de Deus com os homens.

Possa, enfim, a Devoção do Senhor Bom Jesus do Bonfim estimular o crescimento da fé e da piedade cristã entre todos os fiéis da Bahia e da querida nação brasileira. Com estes auspícios concedo ao Senhor Cardeal e a todos os devotos e peregrinos do Senhor do Bonfim, com Mons. Walter Jorge Pinto de Andrade, Reitor da Basílica e Capelão da Devoção, junto a todos os membros da Entidade, uma particular Bênção Apostólica.

Vaticano, 6 de Abril de 2004.

 

 

 



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