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DICASTÉRIO PARA A DOUTRINA DA FÉ

“A Rainha da Paz”

Nota sobre a experiência espiritual ligada a Medjugorje

 

Premissa

1. É chegado o momento de concluir uma longa e complexa história em torno aos fenômenos espirituais de Medjugorje. Trata-se de uma história em que se sucederam opiniões divergentes de Bispos, teólogos, comissões e analistas.

As conclusões expressas nesta Nota se põem no contexto de quanto foi determinado nas atuais Normas para proceder no discernimento de presumidos fenômenos sobrenaturais (cf. Dicastério para a Doutrina da Fé, 17 de maio de 2024; citadas adiante como Normas). Em consequência, a perspectiva da análise é muito diferente daquela utilizada em estudos anteriores.

É importante esclarecer desde o início que as conclusões desta Nota não implicam um juízo acerca da vida moral dos presumidos videntes. De outro lado, deve-se recordar que, quando se reconhece uma ação do Espírito para o bem do Povo de Deus “em meio a” uma experiência espiritual, desde as suas origens até hoje, os dons carismáticos (gratiae gratis datae) – que possam ser relacionados a ela – não exigem necessariamente a perfeição moral das pessoas envolvidas para poder agir.

2. Mesmo se no conjunto das mensagens ligadas a esta experiência espiritual encontramos tantos elementos positivos que ajudam a colher o chamado do Evangelho, certas mensagens – segundo a opinião de alguns – apresentariam algumas contradições ou seriam ligadas a desejos ou interesses dos presumidos videntes ou de outras pessoas. Não se pode excluir que isto possa ter acontecido no caso de algumas poucas mensagens e este fato nos recorda quanto dizem as Normas deste Dicastério: que tais fenômenos «às vezes aparecem conexos a experiências humanas confusas, a expressões imprecisas do ponto de vista teológico ou a interesses não totalmente legítimos» (Normas, n. 14). Isto não exclui a possibilidade de «algum erro de ordem natural não devido à má intenção, mas à percepção subjetiva do fenômeno» (Normas, art. 15, 2°). Como exemplo desta linguagem mística imprecisa e definitivamente incorreta do ponto de vista teológico, podemos mencionar – entre as mensagens coligadas a Medjugorje (cf. Raccolta completa dei messaggi della Regina della Pace. «Vi supplico: convertitevi!», Camerata Picena [An] 2024; em alguns casos a tradução foi melhorada confrontando-a com o texto original) – a expressão isolada “meu Filho, uno e trino, vos ama” (02.11.2017). Não é inusual que em textos místicos, que querem exprimir a presença de toda a Trindade no mistério do Verbo encarnado, usem-se palavras não adaptadas como estas. Neste caso, deve-se entender que no Filho feito homem se manifesta o amor do Deus uno e trino (cf. Dicastério para a Doutrina da Fé, “Trindade Misericórdia”. Carta ao Bispo de Como acerca da experiência espiritual ligada ao Santuário de Maccio [Villa Guardia], 15 de julho de 2024). Além disso, o leitor será atento a ter presente que, toda vez que nesta Nota se referir a “mensagens” de Nossa Senhora, entende-se sempre “presumidas mensagens”.

Para o discernimento dos eventos ligados a Medjugorje, tomamos em consideração fundamentalmente a existência de frutos claramente verificados e a análise das presumidas mensagens marianas.

Os frutos

3. Um efeito imediato em torno aos fenômenos de Medjugorje foi o grande e crescente número de devotos em todo o mundo e as numerosas pessoas que para lá se dirigem em peregrinação, vindas das mais variadas proveniências.

Os frutos positivos revelam-se sobretudo na promoção de uma sadia prática da vida de fé, de acordo com a tradição da Igreja. Isto, no contexto de Medjugorje, refere-se seja àqueles que eram distantes da fé, seja àqueles que até aquele momento tinham praticado a fé de modo superficial. A especificidade do lugar consiste no grande número de tais frutos: as abundantes conversões, o frequente retorno à prática sacramental (Eucaristia e reconciliação), as numerosas vocações à vida presbiteral, religiosa e matrimonial, o aprofundamento da vida de fé, a prática mais intensa da oração, muitas reconciliações entre cônjuges, e a renovação da vida matrimonial e familiar. É preciso mencionar que tais experiências acontecem sobretudo no contexto das peregrinações aos lugares dos eventos originários, mais que durante os encontros com os “videntes” para presenciar as presumidas aparições.

4. A intensa pastoral cotidiana na paróquia de Medjugorje aumentou por causa do “fenômeno Medjugorje”. Podemos observar cada dia a recitação de várias partes do Rosário, a Santa Missa (com numerosas celebrações também nos dias feriais), a adoração ao Santíssimo Sacramento, numerosas confissões. Fora da igreja paroquial se encontram duas Vias-sacras, um grande salão para as catequeses e uma capelinha para a adoração. Além da vida sacramental-espiritual ordinária, em Medjugorje se realizam diversas atividades regulares, como por exemplo seminários anuais de diversos tipos, o Festival da Juventude, retiros espirituais para sacerdotes, para casais, para os organizadores de peregrinações, para os guias dos centros da paz e dos grupos de oração.

Há décadas que a paróquia de Medjugorje continua a ser uma grande meta de peregrinação. Diferentemente de outros lugares de culto ligados a aparições, parece que as pessoas vão a Medjugorje sobretudo para renovar a própria fé e não por causa de pedidos específicos; registrou-se até mesmo a presença de grupos de cristãos ortodoxos e de muçulmanos.

5. Muitos fiéis descobriram sua vocação ao sacerdócio ou à vida consagrada no contexto do “fenômeno Medjugorje”. As histórias dessas pessoas são muito diversas, convergindo, porém, na mesma experiência espiritual de sentir-se chamadas a este tipo de seguimento de Jesus. Algumas pessoas lá foram para conhecer a vontade de Deus na própria vida, outras só por curiosidade ou mesmo não acreditando. Um certo número de pessoas ainda refere ter recebido a graça da vocação com um forte desejo de doar-se totalmente a Deus, experimentado no monte das presumidas aparições, outras no contexto da adoração diante do Santíssimo.

Para tantas pessoas a vida mudou depois de ter acolhido a espiritualidade medjugoriana na vida cotidiana (mensagens, oração, jejum, adoração, Santa Missa, confissão...) e, como consequência, tomaram uma decisão em favor do chamado sacerdotal ou religioso. Alguns sentem ter recebido em Medjugorje a confirmação decisiva de uma vocação amadurecida há longo tempo. Existem ainda tantos casos de descoberta da vocação particular fora de Medjugorje, mas no contexto dos grupos inspirados pela sua espiritualidade e pela leitura de livros atinentes a esta experiência.

Não faltam tantas verdadeiras conversões de pessoas afastadas de Deus e da Igreja, as quais passaram de uma vida marcada pelo pecado a mudanças existenciais radicais, orientadas ao Evangelho. No contexto de Medjugorje relatam-se também numerosíssimas curas físicas.

Tantos outros descobriram a beleza de ser cristão. Para muitos, Medjugorje tornou-se um lugar escolhido por Deus para renovar a sua fé: há quem experimenta este lugar como um novo ponto de partida para o seu caminho espiritual. Em alguns casos, muitos puderam superar as próprias crises espirituais graças à experiência de Medjugorje. Outros referem o desejo suscitado no contexto de Medjugorje de doar-se profundamente ao serviço de Deus na obediência à Igreja, ou de um maior empenho na vida de fé na própria paróquia de origem. Em muitas nações de todo o mundo, neste ínterim, surgiram numerosos grupos de oração e devoção mariana, inspirados pela experiência espiritual de Medjugorje. Surgiram também tantas obras de caridade ligadas a diversas comunidades e associações, em particular aquelas que se ocupam de órfãos, dependentes químicos, alcoólatras, jovens com diversas problemáticas, deficientes.

É particularmente notável a presença de muitos jovens, de casais jovens e de adultos que redescobrem em Medjugorje a fé cristã através de Nossa Senhora: esta experiência orienta-os a Cristo na Igreja. Um testemunho da forte presença dos jovens em Medjugorje são os Festivais da Juventude, realizados a cada ano.

Além destes frutos concretos, o lugar é percebido como um espaço de grande paz, de recolhimento e de piedade sincera e profunda, que contagia.

Em conclusão, pode-se reportar um quadro sintético de frutos positivos ligados a esta experiência espiritual que, com o passar do tempo, foram separando-se da experiência dos presumidos videntes, os quais não são mais percebidos como mediadores centrais do “fenômeno Medjugorje”, em meio ao qual o Espírito Santo opera tantas coisas belas e positivas.

Aspectos centrais das mensagens

A Rainha da Paz

6. Mesmo se a Gospa [ou seja, a Senhora] atribui a si mesma mais frequentemente o nome de Mãe, segundo várias expressões (Mãe da Igreja, de Deus, dos justos, dos santos etc.), o título mais original é o de “Rainha da Paz” (cf. mensagem de 16.06.1983). Este título oferece uma visão teocêntrica e muito rica da paz, que não significa somente a ausência de guerra, mas possui um sentido espiritual, familiar e social. A paz de que se fala se realiza sobretudo através da oração, mas se difunde também através do empenho missionário. Um dos traços prevalentes da espiritualidade que emerge das mensagens é o confiar-se a Deus através do confiar-se plenamente a Maria, de modo a ser instrumentos de paz no mundo. As mensagens em torno a este tema são muito numerosas. Reportamos algumas delas:

«Caros filhos, vim a vós e me apresentei como Rainha da Paz porque meu Filho me envia. Caros filhos, desejo ajudar-vos. Ajudar-vos para que venha a paz» (10.08.2012).

«Paz. Paz. Paz. Reconciliai-vos. Reconciliai-vos com Deus e entre vós» (26.06.1981).

«Caros filhos, sem oração não existe paz. Por isso vos recomendo, caros filhos, para rezar pela paz diante da Cruz» (06.09.1984).

«Convido-vos todos a rezar responsavelmente pela paz. Rezai, caros filhos, para que a paz reine no mundo, para que a paz reine no coração dos homens, no coração dos meus filhos. Por isso, sede os meus portadores de paz neste mundo inquieto; sede o meu sinal vivo, um sinal de paz» (05.08.2013).

«Caros filhos, convido todos vós que ouvistes a minha mensagem de paz a realizá-la com seriedade e amor na vida. Muitos são aqueles que pensam fazer muito falando das mensagens, mas não as vivem. Eu vos convido, caros filhos, à vida e à mudança de tudo aquilo de negativo que é em vós, para que tudo se transforme em positivo e em vida» (25.05.1991).

«Vós errais quando olhais ao futuro pensando somente nas guerras, nos castigos, no mal. Se pensais sempre no mal, já vos colocais na estrada para encontrá-lo. Para o cristão existe uma única atitude diante do futuro: a esperança da salvação. A vossa tarefa é aceitar a paz divina, vivê-la e difundi-la» (10.06.1982).

«O mundo de hoje vive em meio a fortes tensões e caminha à beira de uma catástrofe. Pode ser salvo somente se encontrar a paz. Mas poderá ter a paz somente retornando a Deus» (15.02.1983).

«Eu me apresentei aqui como Rainha da Paz para dizer a todos que a paz é necessária para a salvação do mundo. Somente em Deus se encontra a verdadeira alegria da qual deriva a verdadeira paz. Por isso, peço a conversão» (16.06.1983).

«Levai a paz no vosso coração. Cuidai dela como de uma flor, que precisa de água, ternura e luz» (25.02.2003).

A paz que brota da caridade

7. Esta paz não é um fim em si mesma, nem exprime o valor cristão mais alto. É fruto da caridade vivida, que é a virtude maior e mais bela. Trata-se do amor que se confia ao amor de Deus e se exprime no amor fraterno que evita os litígios, não julga e perdoa:

«Amai-vos uns aos outros. Sede irmãos entre vós e evitai todo litígio» (25.12.1981). «Caros filhos, também hoje desejo convidar-vos ao perdão. Perdoai, meus filhos! Perdoai os outros, perdoai vós mesmos» (13.03.2010). «Caros filhos, este é o tempo da ação de graças. Hoje, quero de vós o amor, não busqueis erros e faltas nos outros e não os julgueis» (04.05.2020).

Esta caridade, que nos permite levar a paz ao mundo, implica também o amor por aqueles que não são católicos. É verdade que não se trata de propor um sincretismo, nem de dizer que «todas as religiões são iguais diante de Deus». Não obstante, todas as pessoas são por Ele amadas. Este é um ponto que se entende melhor no contexto ecumênico e interreligioso da Bósnia-Herzegovina, marcado por uma terrível guerra com fortes componentes religiosos:

«Sobre a terra estais divididos, mas sois todos filhos meus. Muçulmanos, ortodoxos, católicos, todos sois iguais diante de meu Filho e de mim. Sois todos meus filhos. Isto não significa que todas as religiões são iguais diante de Deus, mas os homens sim. Não basta, porém, pertencer à Igreja Católica para ser salvo: é preciso respeitar a vontade de Deus […]. A quem pouco foi dado, pouco será cobrado» (20.05.1982). «Vós não sois verdadeiros cristãos se não respeitais vossos irmãos que pertencem a outras religiões» (21.02.1983). Ainda que se recorde a necessidade de «conservar a todo custo a fé católica para vós e para os vossos filhos» (19.02.1984).

O Rei da Paz

8. Ao título de “Rainha da Paz” corresponde aquele de “Rei da Paz”, atribuído a Jesus:

«Convido-vos, caros filhos, para que a vossa vida seja unida a Ele. Jesus é o Rei da Paz e só Ele pode dar-vos a paz que vós buscais. Eu estou convosco e vos apresento a Jesus» (25.12.1995). «Nos meus braços tenho o pequeno Jesus, o Rei da Paz» (25.12.2002). «Com grande alegria trago-vos o Rei da Paz, para que Ele vos dê a sua bênção» (25.12.2007).

Somente Deus

9. As mensagens oferecem uma visão fortemente teocêntrica da vida espiritual e é frequente o convite ao abandono confiante a Deus, que é amor:

«Caros filhos, hoje vos convido ao abandono total a Deus. Tudo que fazeis e tudo que possuís, dai-o a Deus, para que Ele possa reinar na vossa vida como Rei de tudo. Não tenhais medo» (25.07.1988).

«Caros filhos, hoje vos convido a viver ao longo desta semana, as seguintes palavras: EU AMO A DEUS! Caros filhos, com o amor vós conseguireis tudo, mesmo aquilo que pensais ser impossível» (28.02.1985).

«Caros filhos, convido-vos ao abandono total em Deus. Tudo aquilo que possuís esteja nas mãos de Deus. Somente assim tereis a alegria no coração. Filhinhos, alegrai-vos por tudo aquilo que tendes. Agradecei a Deus porque tudo é seu dom a vós. Assim podereis agradecer por tudo na vida e descobrir Deus em tudo, mesmo na mais pequenina flor» (25.04.1989).

10. À luz de tudo isto, podemos reconhecer um núcleo de mensagens nas quais Nossa Senhora não se põe a si mesma ao centro, mas se mostra plenamente orientada para a nossa união com Deus:

«É por isso que estou convosco, para ensinar-vos e aproximar-vos do Amor de Deus» (25.05.1999).

«Convido-vos primeiramente a amar a Deus, Criador da vossa vida, e depois reconhecereis e amareis Deus em todos» (25.11.1992).

«Eu estou convosco e intercedo diante de Deus por cada um de vós, para que o vosso coração se abra a Deus e ao amor de Deus» (25.03.2000).

«Convido-vos a crescer no amor de Deus como uma flor que sente o calor do sol da primavera» (25.04.2008).

«Não vacileis na fé e não pergunteis o porquê, pensando que estais sós e abandonados, mas abri o vosso coração, rezai e acreditai firmemente e então o vosso coração sentirá a proximidade de Deus, que Deus não vos abandona jamais e que está ao vosso lado a cada momento» (25.12.2019).

11. Por esta razão, Maria convida a encontrar Deus que é sempre presente na vida de cada dia:

«Vós procurais os sinais e as mensagens e não vedes que Deus vos convida, com o surgir do sol de manhã, para que vos convertais e retorneis ao caminho da verdade e da salvação» (25.09.1998). «Que os campos de trigo vos falem da misericórdia de Deus com cada criatura» (25.08.1999). «Deus vos quer salvar e vos manda mensagens através dos homens, através da natureza e através de muitas outras coisas que vos podem ajudar a compreender que deveis mudar a direção da vossa vida» (25.03.1990).

Cristocentrismo

12. A intercessão e a obra de Maria aparecem claramente submissas a Jesus Cristo, como autor da graça e da salvação para cada pessoa:

«De modo particular, filhinhos, desejo aproximar-vos mais ao Coração de Jesus. Por isso, filhinhos, hoje vos convido à oração dirigida ao meu amado Filho Jesus, para que vossos corações sejam seus» (25.10.1988). «Não deixeis que a luz do mundo vos seduza. Abri-vos à luz do Amor divino, ao Amor do meu Filho. Decidi-vos por Ele: Ele é o Amor, Ele é a Verdade» (02.05.2016). «Hoje vos convido, caros filhos, porque vos afastastes de Jesus, porque colocastes Jesus em segundo plano e o transcurastes. Por isso vos convido a decidir-vos por Ele e a colocar Jesus em primeiro lugar na vossa vida» (24.04.2017). «Desejo renovar-vos e conduzir-vos com o meu Coração ao Coração de Jesus, que ainda hoje sofre por vós e vos convida à conversão» (25.10.1996). «Somente se vos aproximardes de Jesus entendereis o amor incomensurável que Ele tem por cada um de vós» (25.02.1998). «Convido-vos a inflamar os vossos corações sempre mais ardentemente de amor para com o Crucificado e não esqueçais que por amor de vós deu sua vida, para que fôsseis salvos» (25.09.2007).

13. Maria intercede, mas é Cristo quem nos dá a força. Portanto, toda a sua obra materna consiste em motivar-nos a ir para Cristo:

«Ele vos dará a força e a alegria neste tempo. Eu estou próxima de vós com a minha intercessão» (25.11.1993). «As minhas mãos vos oferecem meu Filho, que é a Fonte da Água pura. Ele reanimará a vossa fé e purificará o vosso coração» (02.10.2014). «Abri o coração e confiai a vossa vida a Jesus, para que Ele opere por meio do vosso coração e vos fortaleça na fé» (23.05.1985).

Maria fala com humildade a propósito das próprias palavras comparadas ao Verbo eterno, cujas palavras de vida são eficazes em transformar-nos: «Caros filhos, eu vos falo como Mãe: com palavras simples [...]. Meu Filho, porém, que vem do eterno presente, Ele vos fala com palavras de vida e semeia amor nos corações abertos» (02.10.2017).

A ação do Espírito Santo

14. Muitas mensagens convidam a reconhecer a importância de pedir a ajuda do Espírito Santo:

«As pessoas erram quando se dirigem unicamente aos santos para pedir alguma coisa. O importante é rezar ao Espírito Santo para que desça sobre vós. Tendo-o, tem-se tudo» (21.10.1983).

«Começai a invocar cada dia o Espírito Santo. A coisa mais importante é rezar ao Espírito Santo. Quando o Espírito Santo desce sobre vós, então tudo se transforma e se torna claro» (25.11.1983).

«Antes da Missa é preciso rezar ao Espírito Santo. As orações ao Espírito Santo devem sempre acompanhar a Missa» (26.11.1983).

«As pessoas rezam de modo errado. Vai-se às igrejas e aos santuários para pedir alguma graça material. Pouquíssimos, ao invés, pedem o dom do Espírito Santo. A coisa mais importante é implorar que venha o Espírito Santo, porque se tendes o dom do Espírito Santo, tendes tudo» (29.12.1983).

O chamado à conversão

15. Nas mensagens aparece um constante convite a abandonar um estilo de vida mundano e um excessivo apego aos bens terrenos, com frequentes convites à conversão, que torna possível a verdadeira paz no mundo. A conversão parece ser o centro da mensagem da Gospa: «Caros filhos! Hoje vos convido à conversão. Esta é a mensagem mais importante que vos dei aqui» (25.02.1996).

«O meu Coração arde de amor por vós. A única palavra que desejo dizer ao mundo é esta: conversão, conversão. Fazei-o saber a todos os meus filhos. Peço somente a conversão» (25.04.1983).

«Caros filhos, hoje desejo envolver-vos com o meu manto e conduzir-vos todos na via da conversão. Caros filhos, peço-vos: dai ao Senhor todo o vosso passado, todo o mal que se acumulou no vosso coração» (25.02.1987).

«Não podeis dizer que sois convertidos, porque a vossa vida deve se tornar conversão cotidiana» (25.02.1993).

«Acordai do sono cansado da vossa alma e dizei a Deus com toda a força ‘sim’. Decidi-vos pela conversão e pela santidade» (25.03.2001).

«Convertei-vos, filhinhos, e ajoelhai-vos no silêncio do vosso coração. Colocai Deus no centro do vosso ser» (25.05.2001).

«Caros filhos, também hoje com grande alegria no meu coração vos convido à conversão [...]. Deus deseja converter o mundo inteiro e chamá-lo à salvação e ao caminho para Ele, que é o princípio e o fim de todo ser» (25.06.2007).

O forte peso do mal e do pecado

16. Ao mesmo tempo, aparece uma insistente exortação a não subestimar a gravidade do mal e do pecado e a tomar muito a sério o chamado de Deus para lutar contra o mal e contra a influência de Satanás. Outro convite frequente é a não amedrontar-se diante das provações. Anuncia-se, segundo o caso, que o presente é um tempo de graça e um tempo de prova. Este último elemento se exprime às vezes com tons muito fortes – existe desespero em toda parte, tudo vem abaixo etc. – e é ligado sobretudo à falta de fé e ao distanciamento de boa parte das pessoas para com Deus. Daqui nasce o convite a oferecer a Deus todo sofrimento e toda dificuldade para que produzam frutos de graça e de consolação interior:

«Eu não choro somente porque Jesus morreu. Eu choro porque Jesus morreu dando até a última gota do seu sangue por todos os homens, mas muitos dos meus filhos não querem tirar disso nenhum benefício» (01.04.1983).

«Olhai ao redor, caros filhos, e vereis como é grande o pecado que domina sobre esta terra. Por isso rezai para que Jesus triunfe» (13.09.1984).

«Caros filhos, sabei que vos prometi um oásis de paz, mas sabei que junto ao oásis existe o deserto, onde Satanás está de emboscada e busca tentar cada um de vós. Caros filhos, só através da oração podereis vencer toda influência de Satanás no lugar em que viveis. Eu estou convosco, mas não posso privar-vos da vossa liberdade» (07.08.1986).

«Em qualquer lugar que eu vá, e está comigo também meu Filho, lá me alcança Satanás. Vós permitistes, sem vos dar conta, que ele prevalecesse em vós e vos dominasse [...]. Não cedais, meus filhos! Enxugai do meu rosto as lágrimas que derramo observando aquilo que fazeis. Olhai ao redor! Encontrai tempo para aproximar-vos de Deus na Igreja. Vinde à casa do vosso Pai. Encontrai tempo para reunir-vos em família e suplicar a graça de Deus […]. Não olheis com desprezo o pobre que vos suplica um pedaço de pão. Não o expulseis da vossa mesa farta. Ajudai-o! E também Deus vos ajudará [...]. Vós, meus filhos, esquecestes tudo isso. Nisto contribuiu também Satanás. Não cedais! Não quero repreender-vos mais; quero porém convidar-vos outra vez à oração, ao jejum, à penitência» (28.01.1987).

«Caros filhos, convido-vos todos de modo especial à oração e à renúncia, porque agora, como nunca, Satanás deseja seduzir quanto mais pessoas for possível, no caminho da morte e do pecado. Por isso, caros filhos, ajudai o meu Coração Imaculado para que triunfe num mundo de pecado» (25.09.1991).

«Não permitais que Satanás vos arraste e faça de vós aquilo que quer. Eu vos convido a vos tornar responsáveis e decididos e a consagrar a Deus cada dia» (25.01.1998).

«Agora, como nunca antes, Satanás deseja sufocar com seu vento contagioso de ódio e de inquietude, o homem e a sua alma. Em tantos corações não existe alegria porque não têm Deus nem a oração. O ódio e a guerra crescem dia a dia. Convido-vos, filhinhos, iniciai de novo com entusiasmo o caminho da santidade e do amor, pois eu vim em meio a vós para isso. Sejamos juntos amor e perdão para todos aqueles que sabem e querem amar somente com amor humano e não com o imenso amor de Deus» (25.01.2015).

17. Nossa Senhora indica uma oportunidade para pôr fim à guerra, mas isto requer a cooperação dos cristãos com o dom da sua vida. Isto implica um forte chamado à responsabilidade: «Vós falais mas não viveis: é por isso, filhinhos, que esta guerra dura tanto. Convido-vos a abrir-vos a Deus e a viver com Deus no vosso coração [...]. Caros filhos, não posso ajudar-vos se não viveis os mandamentos de Deus, se não viveis a Missa, se não rejeitais o pecado» (25.10.1993). Não obstante isso, quatro meses depois exprime-se com gratidão, sublinhando de novo o valor da cooperação dos fiéis: «Vós todos me ajudastes para que esta guerra acabe o mais rápido possível» (25.02.1994). A importância da colaboração dos fiéis aparece também em outros contextos: «É preciso que colaboreis com a vossa vida e com o vosso exemplo na obra da salvação» (25.05.1996).

A oração

18. Neste caminho é fundamental a oração. Nas mensagens, a exortação a rezar é constante e insistente:

«Convido-vos de novo a decidir-vos pela oração, porque na oração podereis viver a conversão. Cada um de vós se tornará, na simplicidade, semelhante a uma criança que é aberta ao amor do Pai» (25.07.1996).

«Convido-vos a preencher o vosso dia com breves e ardentes orações. Quando rezais, o vosso coração é aberto e Deus vos ama com particular amor e vos dá particulares graças. Por isso, utilizai esse tempo de graça e dedicai-o a Deus como nunca antes» (25.07.2005).

19. Juntamente com a oração, aparece frequentemente o convite ao jejum, que é explicado como uma oferta livre, além dos sacrifícios de tipo físico: «Se estais em dificuldade ou na necessidade, vinde a mim. Se não tendes a força para jejuar a pão e água, podeis renunciar a outras coisas. Além da comida, seria bom renunciar à televisão, porque depois de ter visto programas televisivos estais distraídos e não conseguis rezar. Poderíeis renunciar também ao álcool, aos cigarros e a outros prazeres. Sabeis por vós mesmos aquilo que deveríeis fazer» (08.12.1981).

A centralidade da Missa

20. A oração dos fiéis encontra o seu ápice na celebração da Eucaristia:

«A Missa é a forma mais alta de oração. Não conseguireis jamais entender a sua grandeza» (13.01.1984). «Caros filhos, também hoje de modo particular desejo convidar-vos à Eucaristia. A Missa seja o centro da vossa vida! Em particular, caros filhos, a Eucaristia esteja nas vossas famílias: a família deve ir à Santa Missa e celebrar Jesus. Jesus deve ser o centro da vossa vida!» (15.06.2018). «A Santa Missa não seja para vós um hábito, mas vida; vivendo cada dia a Santa Missa, vós sentireis a necessidade da santidade» (25.01.1998). «Não esqueçais que na Eucaristia, que é o coração da fé, meu Filho está sempre convosco. Ele vem a vós e convosco reparte o Pão porque por vós, meus filhos, morreu, ressuscitou e vem novamente» (02.05.2016).

21. A mensagem que segue sublinha bem o valor menor das próprias aparições diante do imenso tesouro espiritual que é a Eucaristia:

«Eu vos sou mais próxima durante a Missa que durante a aparição. Muitos peregrinos gostariam de estar presentes na salinha das aparições e por isso se amontoam em torno à casa paroquial. Quando se aglomerarem diante do tabernáculo, como agora fazem diante da casa paroquial, terão entendido tudo, terão entendido a presença de Jesus, porque receber a Comunhão é mais que ser vidente» (12.11.1986).

A comunhão fraterna

22. A espiritualidade de Medjugorje não é individualista. De um lado, é vivida especialmente em eventos comunitários, como as peregrinações e os encontros de oração; de outro, nas mensagens se faz presente, junto com a oração, um constante convite ao amor fraterno concreto, que acompanha, doa, serve, perdoa, é próximo aos pobres:

«Esta é a única verdade e é aquela que meu Filho vos deixou. Não deveis examiná-la muito: é pedido a vós para amar e doar» (02.01.2015).

«Convido-vos, filhinhos, a ver quem tem necessidade da vossa ajuda espiritual ou material. Através do vosso exemplo, filhinhos, sereis as mãos estendidas de Deus, que a humanidade busca» (25.02.1997).

«Escolhei um dia da semana e dedicai-o aos pobres e aos doentes: não os esqueçais» (23.01.1984).

«Caros filhos, vos exorto ao amor para com o próximo, e sobretudo ao amor a quem vos faz o mal. Assim, com o amor, podereis avaliar as intenções do coração. Rezai e amai, caros filhos: com o amor podereis fazer também aquilo que vos parecia impossível» (07.11.1985).

«Caros filhos, hoje vos convido ao amor, que é agradável a Deus e querido por Ele. Filhinhos, o amor aceita tudo, tudo aquilo que é difícil e amargo, por causa de Jesus, que é amor. Por isso, caros filhos, rezai a Deus que venha em vossa ajuda [...]. Assim, Deus poderá plasmar a vossa vida e vós crescereis no amor. Glorificai a Deus, filhinhos, com o HINO À CARIDADE (1Cor 13), para que o amor de Deus possa crescer em vós dia a dia, até a sua plenitude» (25.06.1988).

«Vós pedis a meu Filho para ser clemente convosco, mas eu vos convido à misericórdia. Pedis a Ele para ser bom convosco e para perdoar-vos, mas desde há quanto tempo eu vos peço, meus filhos, para perdoar e amar todas as pessoas que encontrais!» (02.03.2019).

O aspecto comunitário de Medjugorje emerge também na constante insistência sobre a importância da família na vida cristã: «Caros filhos, peço-vos para começar a mudar de vida em família. Que a família seja uma flor harmoniosa que eu desejo dar a Jesus. Caros filhos, cada família seja ativa na oração. Desejo que um dia se vejam os frutos na família: só assim poderei doá-los como pétalas a Jesus para a realização do plano de Deus» (01.05.1986).

23. Esta espiritualidade inclui certamente uma dimensão eclesial, ou seja, de comunhão com toda a Igreja, com os Pastores e em particular com o Santo Padre:

«Realizai bem os vossos deveres e fazei aquilo que a Igreja vos pede para fazer» (02.02.1983). «Eu rezo a meu Filho para que através do amor vos dê a união por seu meio, a união entre vós e a união de vós com os vossos pastores. Meu Filho sempre se doa a vós novamente através deles e renova as vossas almas. Não vos esqueçais disso» (02.08.2014). «Como meus filhos, vos peço: rezai muito pela Igreja e pelos seus ministros, os vossos pastores, para que a Igreja seja como meu Filho a deseja: límpida como água da fonte e plena de amor» (02.03.2018). «Rezai pelo meu amadíssimo Santo Padre, rezai pela sua missão» (17.08.2014).

Alegria e gratidão

24. A espiritualidade de Medjugorje é alegre, festiva e inclui um convite a viver a alegria de seguir a Cristo, agradecendo também pelas pequenas coisas belas da vida:

«Caros filhos, convido-vos a abrir-vos a Deus. Vede, filhinhos, como a natureza se abre e doa a vida e os frutos, assim também eu vos convido à vida com Deus e à entrega total a Ele. Filhinhos, eu estou convosco e desejo continuamente introduzir-vos na alegria da vida. Desejo que cada um de vós descubra a alegria e o amor que se encontram somente em Deus e que somente Deus pode dar» (25.05.1989).

«Caros filhos, convido-vos a agradecer a Deus por todos os dons que descobristes durante a vida, também pelo dom mais pequenino que percebestes. Eu agradeço junto convosco e desejo que todos sintais a alegria dos dons e que Deus seja tudo para cada um de vós» (25.09.1989).

«Rezai, filhinhos, para que a oração se torne vida para vós. Assim descobrireis na vossa vida a paz e a alegria que Deus dá àqueles que têm o coração aberto ao seu amor» (25.08.2007).

«Quem reza, filhinhos, sente a liberdade dos filhos de Deus e com o coração alegre serve ao bem dos irmãos, porque Deus é amor e liberdade. Por isso, filhinhos, quando querem colocar-vos correntes e usar-vos, isto não vem de Deus, porque Ele é amor e doa sua paz a toda criatura» (25.10.2021).

«Encontrai a paz na natureza e descobrireis Deus Criador, ao qual podereis dar graças por todas as criaturas» (25.07.2001).

«Desejo que cada um de vós seja feliz aqui sobre a terra» (25.05.1987).

«Caros filhos! Rezai e renovai o vosso coração para que o bem que semeastes produza fruto de alegria» (25.02.2024).

«Preciso da vossa união com meu Filho, porque desejo que sejais felizes» (02.05.2015).

O testemunho dos fiéis

25. Nas mensagens encontram-se urgentes convites ao testemunho pessoal. Em geral, trata-se de convites a testemunhar a fé e o amor com a vida. Nisto se pode resumir a mensagem missionária de Medjugorje. A tal respeito, nas mensagens mensais à paróquia, a Gospa se dirige frequentemente aos fiéis, chamando-os “apóstolos do meu amor”:

«Caros filhos, como Mãe peço-vos para perseverar como meus apóstolos [...]. Rezo para que testemunheis o amor do Pai Celeste, de acordo com meu Filho. Filhos meus, é dada a vós a grande graça de ser testemunhas do amor de Deus. Não tomeis superficialmente a responsabilidade a vós dada. Não aflijais o meu Coração materno. Como Mãe desejo confiar nos meus filhos, nos meus apóstolos» (02.11.2012).

«Apóstolos do meu amor, filhos meus, sejais como raios de sol que, com o calor do amor de meu Filho, aquecem todos ao seu redor. Filhos meus, o mundo precisa de apóstolos do amor» (02.10.2018).

De particular beleza é uma mensagem que exorta a dar menos importância aos sinais espetaculares e a manifestar aquilo em que se crê com a própria vida: «Vós me pedis o sinal para que se creia que estou presente. O sinal virá. Mas vós não precisais dele: vós mesmos deveis ser um sinal para os outros» (08.02.1982).

A vida eterna

26. Em tantas mensagens existe um forte convite a despertar o desejo do paraíso e a buscar o sentido último da existência na vida eterna:

«Caros filhos, hoje quero convidar-vos todos a decidir-vos pelo Paraíso» (25.10.1987). «Deus me manda para ajudar-vos e conduzir-vos ao Paraíso, que é a vossa meta» (25.09.1994). «Desejo fazer de vós um bouquet muito belo preparado para a eternidade» (25.07.1995). «Sem Ele não há futuro nem alegria, mas sobretudo não há salvação eterna» (25.04.1997). «Decidi-vos pela santidade, filhinhos, e pensai no Paraíso» (25.05.2006). «No vosso coração nascerá o desejo do céu. A alegria começará a reinar no vosso coração» (25.08.2006). «Vós sois tão cegos e presos às coisas da terra e pensais na vida terrena. Deus me mandou para guiar-vos à vida eterna» (25.10.2006). «Não esqueçais que sois peregrinos na estrada para a eternidade» (25.11.2006). «Não esqueçais que sois passageiros como uma flor do campo» (25.01.2007). «Não esqueçais que sois peregrinos sobre esta terra» (25.12.2007). «Tudo passa, filhinhos, só Deus permanece» (25.03.2008). «Desejo, filhinhos, que cada um de vós se enamore da vida eterna, que é o vosso futuro» (25.01.2009).

Necessários esclarecimentos

27. O conjunto das mensagens possui um grande valor e exprime com palavras diferentes os constantes ensinamentos do Evangelho. Algumas poucas mensagens se afastam destes conteúdos tão positivos e edificantes e parecem chegar até mesmo a contradizê-los. É conveniente ter atenção para que estes poucos elementos confusos não obscureçam a beleza do conjunto.

Para evitar que este tesouro de Medjugorje seja comprometido, é necessário esclarecer algumas possíveis confusões que podem conduzir grupos minoritários a distorcer a preciosa proposta desta experiência espiritual, sobretudo se as mensagens forem lidas parcialmente.

Isto nos leva a recordar ainda um princípio decisivo: quando se reconhece a ação do Espírito Santo em meio a uma experiência espiritual, isto não significa que tudo aquilo que pertence àquela experiência seja isento de qualquer imprecisão, imperfeição ou possível confusão. Seja recordado novamente que estes fenômenos «às vezes aparecem conexos a experiências humanas confusas, a expressões imprecisas do ponto de vista teológico ou a interesses não totalmente legítimos» (Normas, n. 14). Isto não exclui a possibilidade de «algum erro de ordem natural, não devido à má intenção, mas à percepção subjetiva do fenômeno» (Normas, art. 15, 2°).

Os fiéis devem ser atentos e prudentes ao interpretar e difundir as presumidas mensagens. Para fornecer agora uma orientação, indicamos algumas mensagens que devem ser consideradas com especial cuidado, mesmo se muitas delas podem ser adequadamente compreendidas à luz do conjunto de todas as mensagens.

Repreensões e ameaças

28. Em alguns casos, Nossa Senhora parece mostrar certa irritação porque não foram seguidas algumas de suas indicações; adverte assim sobre sinais ameaçadores e sobre a possibilidade de não aparecer mais, mesmo se depois as mensagens continuam sem interrupção:  

«Vim chamar o mundo à conversão pela última vez. Em seguida, não aparecerei mais sobre a terra. Estas são minhas últimas aparições» (02.05.1982).

«Apressai-vos em vos converter. Quando se manifestará sobre a colina o sinal prometido, será tarde demais» (02.09.1982).

«Hoje vos convido pela última vez. Agora é Quaresma e vós – como paróquia – podeis aderir agora por amor ao meu chamado. Se não o fareis, não desejo dar-vos outras mensagens» (21.02.1985).

Estas mensagens devem ser acolhidas somente como um chamado a não deixar para depois ou retardar a conversão, segundo aquilo que diz São Paulo: «Eis agora o momento favorável, eis agora o dia da salvação» (2Cor 6, 2).

Realmente, uma das mensagens dá a justa luz para interpretar adequadamente aquelas que foram citadas:

«Aqueles que fazem predições catastróficas são falsos profetas. Eles dizem: “Em tal ano, em tal dia, acontecerá uma catástrofe”. Eu sempre disse que o castigo virá se o mundo não se converter. Por isso, convido todos à conversão. Tudo depende da vossa conversão» (15.12.1983).

As mensagens à paróquia

29. Existem outras expressões que correm o risco de ser interpretadas num sentido errado, como acontece nas mensagens para a paróquia. Nelas Nossa Senhora parece desejar ter um controle sobre detalhes do caminho espiritual e pastoral – pedidos de dias de jejum ou indicações de específicos empenhos para os diversos tempos litúrgicos – dando assim a impressão de querer substituir-se aos organismos ordinários de participação. Às vezes, como vemos nas mensagens que seguem, emerge o “particular cuidado” que Nossa Senhora quer exercitar sobre a paróquia, chegando ao ponto de recriminar que não se obedeça às suas indicações pastorais:

«Caros filhos, eu escolhi de modo especial esta paróquia e é meu desejo guiá-la. Com amor a protejo e desejo que todos sejam meus. Obrigado por terdes vindo aqui nesta tarde. Desejo que vos encontreis sempre mais numerosos comigo e com meu Filho. Toda (quinta-feira) darei uma mensagem particular para vós» (01.03.1984).

«Caros filhos, amanhã à noite (na festa de Pentecostes) rezai para terdes o Espírito da verdade. Particularmente vós da paróquia, porque a vós é necessário o Espírito da verdade, de modo que possais transmitir as mensagens assim como são, não acrescentando nem retirando qualquer coisa, assim como eu as dei» (09.06.1984).

«Caros filhos, nestes dias (de Advento) convido-vos à oração em família. Eu várias vezes vos dei mensagens em nome de Deus, mas vós não me escutastes. O próximo Natal será para vós inesquecível, desde que acolhais as mensagens que vos dou» (06.12.1984).

«Caros filhos, desejo continuar a dar-vos as minhas mensagens e por isso hoje vos convido a viver e a acolher as minhas mensagens. Filhos, amo-vos e escolhi de modo especial esta paróquia que me é particularmente predileta, onde permaneci de bom grado quando o Altíssimo me enviou. Portanto vos convido: acolhei-me, caros filhos, para que também vós sejais felizes. Escutai as minhas mensagens! Escutai-me!» (21.03.1985).

«Hoje é o dia em que queria parar de dar-vos mensagens porque alguns não me acolheram. A paróquia, porém, fez progressos e desejo dar-vos mensagens como jamais antes em nenhum lugar na história desde o início do mundo» (04.04.1985).

Tais repetidas exortações direcionadas aos paroquianos são uma compreensível expressão do intenso amor dos presumidos videntes em relação à sua comunidade paroquial. As mensagens de Nossa Senhora, porém, não podem substituir-se ordinariamente ao pároco, ao conselho pastoral e ao trabalho sinodal da comunidade acerca das decisões que são objeto do discernimento comunitário, graças ao qual a paróquia amadurece na prudência, na escuta fraterna, no respeito aos outros, no diálogo.

A incessante insistência sobre a escuta das mensagens

30. Além das frequentes exortações aos fiéis da paróquia, em geral Nossa Senhora parece promover muito insistentemente a escuta das suas mensagens, de modo que às vezes tal convite emerge mais que o conteúdo das mesmas: «Caros filhos, não vos dais conta das mensagens que Deus vos manda através de mim. Ele vos concede graças, mas vós não entendeis» (08.11.1984). «Não sois conscientes de todas as mensagens que vos dou» (15.11.1984). Isto pode criar nos fiéis uma dependência e uma excessiva expectativa que por fim obscureceria a importância central da Palavra revelada.

A insistência aparece constantemente. Por exemplo: «Vivei as minhas mensagens» (18.06.2010). «Difundi as minhas mensagens» (25.06.2010). «Vivei as mensagens que vos estou dando para que possa dar-vos novas mensagens» (27.05.2011). «Segui as minhas mensagens […] renovai as minhas mensagens» (17.06.2011). «Acolhei as minhas menagens e vivei as minhas mensagens» (24.06.2011).

Em certas mensagens, como aquela que se reporta em seguida, a insistência se torna premente: «Caros filhos, também hoje a Mãe com alegria vos convida: sede os meus portadores, os portadores das minhas mensagens neste mundo cansado. Vivei as minhas mensagens, acolhei as minhas mensagens com responsabilidade. Caros filhos, rezai juntos a mim pelos meus planos que desejo realizar» (30.12.2011).

Provavelmente, esta tão repetida exortação provém do amor e do generoso fervor dos presumidos videntes, que com boa vontade temiam que os chamados da Mãe à conversão e à paz fossem ignorados. Esta insistência se torna ainda mais problemática quando as mensagens se referem a pedidos de improvável origem sobrenatural, como quando Nossa Senhora dá ordens sobre datas, lugares, aspectos práticos e toma decisões sobre questões ordinárias. Mesmo se mensagens deste tipo não sejam frequentes em Medjugorje, encontramos algumas que se explicam unicamente a partir dos desejos pessoais dos presumidos videntes. Um claro exemplo dessas mensagens desviantes é a que segue:

«No próximo 5 de agosto, celebre-se o segundo milênio do meu nascimento […]. Peço-vos que vos prepareis intensamente por três dias […]. Nestes dias não trabalheis» (01.08.1984).

É razoável que os fiéis, fazendo uso da prudência e do bom senso, não tomem a sério ou não sigam estes detalhes. Deve-se recordar sempre que nesta, como em outras experiências espirituais e nos presumidos fenômenos sobrenaturais, misturam-se elementos positivos e edificantes com outros que se devem transcurar, sem levar a desprezar a riqueza e o bem da proposta de Medjugorje no seu conjunto.

Nossa Senhora dá o justo valor às suas mensagens

31. Na verdade, é a própria Gospa que convida a relativizar as próprias mensagens. Afirma claramente o que devemos escutar: o Evangelho. Nossa Senhora pede frequentemente que as suas mensagens sejam escutadas, mas ao mesmo tempo as submete ao valor inigualável da Palavra revelada nas Sagradas Escrituras. As seguintes advertências são muito incisivas sobre este ponto e se tornam um critério central sobre a atitude a ser assumida diante das mensagens:

«Não busqueis coisas extraordinárias, mas antes tomai o Evangelho, lede-o e tudo vos será claro» (12.11.1982).

«Por que fazeis tantas perguntas? Toda resposta está no Evangelho» (19.09.1981).

«Não acrediteis nas vozes mentirosas que vos falam de coisas falsas, de uma falsa luz. Vós, filhos meus, tornai à Escritura!» (02.02.2018).

32. O convite de Nossa Senhora a ler as Sagradas Escrituras é um dos pedidos mais repetidos:

«Caros filhos, hoje vos convido a ler cada dia a Bíblia nas vossas casas: colocai-a em um lugar bem visível, de modo que sempre vos estimule a lê-la e a rezar» (18.10.1984). «Colocai a Sagrada Escritura num lugar visível nas vossas famílias, lede-a e vivei-a» (25.08.1996). «Colocai a Sagrada Escritura num lugar visível nas vossas famílias, lede-a, meditai-a e aprendei como Deus ama o seu povo» (25.01.1999). «Convido-vos a renovar a oração nas vossas famílias lendo a Sagrada Escritura» (25.09.1999). «Não vos esqueçais, filhinhos, de ler a Sagrada Escritura. Colocai-a num lugar visível e testemunhai com a vossa vida que credes e viveis a Palavra de Deus» (25.01.2006). «Lede, meditai a Sagrada Escritura e as palavras nela escritas sejam vida para vós» (25.02.2012). «Colocai a Sagrada Escritura num lugar visível nas vossas famílias e lede-a» (25.01.2014). «Filhos meus, lede o livro dos Evangelhos: é sempre algo novo, é o que vos liga ao meu Filho, que nasceu para trazer palavras de vida a todos os meus filhos» (02.11.2019).

33. De outro lado, a mesma Gospa afirma que, mais que as mensagens, é o testemunho dos cristãos a verdadeira luz para o mundo:

«Desejo que sejais ativos em viver e em comunicar as mensagens. De modo particular, caros filhos, desejo que todos sejais o reflexo de Jesus, o qual iluminará este mundo infiel que caminha na escuridão. Desejo que todos sejais luz a todos e que testemunheis na luz» (05.06.1986).

34. Deve-se assim reconhecer que as mensagens, que repetidamente Nossa Senhora pede para escutar, são enfim os seus insistentes convites à conversão, a tornar a Cristo, a meditar a sua Palavra, a rezar, a buscar a paz. Nada disto nos afasta e nos distrai do Evangelho. Portanto, não são fiéis ao verdadeiro espírito de Medjugorje aqueles que são demasiado atentos aos fatos extraordinários e às presumidas mensagens da Gospa e não empregam o seu tempo e as suas energias para rezar com a Palavra de Deus, para adorar Cristo, para servir os irmãos e para construir a paz em toda parte.

“Auto-exaltação” de Nossa Senhora

35. Mostram também certa problematicidade aquelas mensagens que atribuem a Nossa Senhora as expressões “o meu plano”, “o meu projeto”: «Cada um de vós é importante no meu plano de salvação» (25.05.1993). «Filhinhos, não esqueçais que sois importantes no meu plano de salvação da humanidade» (25.06.2022). «Convido-vos a rezar […] pelos meus planos» (01.10.2004). «Também nesta tarde vos convido a rezar pelos meus planos [...] os meus projetos» (02.09.2005).

Estas expressões poderiam confundir. Na verdade, tudo quanto Maria realiza é sempre a serviço do projeto do Senhor e do seu plano divino de salvação. Maria não tem um plano todo seu para o mundo e para a Igreja. Em consequência, estas mensagens podem ser interpretadas somente neste sentido: que Nossa Senhora assume plenamente os planos de Deus até o ponto de exprimi-los como próprios.

36. Nesta linha, é pedida uma atenção especial em mérito ao possível uso impróprio da palavra “mediadora” [ou “medianeira”] em referência a Maria. Se é verdade que no conjunto das mensagens vê-se que tudo se atribui a Jesus Cristo, enquanto Maria coopera com a sua intercessão materna, aparecem certas expressões que não parecem coerentes com este conjunto: «Eu sou a mediadora entre vós e Deus» (17.07.1986). «Desejo ser a ligação entre vós e o Pai celeste, a vossa mediadora» (18.03.2012).

Utilizada deste modo, a expressão “mediadora” levaria erroneamente a atribuir a Maria um lugar que é único e exclusivo do Filho de Deus feito homem; colocar-se-ia em contradição com aquilo que afirma a Sagrada Escritura quando diz que existe um só «mediador entre Deus e os homens, o homem Cristo Jesus, que se entregou em resgate por todos» (1Tm 2, 5­6). De outro lado, estas presumidas mensagens não conseguem exprimir bem, como explicava São João Paulo II, que a cooperação de Maria é uma “mediação subordinada” àquela de Cristo (cf. Redemptoris Mater 39), de modo que «nada seja diminuído ou acrescentado à dignidade e à eficácia de Cristo, único Mediador» (Lumen gentium 62).

Não obstante isso, na mesma mensagem de 18.03.2012, torna-se claro que esta mediação não obscurece a mediação única de Cristo: trata-se unicamente de uma “intercessão materna” por nós: «Caros filhos! Venho entre vós porque desejo ser a vossa mãe, a vossa advogada».

Conosco, rumo a Cristo

37. Recorde-se que o conjunto das mensagens possui um forte acento teocêntrico e cristológico. Algumas mensagens oferecem uma ajuda neste sentido porque sublinham a intercessão materna de Maria como chave da sua função específica e sempre subordinada. São especialmente claras as seguintes mensagens, nas quais Maria evidencia que ela não pode nem quer substituir Jesus Cristo:

«Eu não disponho diretamente das graças divinas, mas obtenho de Deus tudo aquilo que peço com a oração» (31.08.1982).

«Rezai e através da oração encontrai-vos com meu Filho, para que Ele vos conceda a força, para que Ele vos conceda a graça» (23.06.2017).

«Decidi-vos por Jesus, decidi-vos e ide junto a Ele no futuro [...]. Desejo guiar todos vós a meu Filho [...]. Decidi-vos por Ele, colocando-o em primeiro lugar na vossa vida» (22.06.2012).

«Vivendo as minhas mensagens, desejo conduzir-vos a meu Filho. Em todos estes anos em que estou convosco, o meu dedo é apontado para meu Filho, para Jesus, porque desejo conduzir-vos todos a Ele» (28.12.2012).

A seguinte mensagem pode ser considerada como uma síntese da proposta do Evangelho através de Medjugorje:

«Desejo aproximar-vos sempre mais a Jesus e ao seu Coração ferido, para que sejais capazes de entender o amor sem medida que se deu por cada um de vós. Por isso, caros filhos, rezai para que do vosso coração brote uma fonte de amor sobre cada homem e sobre aqueles que vos odeiam e vos desprezam; assim, com o amor de Jesus, sereis capazes de vencer toda miséria naquele mundo doloroso, que é sem esperança para aqueles que não conhecem Jesus» (25.11.1991).

Em consequência, o elemento essencial é estar atento a quanto o conjunto dos eventos de Medjugorje nos recorda acerca dos ensinamentos do Evangelho, concentrando o olhar não sobre os detalhes, mas sobre as grandes exortações que aparecem nas mensagens da Gospa. À luz delas, alguns textos menos importantes ou pouco claros devem ser lidos com prudência.

Conclusões

38. Através do nihil obstat acerca de um evento espiritual, os fiéis «são autorizados a dar a ele, de forma prudente, a sua adesão» (Normas, art. 22, § 1; cf. Bento XVI, Verbum Domini 14). Ainda que isto não implique uma declaração do caráter sobrenatural do fenômeno em questão (cf. Normas, art. 22, § 2), e recordando que os fiéis não são obrigados a crer nele, o nihil obstat indica que eles podem receber um estímulo positivo para sua vida cristã através desta proposta espiritual e autoriza o culto público. Tal determinação é possível, na medida em que se pôde registrar que em meio a uma experiência espiritual foram verificados muitos frutos positivos e não se difundiram no Povo de Deus efeitos negativos ou arriscados.

A avaliação dos abundantes e difusos frutos, tão belos e positivos, não implica declarar como autênticos os presumidos eventos sobrenaturais, mas somente evidenciar que “em meio” a este fenômeno espiritual de Medjugorje o Espírito Santo age frutuosamente para o bem dos fiéis. Portanto, convida-se a apreciar e partilhar o valor pastoral desta proposta espiritual (cf. Normas, n. 17).

Além disso, a avaliação positiva da maior parte das mensagens de Medjugorje como textos edificantes não implica declarar que tenham uma direta origem sobrenatural. Em consequência, quando nos referimos às “mensagens” de Nossa Senhora, deve-se entender sempre “presumidas mensagens”.

39. Os elementos recolhidos nesta Nota permitem reconhecer que são presentes as condições para proceder à determinação de um nihil obstat. O Bispo de Mostar‒Duvno irá emitir o correspondente decreto. O Visitador Apostólico especial para a paróquia de Medjugorje, que continuará a desenvolver as funções a ele confiadas, deverá verificar que em cada publicação que recolha as mensagens seja incluída a presente Nota como Introdução. Ele mesmo realizará o discernimento de eventuais mensagens futuras – ou de mensagens passadas que não tenham sido ainda publicadas – e deverá autorizar a sua eventual publicação, à luz dos esclarecimentos acima oferecidos. Igualmente, tomará as medidas por ele consideradas necessárias e guiará o discernimento pastoral diante de novas situações que possam apresentar-se, mantendo informado este Dicastério.

40. Mesmo se possam subsistir pareceres diversos sobre a autenticidade de alguns fatos ou sobre alguns aspectos desta experiência espiritual, as autoridades eclesiásticas dos lugares onde ela esteja presente são convidadas a «apreciar o valor pastoral e a promover a difusão desta proposta espiritual» (Normas, n. 17). Avaliando prudencialmente quanto acontece no próprio território, permanece inalterado o poder de cada Bispo diocesano de decidir a respeito (cf. Normas, art. 7, § 3). Mesmo sendo amplamente difusos em todo o mundo os frutos positivos deste fenômeno espiritual, isto não nega que possam existir grupos ou pessoas que, utilizando-o inadequadamente, atuem de modo errado. Os Bispos diocesanos, cada um na própria diocese, têm a liberdade e a autoridade para tomar as decisões prudenciais consideradas necessárias para o bem do Povo de Deus.

41. De todo modo, as pessoas que vão a Medjugorje sejam fortemente orientadas a aceitar que as peregrinações não são feitas para encontrar-se com os presumidos videntes, mas para ter um encontro com Maria, Rainha da Paz e, fiéis ao amor que ela experimenta por seu Filho, para encontrar Cristo e escutá-lo na meditação da Palavra, na participação à Eucaristia e na adoração eucarística, assim como acontece em tantos s

antuários espalhados pelo mundo, nos quais a Virgem Maria é venerada com os mais variados títulos.

42. Leiamos uma última mensagem, que resume o precioso sentido cristocêntrico da proposta de Medjugorje e manifesta o seu mais autêntico espírito:

«Caros filhos, as minhas palavras são simples [...]. Eu vos chamo a meu Filho. Só Ele pode transformar o desespero e o sofrimento em paz e serenidade. Só Ele pode dar esperança nas dores mais profundas. Meu Filho é a vida do mundo. Quanto mais o conhecerdes, quanto mais vos aproximardes dele, tanto mais o amareis, porque meu Filho é o Amor. O amor transforma cada coisa, torna belíssimo mesmo aquilo que sem amor vos parece insignificante» (02.09.2018).

Rainha da Paz, roga para que aqueles que acolhem livremente a proposta espiritual de Medjugorje possam viver sempre mais unidos a Jesus Cristo e encontrar nele a verdadeira paz do coração.

A ti confiamos também este nosso mundo, sujeito a uma “terceira guerra mundial em pedaços”. Rainha da Paz, escuta a súplica que sobe do coração das crianças, dos jovens, dos pobres e de cada mulher e homem de boa vontade. 

«Obrigado, Mãe nossa! Olhando a ti, que és sem pecado, podemos continuar a crer e esperar que sobre o ódio vença o amor, sobre a mentira vença a verdade, sobre a ofensa vença o perdão, sobre a guerra vença a paz. Assim seja!» (Francisco, Oração a Maria Imaculada, 8 de dezembro de 2022).

O Sumo Pontífice Francisco, na Audiência concedida ao subscrito Prefeito, juntamente com o Secretário para a Seção Doutrinal do Dicastério para a Doutrina da Fé, no dia 28 de agosto de 2024, aprovou a presente Nota e ordenou a sua publicação.

Dado em Roma, na sede do Dicastério para a Doutrina da Fé, aos 19 de setembro de 2024.

Víctor Manuel Card. Fernández
Prefeito

Mons. Armando Matteo
Secretário para a Seção Doutrinal

Ex Audientia diei 28.08.2024
Franciscus


ÍNDICE

Premissa
Os frutos
Aspectos centrais das mensagens

A Rainha da Paz
A paz que brota da caridade
O Rei da Paz
Somente Deus
Cristocentrismo
A ação do Espírito Santo
O chamado à conversão
O forte peso do mal e do pecado
A oração
A centralidade da Missa
A comunhão fraterna
Alegria e gratidão
O testemunho dos fiéis
A vida eterna

Necessários esclarecimentos

Repreensões e ameaças
As mensagens à paróquia
A incessante insistência sobre a escuta das mensagens
Nossa Senhora dá o justo valor às suas mensagens
“Auto-exaltação” de Nossa Senhora
Conosco, rumo a Cristo

Conclusões