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PERFIL BIOGRÁFICO DE

JOÃO XXIII
(1881-1963)

 

Angelo Giuseppe Roncalli nasceu a 25 de Novembro de 1881, em Sotto il Monte, Província de Bérgamo, Itália. Passou a infância na cidade natal, crescendo numa família rural de origens humildes. Em 1892 entrou no seminário de Bérgamo, onde em 1895 começou a escrever as «notas espirituais» que depois fariam parte do Giornale dell'anima. Em 1900 foi enviado a Roma, onde se formou em teologia e, em 1904, recebeu a ordenação sacerdotal. No ano seguinte foi chamado pelo bispo Radini Tedeschi a voltar para Bérgamo, tornando-se o seu secretário, permanecendo ao seu lado até 1914, assimilando a sua vivacidade pastoral e o seu espírito reformador.

Depois da experiência da guerra, tornou-se director espiritual no seminário maior. Em 1921 transferiu-se para Roma a fim de desempenhar o cargo de presidente do conselho central da Obra da propagação da fé.

A 3 de Março de 1925, Pio XI nomeou-o visitador apostólico na Bulgária. Recebeu a ordenação episcopal a 19 de Março sucessivo, escolhendo como lema Oboedientia et pax. No dia 17 de Novembro de 1934 tornou-se delegado apostólico na Turquia e Grécia, e no dia 23 administrador apostólico do vicariato de Constantinopla. Depois, a 23 de Dezembro de 1944, foi transferido para a França, onde foi núncio apostólico durante oito anos. Na conclusão do seu mandato, a 12 de Janeiro de 1953, Pio XII criou-o cardeal e três dias depois nomeou-o patriarca de Veneza.

Em 1958, após a morte do Papa Pacelli, participou no conclave que teve início a 25 de Outubro. Já com 77 anos, depois de onze escrutínios, foi eleito Papa na tarde do dia 28, com uma escolha que foi interpretada no sinal da «transição» no final do longo e difícil pontificado do Papa Pacelli. Três meses depois, no dia 25 de Janeiro de 1959, na basílica de São Paulo fora dos Muros, surpreendeu todos anunciando a intenção de convocar «um concílio ecuménico para a Igreja universal», manifestando também a vontade de proclamar um Sínodo diocesano para Roma e de actualizar o Codex iuris canonici. Foi uma decisão inesperada e clamorosa, que suscitou uma repercussão vastíssima na opinião pública e orientou de modo preeminente todo o seu pontificado. De facto, a partir desse dia dedicou-se com determinação à realização da assembleia, que depois de três anos de preparação, teve início a 11 de Outubro de 1962 na presença de mais de dois mil bispos e numerosos observadores de Igrejas não católicas reunidos em São Pedro. O mesmo Pontífice concluiu a primeira fase dos trabalhos conciliares a 8 de Dezembro sucessivo, indicando a perspectiva do «longo caminho» que ainda se devia percorrer e que teria sido concluído pelo seu sucessor, Paulo VI.

Se o concílio absorveu grande parte das suas energias, não podemos esquecer as outras linhas fundamentais de um pontificado que se mostrou profundamente radicado na dimensão pastoral e episcopal do serviço papal. Em cinco anos multiplicaram-se as visitas e os encontros com os fiéis de Roma, consolidou-se a internacionalização do colégio cardinalício e valorizou-se cada vez mais o papel dos episcopados locais. A propensão ao diálogo encontrou terreno fértil sobretudo nos âmbitos do ecumenismo e das relações com as outras religiões. Ao mesmo tempo, teve início a política de abertura destinada a melhorar as relações entre a Santa Sé e os países do bloco comunista, e aumentou a competência do Pontífice no cenário internacional, como demonstrou, entre outras, a acção pacificadora durante a crise dos mísseis em Cuba, em 1962. O Papa Roncalli dedicou também à paz a sua oitava e última encíclica Pacem in terris, publicada em Abril de 1963. Precisamente naqueles meses as suas condições de saúde agravaram-se repentinamente devido ao aumento do tumor que lhe tinha sido diagnosticado no Outono precedente. Faleceu na noite de 3 de Junho de 1963. No dia 18 de Novembro de 1965, durante a última fase do concílio, o Papa Montini anunciou o início da causa de beatificação, juntamente com a do predecessor Pio XII. Foi proclamado beato por João Paulo II a 3 de Setembro de 2000.

 

Publicado no L'Osservatore Romano edição em português, n.18 de 03 de maio de 2014

 



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