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missionário (cf.
Mt
28, 19). Cada um dos bapti-
zados, independentemente da própria função na
Igreja e do grau de instrução da sua fé, é um su-
jeito activo de evangelização, e seria inapropriado
pensar num esquema de evangelização realizado
por agentes qualificados enquanto o resto do
povo fiel seria apenas receptor das suas acções.
A nova evangelização deve implicar um novo
protagonismo de cada um dos baptizados. Esta
convicção transforma-se num apelo dirigido a
cada cristão para que ninguém renuncie ao seu
compromisso de evangelização, porque, se uma
pessoa experimentou verdadeiramente o amor
de Deus que o salva, não precisa de muito tempo
de preparação para sair a anunciá-lo, não pode
esperar que lhe dêem muitas lições ou longas ins-
truções. Cada cristão é missionário na medida em
que se encontrou com o amor de Deus em Cristo
Jesus; não digamos mais que somos «discÃpulos»
e «missionários», mas sempre que somos «discÃ-
pulos missionários». Se não estivermos conven-
cidos disto, olhemos para os primeiros discÃpu-
los, que logo depois de terem conhecido o olhar
de Jesus, saÃram proclamando cheios de alegria:
«Encontrámos o Messias» (
Jo
1, 41). A Samari-
tana, logo que terminou o seu diálogo com Je-
sus, tornou-se missionária, e muitos samaritanos
acreditaram em Jesus «devido às palavras da mu-
lher» (
Jo
4, 39). Também São Paulo, depois do seu
encontro com Jesus Cristo, «começou imediata-
mente a proclamar (â¦) que Jesus era o Filho de
Deus» (
Act
9, 20). Porque esperamos nós?