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MESSAGGIO DEL SANTO PADRE FRANCESCO
PER IL NETWORK ALARABIYA

 

Agradeço-vos a oportunidade de me dirigir a vós no final do Ramadão. Este ano, é uma feliz coincidência que o mês sagrado islâmico termine poucos dias depois da celebração da Páscoa, a festa mais importante para os cristãos.

Mas esta alegre ocasião, que nos fez elevar o olhar ao céu e adorar o Senhor «misericordioso e todo-poderoso» (Nostra aetate, 3), contrasta fortemente com a tristeza pelo sangue derramado nas terras abençoadas do Médio Oriente. 

Irmãos e irmãs, o nosso pai Abraão elevou o olhar ao céu para fitar as estrelas: a luz da vida, que nos envolve e abraça do alto, pede-nos que superemos a noite do ódio para que, segundo a vontade do Criador, sejam os astros a iluminar a terra, não a terra a arder, devastada pelas chamas das armas que incendeiam o céu!

Deus é paz e deseja a paz! Quem acredita n’Ele não pode deixar de repudiar a guerra, que não resolve, mas alastra os conflitos. A guerra, não me canso de repetir, é sempre e somente uma derrota: é um caminho sem meta; não abre perspetivas, mas extingue a esperança.

Estou angustiado com o conflito na Palestina e em Israel: cesse o fogo imediatamente na Faixa de Gaza, onde está em curso uma catástrofe humanitária; cheguem as ajudas à população da Palestina que tanto sofre; sejam libertados os reféns raptados em outubro! E penso na martirizada Síria, no Líbano, em todo o Médio Oriente: não deixemos que se propaguem as chamas do rancor, impelidas pelos ventos funestos da corrida aos armamentos! Não permitamos que a guerra se alastre! Impeçamos a inércia do mal!

Penso nas famílias, nos jovens, nos trabalhadores, nos idosos, nas crianças: estou certo de que no seu coração, no coração dos cidadãos comuns, existe um grande desejo de paz. E que, diante da propagação da violência, enquanto as lágrimas caem dos seus olhos, uma palavra sai da sua boca: “basta!”. Basta! — repito também eu — àqueles que têm a grave responsabilidade de governar as nações: basta, parai! Por favor, ponde fim ao fragor das armas e pensai nas crianças, em todas as crianças, como se fossem os vossos próprios filhos. Olhemos todos para o futuro com o olhar das crianças. Elas não perguntam quem é o inimigo a destruir, mas quem são os amigos com os quais brincar; elas precisam de casas, parques e escolas, não de sepulturas e fossas!

Amigos, acredito que os desertos podem florescer: tal como na natureza, também no coração das pessoas e na vida dos povos. Mas dos desertos do ódio só brotarão rebentos de esperança, se soubermos crescer juntos, lado a lado; se soubermos respeitar o credo dos outros; se soubermos reconhecer o direito de cada povo a existir e o direito de cada povo a ter um Estado; se soubermos viver em paz sem demonizar ninguém. Acredito e espero nisto, e comigo os cristãos que, no meio de muitas dificuldades, vivem no Médio Oriente: abraço-os e encorajo-os, pedindo-lhes que tenham sempre e em toda a parte o direito e a possibilidade de professar livremente a sua fé, que fala de paz e fraternidade.

Obrigado por me terdes ouvido. Saúdo-vos com afeto, assegurando-vos que trago o Médio Oriente no coração. A cada um de vós desejo todo o bem e a bênção do Altíssimo. Shukran! [Obrigado!]

Francisco



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