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sentimentos, a sua predisposição filial, porque é
feito participante do seu Amor, que é o EspÃrito;
é neste Amor que se recebe, de algum modo, a vi-
são própria de Jesus. Fora desta conformação no
Amor, fora da presença do EspÃrito que o infun-
de nos nossos corações (cf.
Rm
5, 5), é impossÃvel
confessar Jesus como Senhor (cf.
1 Cor
12, 3).
A forma eclesial da fé
22.âÂÂDeste modo, a vida do fiel torna-se existên-
cia eclesial. Quando São Paulo fala aos cristãos
de Roma do único corpo que todos os crentes
formam em Cristo, exorta-os a não se vangloria-
rem, mas a avaliarem-se « de acordo com a me-
dida de fé que Deus distribuiu a cada um» (
Rm
12, 3). O crente aprende a ver-se a si mesmo a
partir da fé que professa. A figura de Cristo é o
espelho em que descobre realizada a sua própria
imagem. E dado que Cristo abraça em Si mesmo
todos os crentes que formam o seu corpo, o cris-
tão compreende-se a si mesmo neste corpo, em
relação primordial com Cristo e os irmãos na fé.
A imagem do corpo não pretende reduzir o cren-
te a simples parte de um todo anónimo, a mero
elemento de uma grande engrenagem; antes, su-
blinha a união vital de Cristo com os crentes e
de todos os crentes entre si (cf.
Rm
12, 4-5). Os
cristãos sejam « todos um só » (cf.
Gl
3, 28), sem
perder a sua individualidade, e, no serviço aos
outros, cada um ganha profundamente o próprio
ser. Compreende-se assim por que motivo, fora
deste corpo, desta unidade da Igreja em Cristo