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deiro é o Deus fiel, Aquele que mantém as suas
promessas e permite, com o decorrer do tempo,
compreender o seu desÃgnio. Através da expe-
riência dos profetas, no sofrimento do exÃlio e
na esperança de um regresso definitivo à Cidade
Santa, Israel intuiu que esta verdade de Deus se
estendia mais além da própria história, abraçando
a história inteira do mundo a começar da criação.
O conhecimento da fé ilumina não só o caminho
particular de um povo, mas também o percurso
inteiro do mundo criado, desde a origem até Ã
sua consumação.
A fé como escuta e visão
29.âÂÂJustamente porque o conhecimento da fé
está ligado à aliança de um Deus fiel, que estabe-
lece uma relação de amor com o homem e lhe di-
rige a Palavra, é apresentado pela BÃblia como es-
cuta, aparece associado com o ouvido. São Paulo
usará uma fórmula que se tornou clássica: «
fides
ex auditu
â a fé vem da escuta » (
Rm
10, 17). O
conhecimento associado à palavra é sempre co-
nhecimento pessoal, que reconhece a voz, se lhe
abre livremente e a segue obedientemente. Por
isso, São Paulo falou da « obediência da fé » (cf.
Rm
1, 5; 16, 26).
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Além disso, a fé é conhecimen-
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â«A Deus que revela é devida a âÂÂobediência da féâ (
Rm
16, 26; cf.
Rm
1, 5;
2 Cor
10, 5-6); pela fé, o homem entrega-se
total e livremente a Deus, oferecendo a Deus revelador o obsé-
quio pleno da inteligência e da vontade e prestando voluntário
assentimento à sua revelação. Para prestar esta adesão da fé, são
necessários a prévia e concomitante ajuda da graça divina e os