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VIAGEM APOSTÓLICA DO PAPA LEÃO XIV
À TÜRKIYE E AO LÍBANO COM PEREGRINAÇÃO A İZNIK (TÜRKIYE)
POR OCASIÃO DO 1700º ANIVERSÁRIO DO I CONCÍLIO DE NICEIA
(27 DE NOVEMBRO - 2 DE DEZEMBRO DE 2025)

CERIMÓNIA DE DESPEDIDA

DISCURSO DO SANTO PADRE

Aeroporto Internacional de Beirute
Terça-feira, 2 de dezembro de 2025

[Multimídia]

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Senhor Presidente,
Senhores Presidentes do Parlamento e do Conselho de Ministros,
Vossas Beatitudes e Irmãos no episcopado,
Autoridades civis e religiosas,
Irmãs e irmãos!

É mais difícil partir do que chegar. Estivemos juntos, e estar juntos, no Líbano, é contagiante: aqui encontrei um povo que não gosta do isolamento, mas do encontro. Assim, se chegar significava entrar delicadamente na vossa cultura, deixar esta terra é levar-vos no coração. Por isso, não nos separamos, mas, tendo-nos encontrado, seguiremos em frente juntos. E esperemos contagiar com este espírito de fraternidade e compromisso em prol da paz todo o Médio Oriente, mesmo aqueles que hoje se consideram inimigos.

Estou agradecido, portanto, pelos dias que passei convosco e regozijo-me por ter podido realizar a vontade do meu amado predecessor, o Papa Francisco, que tanto teria desejado estar aqui. Na verdade, ele está conosco, e acompanha-nos na companhia de outras testemunhas do Evangelho que nos esperam no abraço eterno de Deus: somos herdeiros do que eles acreditaram, da fé, da esperança e do amor que os animaram.

Pude ver quanta veneração o vosso povo tem pela Virgem Maria, tão querida tanto pelos cristãos como pelos muçulmanos. Rezei no túmulo de São Charbel, sentindo as profundas raízes espirituais deste país: quanta seiva haurida da vossa história pode sustentar o difícil caminho rumo ao futuro! A breve visita ao porto de Beirute – onde a explosão devastou não só um lugar, mas muitas vidas – tocou-me o coração. Rezei por todas as vítimas e levo comigo a dor e a sede de verdade e justiça de tantas famílias e de um país inteiro.

Nestes poucos dias, encontrei muitos rostos e apertei muitas mãos, recebendo deste contato físico e interior uma energia de esperança. Sois fortes como os cedros, as árvores das vossas belas montanhas, e carregados de frutos como as oliveiras que crescem na planície, no sul e perto do mar. A propósito, saúdo todas as regiões do Líbano que não foi possível visitar: Trípoli e o norte, o Vale do Beca e o sul do país, as cidades bíblicas de Tiro e Sídon, todas estas áreas, especialmente no sul, que vivem, de modo particular, numa situação de conflito e incerteza. A todos, o meu abraço e os meus votos de paz. E ainda um sentido apelo: cessem os ataques e as hostilidades. Ninguém acredite mais que a luta armada traz algum benefício. As armas matam; a negociação, a mediação e o diálogo edificam. Escolhamos todos a paz como caminho, não apenas como meta!

Recordemos o que vos disse São João Paulo II: o Líbano, mais do que um país, é uma mensagem! Para que realmente assim seja, aprendamos a trabalhar juntos e a ter esperança juntos.

Deus abençoe os libaneses, todos vós, o Médio Oriente e toda a humanidade! Shukran, ila al-liqa’! (Obrigado e até breve!).